s/n bennett;;
— mas a beleza compensa, tem gente que é feia e inteligente, agora, imagine ser feia e burra — Kelly lançou passando por mim com suas amigas idiotas
revirei os olhos mas não ousei me deixar levar por sua provocação.
fechei meu armário e dei um pulo de susto vendo Boris atrás dele, escorado no armário ao lado.
— puta merda — murmurei e ele riu
— foi mal
— decidiu voltar pra escola? — o olhei
— pois é — fez uma careta e me acompanhou até o refeitório — e você, melhorou?
o olhei totalmente perdida.
— o que?
— de ontem s/a, da recaída
assim que ele disse isso meu coração acelerou, como assim recaída?
— se isso for uma brincadeira de mal gosto pode parar agora
— você não lembra? — ele estava falando sério — s/a, ontem você me ligou drogada porque tinha tomado uns comprimidos
puta merda.
eu não acredito que tive uma recaída e liguei para o Boris, pior ainda é que eu não me lembro de nada disso.
— que porra — bufei passando a mão pelo cabelo — o que eu falei no telefone?
— você tava chorando — percebi que ele não queria contar, porra, o que será que eu tinha falado?
— eu não falei nada?
— falou umas coisas sem sentido, eu não lembro direito, mas você falou que tinha tomado uma cartela de remédio, não sei como não teve uma overdose
— puta merda que vergonha — suspirei — desculpa
— relaxa s/n
— finge que isso não aconteceu por favor, e não conta pra ninguém
— Я не знаю, смогу ли я забыть, что ты сказал, что хочешь поцеловать меня. — murmurou umas palavras em russo
— sério? não entendi uma palavra porra — ele riu
— relaxa, eu não vou falar pra ninguém
— nem pro seu amigo! ele namora meu irmão, não quero que o dylan saiba
— fica tranquila — ele olhou para uma mesa que Theo estava sentado — quer sentar com a gente?
— não, valeu, tenho que fazer uma coisa — ele assentiu
eu ia sair mas notei uma mancha no braço de Boris, a manga de sua blusa estava um pouco levantada, estava roxo.
ele arrumou briga? de novo? mas ele não veio para a escola por uma semana.
tentei não pensar nisso e caminhei pelos corredores a procura do diretor.
— licença — pedi batendo na porta da sala
— entra — o homem disse e eu entrei na sala — oh, s/n, não esperava você aqui
— eu posso vir outra hora
— não, não, pode falar — suspirei
— eu queria saber se aquela coisa da turma avançada ainda é considerável...
— claro! claro, vou falar agora com o sr. Mark
— é o sr. Mark que da as aulas? — perguntei incomodada
esse professor era um abusador de merda, mas ninguém nunca conseguiu provar isso, então a escola nunca fez nada. Ele me olhava estranho, era desconfortável.
— sim, algum problema?
— vários não é? ele é já abusou de várias meninas da escola, vocês não acreditam, mas é a verdade
ele arregalou os olhos, surpreso por eu retrucar.
— sr. Mark é meu sobrinho s/n, e meu sobrinho é um bom homem
— não, ele não é, e eu me recuso a entrar nessa turma se ele for o professor
— bem, certo, então acho que já pode ir — ele estava com raiva
sai de lá bufando, o ódio me consumindo e a raiva queimando em meu sangue.
eu já devia saber que isso seria um desastre, quando alguém oferece ajuda assim tão fácil não dura por muito tempo.
estava com raiva, essas aulas me ajudariam a recuperar minhas notas e talvez até conseguir uma bolsa para faculdade, mas não fico na mesma sala que aquele professor nojento sozinha nunca.
estava com raiva da minha recaída também, com raiva por não me lembrar, com raiva do diretor, raiva do Sr. Mark, raiva daquele trailer minúsculo, raiva de mim mesma.
eu preciso fumar.
eu preciso de algo que me faça esquecer isso.não.
eu não posso ter outra recaída.
eu quero melhorar, quero mesmo, mas é muito mais difícil do que parece. Que merda, por que eu não consigo ficar limpa?
quando percebo, estou chorando, o sinal do intervalo toca e as pessoas começam a preencher o corredor.
corro para uma sala qualquer e entro fechando a porta.
quando ouço barulhos atrás de mim.
era Kelly, beijando uma garota que eu não conhecia.
ela arregalou os olhos e ficou branca como se tivesse visto um fantasma, a outra garota apenas deu de ombros.
— já vou — disse e saiu
Kelly ainda estava ali. Ainda surpresa.
— eu juro por deus que se contar isso para alguém eu acabo com você sua vadia drogada — ela disse vindo até mim com raiva
limpei meu rosto antes que ela visse que estava chorando.
— acho que você devia ser mais educada comigo agora — ameacei
eu estava pouco me fodendo se Kelly era lésbica, ou bissexual sei lá, isso é a coisa mais idiota para se fazer chantagem.
— é sério s/n, não fala pra ninguém
— Kelly eu não dou a mínima se você gosta de mulher, sério, na verdade essa é a melhor coisa vindo de alguém como você — ela revirou os olhos
— sei, então sem chantagem? fala logo o que você quer
— nada vindo de você — ela cruzou os braços — eu já disse, eu não ligo pra isso, não vou usar essa coisa contra você
ela levantou as sobrancelhas surpresa.
— tá bom — pegou sua bolsa — acho bom não falar pra ninguém mesmo — saiu da sala
sai dali também, indo para a casa.
isso ta um lixo, prometo arrumar depois
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sex, drugs, etc. BORIS PAVLIKOVSKY
Fanficboris pavlikovsky acha que pode ajudar uma velha amiga, mas ela acaba o ajudando