Nem em um milhão de anos Madeline Allen poderia prever que sua vida perfeita iria cair aos pedaços daquela forma, traída por sua melhor amiga e seu namorado. Tampouco poderia prever que, Sebastian Campbell, seria o único a ajudá-la.
Três meses dep...
E eu corri, eu corri tão longe Eu corri, eu corri toda a noite e dia Eu não podia fugir
I Ran (So Far Away) - A Flock Of Seagulls
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— Não acho que esse tipo de coisa deveria ser feita no colégio. — Dimitri cruza os braços, deixando o sarcasmo transparecer em cada palavra dita. Maddie e eu nos afastamos, o ato é tão rápido que realmente parecemos um casal de adolescentes pegos no flagra.
Sem saber muito o que fazer, levo minha mão até a nuca, coçando a região. Meus olhos se fixam em Dimitri e o analiso da cabeça aos pés. Ele é um garoto negro, o cabelo cacheado tem tranças tingidas de loiro até a altura do pescoço, ele possui um piercing na sobrancelha e outro no septo, e consigo ver a ponta da sua tatuagem de dragão um pouco acima do colarinho da camisa social branca. Seu uniforme está completo, algo que não condiz com sua personalidade rebelde.
— E você acha que isso, é o tipo de coisa que se faz no colégio? — Maddie rebate, apontando para algo que ele segura. Meus olhos vão de encontro ao cigarro em sua mão direita.
Então ele nunca parou de fumar.
Dimitri responde a garota com um revirar de olhos, e fixa seus olhos nos meus.
— E você? Não vai dizer nada? — Minha boca não se move, até tento abri-la na tentativa de fazer algum som, mas desvio o olhar para o chão.
Eu deveria responder, fazer uma piada, um comentário sarcástico ou qualquer coisa do tipo. No entanto, quando se trata do Dimitri, meu cérebro parece perder a capacidade de pensar, meu coração bombeia o sangue tão rápido que chega a doer, e meus pulmões não absorvem o oxigênio corretamente.
Tudo me leva ao dia no aeroporto, a nossa última conversa. Palavra por palavra.
Respiro fundo, uma, duas, três vezes, mas a coragem para falar não vem. É sério isso? Depois de tanto tempo isso é tudo que consigo fazer?
Antes que minha mente me leve para um lugar perigoso, sinto uma mão tocar a minha discretamente. Levanto o olhar até encontrar as íris acinzentadas de Maddie, ela parece ter notado meu desconforto, e ainda me encarando, segura minha mão.
— Acho melhor a gente ir. — Ela fala baixo, o tom na sua voz é de advertência, mesmo assim, parte de mim agradece por isso. Maddie não me dá tempo de reação, apenas me guia para fora da biblioteca.
— Você continua um covarde. — Dimitri sussurra. Sinto como se uma flecha estivesse atravessando meu peito ao ouvi-lo.
Tento ignorar a sensação ruim, mas o gosto amargo na minha boca é um sinal claro de que o resto do meu dia será péssimo.
