Uma civilização quase exterminada. A própria Terra geme de dor, estilhaçada, reduzida a cacos, tentando sobreviver ao que parece ser o inevitável último capítulo da raça humana.
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Capítulo 1 - Atrás das montanhas, uma fumaça preta anunciava que o trem expresso estava perto da estação de Muddy Peak. Uma das últimas e mais importantes ligações às Ilhas Principais; desde que este mundo foi dilacerado em uma batalha de cem dias contra os Dragões e seus mestres, os Draconitas. Lá na plataforma balançando como uma folha ao vento, Marcus Abbe, um ex-membro da milícia, esperava esse trem para fazer uma entrega especial. "O trem está aqui. O trem está aqui", Jonas Greenberg estava gritando."Todo mundo pode ver isso!" Marcus disse a Jonas, franzindo a testa para ele."Todo mundo atrás da linha amarela. Você também Marcus, por favor — gritou Jonas Greenberg, o inspetor da estação, torcendo os bigodes e arrumando o paletó. O funcionário mais antigo da ferrovia não deveria mais estar trabalhando devido à idade, mas é ele quem mantém a ordem neste local."Os recém-chegados chegam de vez em quando para trabalhar na estação, mas não têm a mesma disciplina". Jonas disse a Marcus. De pé na plataforma, olhando para as montanhas e ouvindo o rugido do trem, Marcus Abbe mal conseguia se conter."Que dia maravilhoso senhor Jonas." disse Marcus.Ele e sua esposa Ronna receberam uma correspondência do governo informando que seu pedido de adoção finalmente foi aceito. Jonas olhou para Marcus com um sorriso saudoso. Ele o conhecia desde pequeno. "Bem, bem. Não me diga, Sr. Abbe. É isso que estou pensando? Ele perguntou. "Sim, Sr. Jonas. Parece que nosso sonho está prestes a ser realizado. Estou tão ansiosa que mal consigo me conter." "Ha!!! Sim,... sim. Sr. Abbe," Greenberg zombou. Esta aldeia precisa de sangue fresco correndo em suas veias. Afinal, estamos todos ficando um pouquinho... velhos, não estamos? " Disse Jonas apontando seus longos dedos para Marcus. Marcus passou os dedos pelos cabelos grisalhos, ele estava envergonhado. "Você me pegou lá. Estamos perto da aposentadoria", ele riu. O rugido do motor e o barulho nos trilhos ficaram cada vez mais altos. Assim que o trem entrou na estação, o condutor apertou os freios, um gemido e um grito estridente puderam ser ouvidos, demorou um pouco para parar a gigantesca máquina. O lugar inteiro foi inundado com vapor, turvando a visão. Figuras sombrias estavam saindo dos vagões. Pessoas ansiosas procurando por seus parentes, desembarcando, olhando por toda parte maravilhadas com sua localização final. "É este o lugar? Que lixo!" um menino perguntou a sua mãe em voz alta. "Cala a sua boca. Mostre algum respeito aos locais. Você vai morar aqui agora menino." A mulher de uniforme arrastou o menino pela mão."Desculpe," O menino deu de ombros.Marcus olhou para o menino desagradável, espantado e aliviado por não ser o que esperava."Senhor. Jonas, senhor. Hoje teremos um menino morando em nossa casa. Ronna está preparando um jantar maravilhoso; claro, esta é uma ocasião especial para nós," ele sorriu. Jonah revirou os olhos para ele. "Deus me dê paciência." Novas pessoas chegando à cidade todos os dias não era novidade para Jonas."Claro... claro, Sr. Abbe e eu, mais do que ninguém sabe sobre a ansiedade de sua esposa para esta ocasião," Jonas respondeu a Marcus, brincando com seus longos bigodes brancos. O trem finalmente parou na plataforma e os freios pararam a enorme massa de metal nos trilhos."Sr. Abbe, onde está sua placa com o nome?" Jonas perguntou, tocando Marcus em seu ombro."Como você pode encontrar o menino sem um sinal?" Jonas estava agitando a mão no ar."Nós iremos. Na verdade, ainda não tenho um." Marcus respondeu."Marcus... Bom Deus, Marcus," ele sorriu. "Sempre o mesmo, desde que você era um garotinho, não é? Sempre esquecendo as coisas," Jonas olhou para ele."Na verdade, não sabemos o nome da criança." Marcus corou e seus lábios se curvaram em um sorriso desajeitado."Meu Deus, Marcus." Jonas revirou os olhos. "Eu tenho a lista aqui na minha prancheta e..." ele disse," Azeviche. Um nome estranho para um menino. Você ainda acha que eu deveria aposentar Marcus? Ele riu olhando para ele com os olhos estreitos."Na verdade, este lugar precisa de alguém para manter as coisas funcionando. Eu mantenho a mansão funcionando." ele gargalhou, voltando ao seu trabalho." Sim, eu acho.!" disse Marcus. O trem começou a se mover novamente nos trilhos saindo da estação. A maioria das pessoas na plataforma já havia saído. Alguns deles estavam muito felizes carregando pacotes e sorrindo, outros abraçando seus parentes com lágrimas nos olhos. Pessoas rabugentas, nem um pouco felizes por estarem ali, estavam se misturando à multidão. O vapor começou a diminuir e o trem deixou Muddy Peaks para trás. Marcus estava procurando por seu filho. "Onde ele poderia estar? Todo mundo já tinha saído do trem." Ele se sentiu desesperado. Uma mulher carregando uma mala bateu nas costas de Marcus."Aí senhor," ela disse. "Permanecer na plataforma. "Tem alguém esperando."
