o Porchay... ele se foi, Kim!

232 20 3
                                    

Autora on — Em algum lugar na Rússia 

    Aquela mensagem, dizendo que ele deveria voltar imediatamente para casa, pois havia acontecido algo terrível envolvendo seu amado Porchay Kittisawasd, fez com que Kim não se atentasse aos meros detalhes, como por exemplo, perguntar o porquê da urgência, a causa do problema, a gravidade da situação, e essas coisas; ele apenas arrumou suas malas o mais rápido que pôde e se dirigiu ao aeroporto, a fim de partir no próximo voo. 

    Após toda confusão, um ano atrás, com a segunda família e as famílias menores, o filho mais novo da família principal foi embora, ele não atendia a maior parte das ligações de seus familiares e se recusava a voltar e magoar novamente quem ele amava tanto. O rapaz passou por isso, pela segunda vez, sendo a mais recente, com Porchay. 

    Nas mais de quinze horas de voo, tudo que o garoto conseguia pensar era no pior; ele só imaginava ver seu amado em um caixão, morto pelo que sua família problemática fazia, e então ele se amaldiçoava por ter deixado que o outro se envolvesse naquele mundo tão perigoso e violento. 

    Parecia que o avião reserva engatado na marcha ré. O direito nunca seria alcançado? Kim estava a ponto de perder todo o autocontrole, que tanto foi treinado para ter, quando ouviu barulho, que lembrava muito uma campainha, avisando que o piloto tinha um comunicado. 

    — Senhores passageiros, sentem-se em seus lugares e afivelem os cintos de segurança, pousaremos em breve. 

    Kim sentiu alívio, mas logo seu peito pesou, estava cada vez mais perto de sua família (isso inclui a segunda família também) e do caos que a mesma traz consigo. As famílias menores ainda davam bastante trabalho, apesar das duas famílias principais terem se unido com o casamento de Pete e Vegas, esse, que foi completamente ignorado por Kim.

     Ele ouviu dizer, também, que seu pai, Korn, havia assumido um relacionamento com seu fiel escudeiro, Chan, afinal Vegas e Kinn não eram os únicos. A vida de todos parecia seguir normalmente Kinn e Porsche haviam noivado a alguns meses; Khurn se apaixonou pelo novo médico da família: Dr. Renove; Pete e Vegas casaram, assim como Arm e Pol; as únicas pessoas que Kim não queria saber da vida, em hipótese alguma, eram Macau Theerapanyakul, seu primo odiado, e Porchay.

    Com todos felizes, ele só precisava de afastar e lhes amar de longe, lhes proteger dos males, esses que ele preferia que tais desconhecessem, como sempre foi. 

    Dizer que Kim estava no controle de suas emoções, era uma mentira, e das grandes. Ele aparentava indiferença e frieza, ou ele esperava que fosse assim. Se algo do que imaginara fosse a verdade, ele, certamente, cortaria em pedacinhos quem ousou encostar em Porchay.

    O rapaz chegou à mansão de sua família em apenas alguns momentos. Ele, obviamente, havia sondado os arredores e não entraria pela porta da frente; só quando chegou a 1km de casa, que teve um momento de clareza, onde percebeu que poderia ser uma armadilha..

    Pelos seus cálculos, estava tudo em ordem; Kim entrou já com sua arma em mais e se desesperou quando ouviu um grito de seu irmão mais velho, Tankhun, vindo do jardim. 

    — AAAAAA! Meu querido Porchay!!

    Ele estava agachado perto do lago, onde ficavam suas preciosas carpas; ao seu lado estavam Arm e Pol, tentando consolá-lo. O homem chorava com tanta vontade que Kim estremeceu, seu coração gelou e suas veias pareciam ter sido esvaziadas, um nó se formou em sua garganta, seus olhos e nariz ardiam, e, por um momento, ele achou que desabaria. 

    — Tankhun!? – Ele chamou a atenção do mesmo, que levantou do chão e correu ao seu encontro, se jogando em seus braços. 

    — Maninho..! – O desespero dele era evidente. Kim guardou sua arma e retribuiu o abraço, tentando acalmá-lo com um carinho nos cabelos. 

    — Fique calmo e me explique o que houve, sim? 

    O irmão mais velho era o mais apegado ao Kim, eles pareciam se entender bem, na maior parte do tempo.

    — … O que houve com Chay? – Ele não sabia se estava pronto para essa resposta. 

    — AAA CHAY! – Quando finalmente se acalmou o suficiente para conseguir completar seu pensamento, ele o fez. — Chay se perdeu, Kim, ele se foi…

    — Como assim? – Aquele papo estava estranho, até para seu irmão. 

    — Eu descobri, recentemente, que- 

    Ele parou o que dizia, e como se tivesse desligado do mundo real, se virou para o casal de guarda costas, enxugando as lágrimas que caíram em suas bochechas, dizendo: 

    — Vocês dois aí! Vamos terminar a primeira temporada de teen wolf, quero saber quem é o alfa. – O homem puxava os mesmos pelas gravatas. — Quem vocês acham que é? Deve ser aquele veterinário. 

    — Mas..? – Kim foi deixado para trás, sem entender nada. Ele perguntaria a Pol ou Arm sobre o que se tratava, mas eles só tiveram tempo para reverenciarem o "jovem mestre Kim", antes de serem puxados por seu chefe, para maratonar a tal série até o raiar do outro dia. 

    Kim foi até seu irmão do meio, o segundo mais velho, Kinn, mas como estava em reunião, o mesmo resolveu não incomodá-lo, logo partiu, prometendo voltar novamente depois. 

    Ele saiu aliviado; Porchay estava seguro e vivo. Lhe disseram, também, que o mesmo tinha até um "segurança particular" que o seguia em todos os lugares, inclusive na faculdade; o comentário era suspeito, principalmente pelo modo que foi dito. 

    Kim estava saindo, quando ouviu a voz de quem ele mais queria evitar no momento. 

    — P'Kim!?

KimchaycauOnde histórias criam vida. Descubra agora