Dance for me | Choni version

Capítulo 3

Tinham se passado pelos menos dez horas desde o fim da ligação de Toni e Cheryl. Agora a morena já se encontrava em sua casa, correndo de um lado para o outro, tentando se arrumar a tempo para que conseguisse ver a ruiva dançar.

Já Cheryl, se encontrava deitada no sofá que tinha na sala das dançarinas. A garota não queria dançar hoje, sabia que Toni estaria ali para vê-la, e o olhar da mulher lhe intimidava de uma maneira muito forte.

A ruiva respirava fundo enquanto Verônica se encontrava parada em pé, ao lado da mais nova. A latina tinha levado diversos sermões vindo da maior, mas mesmo assim permanecia alí ao lado de sua amiga.

— Achei que você gostasse de ser assistida enquanto dança.

— Eu gosto, porém ela me intimida!

— Finja que ela não está alí, é melhor do que perder o emprego por se recusar a dançar.

— Você tem razão... Eu vou lá, danço, e fico escondida aqui até a hora de ir embora, porque eu não quero que ela me veja.

Verônica sorriu e assentiu para a garota, mesmo incerta de que se esconder alí seria uma boa idéia. Scarlet (dona da boate) não iria gostar de saber que uma das dançarinas de sua boate se esconde de clientes enquanto deveria estar trabalhando.

A Blossom se levantou e olhou o relógio, ainda faltava muito tempo para que chegasse a sua vez de dançar, então ela poderia ficar alí tranquila.

Cheryl olhou para Verônica e fez um biquinho nos lábios.

— Você poderia ir lá fora e ver se ela já chegou? — A ruiva perguntou enquanto olhava para a mais velha.

— Por quê? Achei que você não quisesse saber dela.

— É só para saber se eu posso ficar tranquila por aí ou se eu posso ficar mais nervosa ainda. E caso ela pergunte sobre mim, diga que eu morri!

A latina assentiu e saiu andando para fora daquela sala. A mulher caminhou pelo local até avistar a mulher entrando na boate, quando ia se preparar pra correr e avisar a Cheryl que a mulher tinha chegado, Toni acabou acenando para que Verônica fosse até ela.

A Lodge poderia fingir que nem tinha visto, e sair caminhando para longe dalí, mas a morena já estava caminhando em sua direção. Não tinha escapatória, então Verônica apenas deu um sorriso e acenou para a maior.

— Oi! Tudo bem? — Verônica perguntou gritando, por conta da música estar extremamente alta.

— Cheryl já chegou?

— Ela morreu! — Gritou mais uma vez.

— Onde ela está? — Questionou a latina que formou um biquinho em seus lábios apenas por ter sido pega em uma mentira.

É logico que seria pega na mentira, é péssima em mentir para as pessoas, e apenas seguiu o roteiro estúpido de Cheryl.

— Ela está terminando de se arrumar para dançar, então sugiro que não vá até onde ela está. — Mentiu mais uma vez, mas dessa vez não foi uma mentira ruim.

— Entendo... — A morena disse em um tom muito baixo para ser ouvido com aquela música alta. — Eu seria muito incoveniente se fosse ver ela agora, né?

— Seria.

— Então eu irei esperar aqui... Avise a ela, que eu vou querer vê-la depois da dança. — Verônica assentiu e saiu andando o mais rápido que podia para onde Cheryl estava.

A americana suspirou e caminhou em direção ao bar, gostaria muito de ver a garota antes de sua dança, porém seria incoveniente... Então, melhor não.

A mulher caminhou em direção ao bar e se sentou na banqueta, logo sendo atendida por uma loira que tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, a mesma perguntou o que Toni queria, mas a morena permaneceu calada.

— Sabe, você está frequentando esse lugar a pouco tempo ao meu ver... E sempre está de olho na dançarina ruiva.

— A Cheryl ? — A loira assentiu. — É... Eu estou de olho nela sim.

— Ela me contou que você foi falar com ela. — Toni encarou a desconhecida, até então. — Eu sou amiga dela, me chamo Betty!

— Ah, eu me chamo Toni.

— É, eu sei, Cheryl me contou. — Toni sorriu. — Ela me conta tudo na verdade, então eu sei até mesmo sobre a ligação.

A Topaz permaneceu em silêncio, apenas ouvindo a amiga de Cheryl.

— Não força a barra, Cheryl não gosta disso. — A garota alertou. — Seja calma, converse com ela de vez em quando... Não a encare como se quisesse bater na mesma, isso assusta ela.

E Betty alertava Toni sobre tudo o que a ruiva não gostava, e isso estava sendo uma ótima coisa na opinião da morena.

— Elogie ela, e fala o quanto gosta da dança dela. Ela ama isso. — Pensou mais um pouco. — Nunca ajudei alguém que quisesse algo com Cheryl, acho que é porque só homens tinham interesses nela e eu não confio nos homens que ela me falava. Mas eu estou confiando em você, Toni! Então não me decepcione.

— Não irei... Mais algum aviso?

—Ela prefere comida do que flores. É fraca para bebidas alcoólicas, mas ama quando eu vou para a casa dela e levo um vinho. E nunca chame ela para sair para um bar, balada, ou festa... Chame-a para o cinema, restaurante, e não precisa ser nada chique, se não ela se sente deslocada nesses lugares... Acho que é só isso.

Toni nunca se sentiu tão agradecida igual ficou por essa garota que tinha acabado de conhecer, ela foi um anjo que caiu do céu no momento em que a morena precisava.

— Muito obrigada por ter me falado isso tudo. — Sorriu para a loira que retribuiu o sorriso.

— De nada, Toni. Agora irá querer algo em quanto a Cheryl não dança?

A morena assentiu, logo pedindo um manhattan, que foi colocada em sua frente.  Toni começou a beber enquanto olhava diretamente para o palco, torcendo para que sua garota começasse a dançar logo. Iria chamar a mesma para sair logo depois da ruiva descer do palco, e estava na esperança de que Cheryl aceitasse.

Já de trás do palco, estava Cheryl pronta para ter um ataque de pânico enquanto Verônica a assistia com uma garrafa de água em mãos.

— Fica calma. Ela é bem legal, e eu conversei com ela pouco, mas sei disso...

— Ronnie, eu conheci ela ontem e ela fica forçando a barra. Eu estou ficando desesperada, eu odeio isso!

— Relaxa, ruivinha! Conversa com ela depois, e diga que você odeia que forcem a barra nesses negócios. Ela vai te entender.

— Irei tentar.

E com isso a garota foi chamada, e Verônica a acompanhou até o palco. Não seria uma performance individual, e sim em dupla, ensaiaram a dança por alguns dias, e acharam que ela tinha ficado excelente para ser dançada na boate essa noite.

Alguns clientes estranharam quando as duas garotas pararam em frente ao pole dance, nunca tinham visto uma dança da dupla, já que desde que chegaram na boate, só faziam performances individuais. Essa seria uma nova experiência, tanto para as garotas, quanto para os clientes.

Earned It começou a tocar por toda a boate, e toda a atenção foi diretamente para as duas garotas que deram um sorriso mínimo e começaram a performance.