A Cantoria no Carro

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Depois do dia em que Hua Cheng levou Xie Lian pra casa, os dois se aproximaram ainda mais. A troca de mensagens durava o dia inteiro, e flertes eram o que menos acontecia. Estavam conhecendo um ao outro e desenvolvendo uma amizade, falavam por horas sobre o que gostavam e os assuntos surgiam naturalmente, não era preciso se preocupar. As coisas em comum eram apreciadas, e as coisas que um gostava, enquanto o outro não, não eram significativas o suficiente pra ter importância.


Não apenas eles notaram essa mudança. Hua Cheng percebeu que Eming pedia carinho com mais frequência, coisa que fazia apenas quando estava muito carente. Aparentemente ele estava muito ocupado mandando mensagens pra Xie Lian pra dar a devida atenção ao gato. He Xuan, logo que o viu naquele mesmo dia, havia perguntado como o encontro tinha sido e o porquê de Hua Cheng estar tão de mau humor. Quando perguntou pela terceira vez, o outro perdeu a paciência e disse que se não fosse pelo cliente imbecil que esperava pra ser tatuado, estaria na casa de Xie Lian. Por todo o dia seguinte He Xuan não se atreveu a fazer nenhuma piada que pudesse provocar Hua Cheng, o mau humor dele era comparável a uma calamidade, e ele ainda não queria morrer.

Sexta era o dia da segunda sessão da tatuagem das costas de Xie Lian, Hua Cheng fez questão de deixá-lo como único cliente do dia. Quando ele chegou, cumprimentou He Xuan com um sorriso ligeiramente maior que das outras vezes e nem mesmo se incomodou em esperar no sofá, indo diretamente até a estação de Hua Cheng.


"San Lang! Desculpe o atraso, teve um acidente aqui perto, o trânsito estava horrível e... Por que está me olhando assim?"


Hua Cheng estava sentado com o cotovelo apoiado na mesa de tatuagem, o olhando de cima a baixo, a mão fechada na frente da boca fazia pouco pra esconder seu sorriso, "Gege está tão bonito hoje."


Xie Lian pausou seus passos. Não esperava que recebesse um elogio assim que chegasse, sua primeira reação foi ficar levemente envergonhado, mas isso durou apenas um segundo e no momento seguinte também estava sorrindo, levando as mãos até os botões da camisa.


O sorriso de Hua Cheng desapareceu na mesma hora, os olhos seguiam a movimentação das mãos dele, cheios de desejo. Quando percebeu que não estava sendo profissional o suficiente, desviou o olhar e foi até o frigobar pegar um energético como se nada tivesse acontecido.


"Gege quer um?"

"Não, obrigado. Mas queria saber, por que você está tão vermelho de repente?"

Hua Cheng se aproximou com o energético na mão, ficando tão perto que qualquer um poderia jurar que os dois se beijariam, abriu a lata e tomou alguns goles, seu pomo de adão acompanhando. A diferença de altura o fazia olhar pra baixo, um sorriso apareceu no canto da boca, "Porque você sabe me provocar muito bem."

As palavras, ações e distância provocativas não abalaram Xie Lian, ele apenas retirou a camisa e se deitou na maca, "Podemos?"

Hua Cheng poderia imaginar e desejar inúmeras coisas sentindo o perfume de Xie Lian quando quebrou o contato visual com um sorriso malicioso, o desejava quando o via se despir, imaginava cenas quando ele se apoiava na maca numa posição sugestiva por mais tempo que o necessário. Xie Lian o olhou como se esperasse que acontecesse algo.


No fim do dia, Hua Cheng ainda era profissional e mudou seu foco completamente à tatuagem.


Xie Lian não pareceu decepcionado, inclusive, parecia feliz por ele ter feito essa escolha, como se estivesse orgulhoso por ele ter passado no teste.

Crimson Rain StudioOnde histórias criam vida. Descubra agora