Capítulo 10

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Segurei a maçaneta com mais força, sentindo um certo desequilíbrio devido à adrenalina subitamente lançada em meu sangue.

Encarei os olhos inocentes de Sehun, sabendo que por trás do disfarce, algo terrível aguardava o momento certo para se revelar. Um sorrisinho satisfeito fez o canto de sua boca subir quase que imperceptivelmente, o que apenas contribuiu para que minhas entranhas se revirassem.

Inclinando a cabeça um pouco para o lado, parecendo divertir-se com a repentina palidez que sua aparição causara, ele enfim falou.

- Olá, Lisa.

Minha respiração se tornou irregular à medida que meu cérebro percebia que aquela situação estava realmente acontecendo.

O choque se esvaiu rapidamente, levando consigo boa parte de minha firmeza, e após algumas tentativas frustradas, consegui responder.

- O que você está fazendo aqui?

Sehun ergueu levemente as sobrancelhas diante de meu esforço para balbuciar aquelas palavras, esforçando-se para não gargalhar.

Quando voltou a falar, seu tom não me agradou nem um pouco, cheio de segundas intenções.

- Vim falar com você, oras. O que mais eu estaria fazendo?

Respirei fundo, tentando recuperar minha autoridade, e de certa forma, consegui.

Retribuí o sorrisinho medíocre com um cínico, ainda que com apenas metade da intensidade que gostaria de demonstrar.

- Eu não tenho nada pra te falar.

Sem hesitar, empurrei a porta, com toda a intenção de fechá-la sem a menor cerimônia, mas sua mão me impediu, forçando-a na direção contrária e vencendo sem muito sacrifício.

- Mas eu tenho – ele retrucou, agora me olhando de forma levemente ameaçadora – E acredite, você vai gostar de me ouvir.

- Nada do que você diga me interessa – rosnei, o pânico voltando a se instalar dentro de mim – Vá embora.

- O que é isso? – ouvi Jisoo perguntar, emergindo do corredor, e após um instante de silêncio, ela se aproximou – O que ele está fazendo aqui?

Sehun soltou um risinho de escárnio, sem desviar os olhos dos meus em momento algum. Um calafrio percorreu minha espinha ao imaginar o que ele tinha em mente.

- Boa pergunta – respondi apenas, forçando minha voz a soar confiante, embora eu estivesse assustada e mal pudesse esconder isso.

- Eu não sei como você nos encontrou, mas seja lá o caminho que o trouxe até aqui, por favor, pegue-o novamente e vá embora – Jisoo disse, colocando-se entre nós e encarando-o firmemente por alguns segundos antes de recuar e fechar a porta sem mais delongas.

Sua postura não o impediu de dizer uma última frase, ainda que contra a madeira que nos separava.

- Você vai se arrepender de não ter me escutado.

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- Mas é claro que você não tem que escutar nada do que esse crápula tem pra te dizer!

Suspirei pesadamente ao ouvir o sermão enérgico de Jisoo, afundando meu rosto nas palmas de minhas mãos.

O choque de reencontrar Sehun após tudo o que havia acontecido entre nós havia me abalado consideravelmente; assim que nos vimos livres de sua presença, me arrastei até o sofá e não ousei me levantar, com os joelhos mais trêmulos que o recomendável para ficar de pé.

Jisoo, em compensação, andava de um lado para o outro, gesticulando enquanto esbravejava ofensas ao visitante indesejado e especulava como ele havia descoberto seu endereço.

Biology - Liskook (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora