O rosto esbelta da duquesa parecia perdido e abandonado entre a glória e seus belos cabelos castanhos dourados e seu preocupantemente elaborado o vestido. Seus olhos tristes encontraram o meu sobre o mais exagerado colarinho de seda franzida que se possa imaginar, com um pequeno laço na lateral em vez de na frente, e outro laço combinando ao lado oposto do
-meu bom Deus, que sinto mais cruel. Admirada, falei sem pensar:
- Acredito que vossa graça tem a menor cintura que eu já vi.
- É possível! - respondeu Tafetá com orgulho. - Desde a infância que a querida Blanchefleur com aros de metal.
Deus! Um corpete que se estende desde os membros superiores até os inferiores, com aros de aço sólido para minimizar qualquer protuberância frontal abaixo do busto. E desde a infância! Eu não era capaz de imaginar seu sofrimento. Eu também usava um corpete, necessariamente, apenas para esconder itens importantes como minha adaga, mas nunca o apertei, e mesmo assim, mal podia esperar para arrancar aquela coisa horrível no fim do dia...
- E ela ousava até quando estava dormindo.
A duquesa ficava de corpete até para dormir? Tal martírio para conseguir uma cintura minúscula era esperado das damas da nobreza, mas apesar disso, isso era... Era horrível.
- Com exceção, é claro, de seus confinamentos.
Confinamentos?
- Ela teve, hum...
- Infelizmente, as duas terminaram em aborto espontâneo.
Bem, não é de se surpreender!
- Tão decepcionante, e tão doloroso quanto um parto, além de muito perigoso para a saúde da minha senhora.
De fato. Deus do céu, a duquesa, mutilada pelo uso excessivo do corpete, poderia muito bem ter morrido. Eu não conseguia imaginá-la tendo um filho, o que parecia ser esperado dela.
- Acaba de me ocorrer - disse Mary-de-cetim, pegando a fotografia de volta - que o senhor Sherlock Holmes ver isso. Acho que ouvi no andar de baixo um segundo atrás.
Ah, não. Fingindo não prestar atenção no que ela disse, balbuciei:
- Vossa Graça usava luvas, é claro?
- Ah, sim, uma branca.
- E em sei trage, o que Vossa Graça levava? - pois uma dama a passeio sempre leva algo, algum tipo de bolsa, aquecedor de mão, leque, ou...
- Uma sombrinha branca com babados de seda ondulada para combinar com o vestido - respondeu Tafetá. - E, na outra mão, um lencinho.
Isso me surpreendeu um pouco. Em geral, lencinhos são carregados por jovens e mulheres que não são casadas, seguradas pelo centro, deixando os cantos se expandirem como um leque, pronto para ser derrubado caso um homem desejável se aproxime.
- Blanchefleur precisava dele - entendi Cetim em resposta a minha pergunta não verbalizada. - para que pudesse ocasionalmente aplicá-lo a seu nariz, já que ela tinha um caso leve de asma. Tem, quero dizer.
Seu Tom havia se tornado bastante rígido ela havia se chateado consigo mesma e se ofendido comigo.
- Eu lhe acompanho até a saída.
Abruptamente, a entrevista terminou. Mas por que ela não chamou uma das empregadas para me tirar dali?
- Venha comigo - ela saiu rapidamente pela porta do quarto com álbum de fotografia ainda embaixo do braço.
Ah, minha falta de sorte, ela desejava mostrar a maldita coisa ao senhor Sherlock Holmes ponto final pessoalmente. Na verdade, ela mal podia esperar.
Oh Deus, o que posso fazer? Enquanto seguia a arrogante dama de companhia através da escadaria, minha mente se debatia como um rato em uma armadilha, pois as consequências seriam muito mais sérias se Sherlock me visse. Mesmo que eu tentasse me assegurar que ele não iria me conhecer em meu vestido e chapéu elegante e feminino, mesmo assim, ele poderia perguntar quem eu era, e se ele fosse dito que era a assistente do Dr. Ragostin - não, isso não funcionaria. E eu simplesmente não podia permitir tal situação., Ele tinha de permanecer sem saber de minhas existência, e...
E quando chegamos à curva da escadaria, vi com o coração infundado que ali, no meio da entrada arqueada estava a inconfundível e a alta figura do meu irmão, se despedindo do duque Luiz Orlando Del Campo em pessoa, e não menos.
- ... Espero que você seja capaz de lançar alguma luz nas terríveis trevas que se abateram sobre minha família...
Sherlock eu via, segurando as mãos nas costas e e com a cabeça inclinada, deixando aparentar grande atenção e simpatia, embora ele, sem dúvida, desejasse pegar logo seu chapéu, luvas e bengala da mesinha do hall de entrada e seguir seu caminho...
A fina mesa do hall,ou porta-chapéus, ficava perto do final da escada e oposta à porta.
Quase antes que minha mente houvesse agido, meus olhos haviam visto, e minhas mãos agarrado, o que eu precisava. Dois ou três gatos estavam perambulando para cima e para baixo do balaustre do corrimão. O maior era um espécime flexível da cor de um leão, e eu o peguei passando a mão por sob sua barriga, carregando embaixo do meu braço e deixando minha valise balançando sob dois dedos, enquanto acariciava sua cabeça astuta com minha outra mão para que ele não fizesse nenhum ruído... ainda.
a Mary Cetim, farfalhando seu vestido à minha frente à grande velocidade, atenta a Sherlock Holmes, não viu nada disso: nem ela e nem ninguém me viu atirando o gato para o ar enquanto chegáva ao térreo.
Embora a gentileza com os animais seja uma regra, devo admitir que levantei o pobre bichano rapidamente pela cauda de modo a induzir o máximo de indignação de sua parte enquanto eu o balançava e o atirava (com, ouso dizer sobre mim mesma, admirável precisão) sobre o porta-chapéus.
O desvio de atenção que se sucedeu foi além de minhas esperanças mais loucas. O infeliz felino não apenas guinchou como uma pessoa que recebeu o coice de uma vaca, mas, ao aterrissar, estirou as garras que arranharam a madeira encerrada, e jogou a cartola, luvas e bengala de meu irmão no chão, e a mesa caiu por cima de tudo.
Ou, pelo menos, ouvi o barulho de algo tombando enquanto todos viravam de costas para mim e eu deslizava porta afora. Escutei alguém, provavelmente o duque, rugindo:
- Felinos abominavéis! - e algo sobre como eles estavam sempre quebrando as coisas, mas não pude registrar mais. A minha falta de sorte é que nunca consigo aproveitar completamente cenas como a descrita anteriormente, já que em geral estou fugindo enquanto elas ocorrem.
Mas não sse deve reclamar. Uma vez longe de casa, e além da primeira esquina, me senti confortavelmente segura de que nem meu irmão nem niguém em particular se lembraram de mim.
A respeito do destino da jovem duquesa, entretanto, não me sentia tão confortável, sabedo que ela havia desaparecido nos subterrâneos.
Muito poucas pessoas da classe alta, e de fato até da classe média, percebem que, na realidade, Londres se estende em duas cidades, a acima e a abaixo. Antigamente, havia muitos rios que desaguavam no Thames. Eles foram cobertos à medida que a cidade crescia, e serviram de esgoto até a grande epidemia de cólera ponto, depois disso um novo sistema de esgoto foi construído para levar os dejetos até o alto mar. Mas, mesmo assim, os velhos rios permaneceram. E então os trilhos do metrô foram colocados sobre eles!
E para tudo isso precisava assim de túneis e trabalhadores, também. A maravilha era que as cidades se mantinha sobre um queijo suíço de Minas e túneis. Certamente, em tal confusão deve haver passagens que os vilões poderiam usar para sequestrar uma dama abastada em troca de um resgate?
Eu precisava investigar a estação de metrô de Baker Street.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O caso do adeus cigano - Os mistérios de Enola Holmes
AventuraEnola descobre que a duquesa Blanchefleur desapareceu. Durante sua initerrupta procura, se depara com uma cigana que possui um colar muito conhecido. Enquanto isso, Sherlock é chamado até a mansão para averiguar um pacote misterioso. E Mycroft zela...