Prólogo

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O inferno estava movimentado como sempre, demônios se matavam ou apenas viviam, havia explosões e roubos por toda parte, além de muitos locais de prazer estarem abertos para o entretenimento das almas condenadas. Para seus habitantes, estava de noite, o horário perfeito para pecados serem cometidos sem freio, mas entre todo esse caos estava alguém que caminhava tranquilamente pela calçada; seus longos fios azulados quase tocavam o chão, seus passos eram despreocupados e seu olhar era de indiferença.

Se fosse totalmente superficial, muitos demônios teriam desejos perversos com a figura feminina, pois suas vestimentas faziam questão de expor seu belo corpo, mas ninguém ousava olhar para ela com segundas intenções. Todos os veteranos sabiam muito bem quem ela era e alguns acabavam avisando os jovens, mas alguns novatos cometiam o erro de encará-la com malícia e eram castigados com sons terríveis em seus ouvidos, quase destruindo seus tímpanos, outros eram simplesmente congelados virando estátuas de gelo e sendo destruídos logo em seguida.

Com um longo suspiro de desgosto, a mulher entrou em um dos vários locais de prazer, suas expressões de desconforto e desgosto eram óbvias, mas ela logo começou a disfarçar quando localizou quem procurava. Ela andou em passos rápidos até um local que parecia um pouco privado, roubando a bebida de alguém no caminho, então se sentou no grande sofá onde um demônio estava esparramado sozinho. Seu sorriso era de pura malícia, na verdade, tudo em seu ser expirava malícia, com a exceção de seu corpo de mariposa azul.

-- Você veio! -- ele se pronunciou, sem encará-la, a mesma apenas se deliciava com a bebida. -- Estou surpreso.

-- Se realmente estivesse surpreso, não estaria aqui sozinho. -- sua voz soava como se estivesse falando em um microfone, aumentando e diminuindo seu tom aleatoriamente. -- O quê você quer, Valentino?

-- Apenas quero que aproveite a noite comigo, nada demais! -- ele a encarou, percebendo pequenos símbolos de música flutuarem perto da mesma. -- Não digo no sentido que está pensando, mas se quiser, eu estou ao seu dispor!

-- Quando o inferno congelar, talvez eu te dê uma chance. -- ele riu. -- Eu só vou aceitar ficar aqui te aturando porque estou em dívida com você, mas não abuse do meu bom humor!

-- Você está de bom humor? Isso é uma raridade! -- ele sorriu mais ainda, se ajeitando no sofá para ficar mais perto dela. -- Sabe, eu andei pensando, nós não somos muito amigos, não é?

Ela não respondeu, apenas terminou de tomar sua bebida.

-- Naturalmente você é muito estressadinha sobre o meu negócio, isso torna nossa relação difícil! -- diz colocando uma mão no braço dela, fazendo carinho enquanto o corpo dela se arrepiava involuntariamente.

-- Nós dois temos opiniões diferentes sobre negócios e relações! -- ela respondeu, segurando a mão que ele usava para lhe tocar.

-- Não éramos muito diferentes quando você chegou aqui!

-- Aquele tempo já passou, Velentino! Aceite!

-- Está bem, como quiser! -- ele desistiu, se livrando do aperto dela e deitando-se de forma preguiçosa no sofá. -- Não quero que você fique brava! Bem, pelo menos não agora.

Ela nada respondeu, apenas invocou uma garrafa perto de si e encheu seu copo novamente, ela queria estar pelo menos bêbada naquele lugar, assim ela poderia aturar o local sem reclamar. A atenção dela logo foi levada para o palco quando as luzes se apagaram e uma teia de aranha rosa brilhou na pequena elevação, estava na hora de uma apresentação, a iluminação logo voltou para o palco quando uma música começou.

-- Eu vou superar~~! -- a voz soou estranhamente boa para a mulher.

Ela conhecia muito bem aquele demônio aracnídeo, ele possuía uma grande reputação de pornografia no inferno, além de que ela também já o viu muitas vezes com o Valentino, o mesmo também falava bastante dele as vezes. Ela tinha dó do rosado por ter que aturar o ser ao seu lado. Como havia gostado da voz do apresentador, a azulada moveu os dedos fazendo uma estranha energia azul cobri-los, então a música no local começou a tocar mais alto e acompanhar perfeitamente o demônio aracnídeo, deixando-a satisfeita.

Valentino facilmente percebeu isso, mas decidiu ignorar, estava ocupado com seu demônio e fez questão de droga-lo com sua fragrância. Isso foi o suficiente para animar mais Angel Dust, que estava apresentando, e o mesmo dançava sem parar enquanto cantava. Ver Angel dançando no palco despertou lembranças ruins na azulada, a mesma também já havia sofrido nas mãos de Valentino quando era nova no inferno, mas agora ele não podia fazer mais nada contra ela, nem ele e nem ninguém. A garrafa dela logo acabou e ela invocou mais duas, ainda estava estranhamente sóbria e se incomodava um pouco com as companhias de seu amigo ao lado, sendo tanto homens quanto mulheres, e todos com pouca roupa.

Enquanto bebia direto da garrafa mesmo, uma estranha fragrância chegou até seu nariz e a azulada acabou cheirando-a, era uma fragrância estranhamente doce e viciante, mas ela sabia de quem era, encarou o dono enquanto o mesmo apenas deixava seu sorriso maior. Valentino queria que ela se solta-se, tendo uma ideia do que aconteceria depois que ela deixasse de ficar sóbria.

-- Filho da p***.... -- ela murmurou, cedendo aos efeitos do aroma.

Music Demon (Hazbin Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora