Capítulo 05

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-- M-me desculpa.. -- sussurrei, assustada.

-- Nós tínhamos feito um acordo, chama azul! -- ele puxou a corrente presa em meu pescoço, forçando-me para perto do mesmo. -- Você faria um espetáculo e encheria o meu bolso de dinheiro hoje, então eu deixaria você em paz por uma semana, mas parece que você esqueceu de controlar esse seu lado explosivo!

-- Eu juro que isso não vai acontecer de novo, por favor! -- implorei, era simplesmente lamentável. -- Por favor, Val!

-- Desculpa, querida! -- ele fez carinho em meu rosto, seu sorriso aumentando em pura malícia. -- Mas tratos são tratos, então vou fazer questão de dar motivos para você se sair melhor na próxima vez!

Tentei fugir enquanto o escutava rir, mas estava presa com ele dentro de sua limusine, sozinhos, sem contar com a presença daquela corrente em meu pescoço que ele fazia questão de colocar quando estávamos sozinhos; com um puxão, ele me derrubou no chão e tirou todo o meu ar, fazendo-me tossir alto enquanto ele pegava meu corpo indefeso, colocando minha parte superior em cima do banco enquanto meus joelhos tocavam o chão do veículo, tentei me levantar, mas ele segurou meus braços e com os outros rasgou meu vestido, passeando suas mãos asquerosas pelo meu corpo.

-- Por favor, Valentino! Por favor! -- estava chorando, desesperada, mas sabia que nada disso iria fazê-lo parar.

Ele nunca parava enquanto não estivesse satisfeito, o que também demorava.

Então tudo se repetiu. Aquilo doía, ele não se importava comigo, o importante era o prazer que ele sentia enquanto me violava, divertindo-se com meus gritos de dor quando era violento, o que era praticamente todas as vezes, suas mãos nojentas alisavam meu corpo enquanto continuava segurando meus pulsos; com muita sorte, eu desmaiava, mas isso apenas acontecia no começo, depois eu comecei a entrar em um estado de dormência, ainda ficava consciente e via o que ele fazia comigo, mas quase não sentia nada. Desejava tanto encontrar uma arma que pudesse me matar, acreditava que era a única forma de me livrar disso, mas, uma vez, quando quase consegui isso, ele descobriu e me castigou tanto que não conseguia pensar em mais nada além da dor; ele estava destroçando minha alma aos poucos.

-- Você sempre será minha, Kira!

{☆☆☆}

Acordei em um pulo enquanto queimava tudo ao meu redor, destruindo mais uma vez o apartamento, demorei alguns segundos para perceber que era apenas uma lembrança, suspirando um pouco aliviada, apesar de não estar totalmente livre desses pesadelos. Depois de me acalmar, vesti meu vestido de sempre e tentei consertar o estrago que tinha feito sem querer, o que não funcionou muito, então apenas saí e fui para o bar mais próximo dali, que estava cheio como sempre, mas não demorou muito para mim ser servida com três garrafas de vodka e um pózinho, apenas dei meu dinheiro para o dono e comecei a beber diretamente da garrafa, ignorando a queimação na minha garganta, ainda estava sentindo a sensação do pesadelo e aquilo tornava a queimação brincadeira, deixando-me irritada ao ponto de derreter a garrafa quando terminei de beber, não demorando muito para começar a beber outra. Quanto mais rápido eu ficar bêbada, mais feliz vou ficar nessa merda, infelizmente não vou conseguir uma boa foda graças à presença do pesadelo, mas a bebida e droga já me deixava feliz.

Quando estava prestes a pegar a embalagem onde estava a droga, uma mão ficou em cima antes que eu pudesse tocar, me assustando por estar desatenta, mas rapidamente identifiquei a mão e fiquei um pouco nervosa, subindo meus olhos até o rosto daquele demônio avermelhado; esse encontro estava sendo bem aleatório.

-- Se eu não te conhecesse, diria que está afogando seus problemas, senhorita! -- ele disse, aquele som de rádio fazia eu me lembrar da minha própria voz.

Music Demon (Hazbin Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora