É quando o frio espreita nossa janela,
Que lembramos que precisamos estar aquecidos.
É quando a escuridão nos envolve,
Que nos lembramos de procurar alguma luz.
É o maldito labor do relógio nos mostra,
Que não temos tanto tempo ao nosso dispor.
É quando estamos perdidos no caminho
Que nos lembramos da estrada que deixamos de seguir.
É quando estamos solitários,
Que nos lembramos das pessoas que afastamos para sempre.
***
Os gritos incessantes que nos confundem,
Faz-nos implorar pela orquestra do silêncio.
As lágrimas que rolam em nosso rosto,
Ofuscam os olhos que brilhavam outrora.
***
Os campos verdes em nossa alma, que cultivam as sementes do amor,
São consumidos pelos ramos daninhos do ódio que nutrimos.
O barco das virtudes que ostenta velas brancas e navega sobre as águas do espírito,
Perde-se nas tempestades negras dos vícios que respiramos nos dias cinzentos.
***É quando nossa consciência vem cobrar nossos equívocos,
Que sentimos o peso da culpa e o amargo gosto do remorso.
É quando vemos a fome em nosso portão,
Que lembramos o gosto do alimento que tínhamos ontem.
É quando compartilhamos nossa existência com outrem,
Que obtemos a medida da nossa bondade.
É quando nos deparamos com nossa própria insignificância e mediocridade,
Que inventamos um deus que nos ama,Porque já não podemos nos amar.
Um criador que lava a podridão de nossas almas,Para que no mar de maldade nós mesmos criamos,
Não venhamos a nos afogar.
Hugo Roberto Bher
#O Poeta do Escuro
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Sobre Mim e Sobre Você
Misteri / ThrillerSobre as coisas que damos valor após passarem!