Liam nunca esperou que aquele dia chegasse, mas chegou e agora seu filho, Hakim, quer conhecer o pai biológico.
Ou aquela onde Zayn está numa merda de relacionamento quando alguém do seu passado bate na porta.
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Zayn não devia se sentir assim porquê o que houve era algo esperado, sua existência foi definida por esse tipo de situação, coisa que infelizmente não evitou que se coração se partisse em mil pedaços, ele não queria ir, mas seus pés o levavam pra longe a cada instante.
Ele se tornaria uma lembrança vaga, alguém desimportante à medida que Hakim se tornasse um adulto crescido e tudo bem?... Quer dizer, ele se conformou a catorze anos atrás, ele sabia que nunca mais iria encontra-lo, mas encontrou, conviveu e agora a sensação de rompimento era como da primeira vez, quando teve que largar seu bebê porquê essa, dentre todas, era sua melhor opção.
"Idiota" resmunga, limpa a bochecha úmida e inspira fundo; o céu tá nublado e há uma corrente fria de vento cortando pelo Leste.
Ele está sozinho, com trezentos dólares roubados e um casaco de inverno, seus pés estão nus e seus joelhos a mostra.
No fim da rua ele se vira, a casa n°202 parece não sentir sua falta e porquê sentiria? Ele não é nada, completamente insignificante. É melhor pra todos, pra todos.
RIVER NORTH – Chicago, casa n°202.
— ...Te disse pra ficar lá em cima, moleque – Liam fala, Hakim (do último degrau da escada) olha pra ele, cenho franzido, nariz remelento, ele tem a boca pequena torcida, os olhos âmbar lacrimejados, Liam balança a cabeça, não vai voltar atrás, não importa o que.
Essa é sua vida, sua casa. Hakim é seu filho, sua prioridade e, definitivamente, ele não vai pôr a segurança do garoto em segundo plano por alguém que- porra, ele mal conhece o cara... Robbie tinha razão, Zayn tem um histórico criminoso, é um viciado, as cartas estavam na mesa o tempo todo, mas ele não quis ver, foi sua culpa, sua culpa que aquele homem invadiu sua casa, sua culpa por ter se deixado levar pela necessidade de dar a Hakim tudo o que ele precisa..., mas acabou, fim, não vai mais acontecer.
Ele não vai permitir.
— O senhor diz pra eu não fazer coisa idiota precipitadamente e tá fazendo exatamente isso agora – Liam tira os olhos do chão, levanta a cabeça e o encara sobre os ombros, tá cansado, exausto física e psicologicamente.
— Sei o que é melhor pra você... – sua voz é um tom grave baixo e, Hakim nega com um balanço de cabeça, ele parece acuado, mas muito valente — Pode ficar com raiva o quanto quiser, seu direito, mas não volto atrás, ele tá fora.
— ...E eu não tenho uma palavra sobre isso? Não pode me ouvir?
— Não – derrama — Você não vai me convencer – Hakim parte a boca, desliza os pés pra perto do pai e o encara profundamente — Agora me ouve que eu só vou falar uma vez, você não vai mais procura-lo, eu não deixo, tô te proibindo e se souber que me desobedeceu vai ter consequências, escutou?
— Pai – começa, seus olhos duas boletas brilhantes — O senhor tem que saber que ele fez tudo que podia pra me proteger, ele ficou na minha frente pra evitar que aquele maluco me tocasse, ele se import-
