🍊 - Ela.

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Passando página por página, Levi silenciosamente faz suas anotações e escreve organizadamente na sua apostila e livro dados por sua faculdade; seus dedos calejados passam pela extremidade da folha que estava levemente dobrada para dentro e em segu...

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Passando página por página, Levi silenciosamente faz suas anotações e escreve organizadamente na sua apostila e livro dados por sua faculdade; seus dedos calejados passam pela extremidade da folha que estava levemente dobrada para dentro e em seguida, ele olha para sua namorada, Petra, que observa atentamente o homem o garoto estudar.
Algo na presença dela fazia ele se sentir agoniado, sujo e ansioso, desde que o namoro começou ele não passou um dia sequer sem se sentir assim. Levi amava Petra, mas ao mesmo tempo ele sentia uma necessidade perversa de amarrar a ruiva e deixar ela para apodrecer no porão de sua casa.

Toda vez que alguém entrava em sua casa, Levi se sentia imundo e com a presença de Petra não foi diferente, no instante em que a menina saiu o homem limpou sua casa mais uma vez. Tudo etiquetado, cores seguindo um padrão que não o deixasse nervoso, seus livros estavam enfileirados perfeitamente, sua cozinha estava impecável e tudo em sua casa estava alinhado como sempre, mas mesmo assim ele se sentia desconfortável.

Ele limpava, bagunçava e então limpava novamente.

Foi um ciclo doentio.

No final ele acabou na frente de seu notebook com uma xícara de chá ao seu lado, no seu Instagram e Facebook ele procurava pelo mesmo nome sempre "Mary Morgenstern", sempre havia nomes parecidos ou variações, mas ele nunca te achava. Isso virou uma obsessão, ele sempre fazia isso no mesmo horário e tomando o mesmo chá preto em sua xícara branca. Ele sempre se sentia mal no final de sua busca, então ele voltava á estudar sobre anatomia ou história.

Sua vida era uma rotina entediante para todos os outros, menos para ele.

Levi suspira, coloca as suas mãos entre seu cabelo perfeitamente cortado e toca na gaveta ao lado da mesa de seu notebook, numa gaveta com fundo falso estava seus medicamentos e papéis de seu psiquiatra e psicólogo. Transtorno Obsessivo-Compulsivo é o nome de sua doença, depois de muito tempo vivendo sem medicação e sem cuidados ele pensou que isso fosse apenas um traço de sua personalidade, mas Petra insistiu que ele procurasse um psiquiatra e aqui estava ele, ansioso porém medicado.
Saindo da cadeira em que o mesmo estava, ele agarra dois comprimidos e dá um gole em seu chá enquanto os toma, Levi sabia que isso era errado, mas ele não se importava o suficiente.

Deixando o chá de lado, o homem passa ao lado de seu cesto de roupa suja e agarra firmemente enquanto faz uma cara de nojo ao sentir o odor que para os padrões dele, era horrível.
Calçando os sapatos que Levi deixou na entrada de sua casa, ele fecha a porta com o pequeno cesto em mãos e segue rumo á lavadora ao lado de sua casa.

Era pouco frequentada e ele se sentia como se fosse o único á frequentar aquele lugar, por algum motivo ele se sentia seguro ao deixar suas roupas naquele lugar já que a dona do lugar sempre seguia suas instruções de como secar e lavar.
Ao entrar no estabelecimento Levi observou o lugar como sempre fazia, parecia uma espécie de ritual e a velhinha que era dona não se importava com o comportamento de Levi, ela sempre falava para o homem que se tivessem homens como ele na época dela, todas as mulheres já teriam se casado.
Ele esperou que a senhora estivesse lá, mas no balcão estava uma menina com um boné preto, seu cabelo loiro preso em um coque preguiçoso, um tapa olho e blusa de frio gola alta. Levi estranhou e até levantou a sobrancelha ao entrar, o homem até sentiu uma fragrância familiar que não era só da loja, vinha da garota também.

Ao entregar o cesto de roupas, ele sentiu a mão da garota tocar a sua, era macia e dava uma sensação de limpeza e pureza. Para ele foi inevitável soltar um "Tch" e puxar sua mão, mesmo com uma sensação boa ele ficava desconfortável com toques que poderiam ser evitados, isso não iria mudar magicamente.
A menina então faz um suspiro de surpresa e levanta a cabeça, seus lábios avermelhados se curvam e ela finalmente fala:

— Me desculpe por isso, senhor – era aquele sotaque alemão familiar, estava quase impossível de distinguir mas Levi conseguia ver perceber muito bem. — Seu nome... seu nome é Levi, não é?

Naquele momento, Levi sentia como se tivesse ganhado na loteria. Com os olhos arregalados ele viu a garota tira o tapa olho branco e tirar o boné de sua cabeça, era Mary, a garota que ele passou metade da sua vida procurando. Quase imediatamente uma sensação boa surgiu, como se fosse uma droga a sua pupila dilatou e ele sentiu a euforia percorrer pelo seu corpo, mas toda essa sensação havia diminuído rapidamente.

O olho que estava coberto pelo tapa olho estava roxo e inchado, parecia doloroso só de olhar e Levi pensou no pai de Mary imediatamente. Ele pela primeira vez em anos tremeu, ainda olhando para a loira o homem fala sem perder a postura apesar da ansiedade:

— Mary – ele fala friamente, sua mente estava travando uma batalha que envolvia o medo do abandono e rejeição mas Levi nunca demonstraria isso.

— Você ainda se lembra de mim! – a menina sorri mostrando seus dentes todos, ela não mudou nada com o passar do tempo, ainda agia e se parecia com uma criança. — Eu... Já faz muito tempo, a gente tem tanta coisa pra falar! Levi, eu senti sua falta!

Naquele momento, algo dentro de Levi se quebrou em pedaços.

𝐌𝐚𝐫𝐲 - Yandere! Levi Ackerman.18+Onde histórias criam vida. Descubra agora