🍊 - Antes de eu e você.

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Mary não gostava muito do seu pai e isso era um fato. O homem de 35 anos era um fardo, a garota pensava que ele era assim por ser pai solo e por ter engravidado sua mãe quando ele também era muito novo, mas nada justificava o comportamento dele.

Toques.

Socos.

Mordidas.

Seu corpo estava repleto de contusões e sua menstruação não havia descido, isso tudo por causa do soco que ele te deu no estômago.
As vezes você se deitava em sua casa e pensava sobre sua vida, talvez você merecesse isso e talvez fosse um castigo divino. Deus havia desistido de você? Se sim, por que ele não tira sua vida logo? Suicídio estava fora de questão, segundo seu pai você iria arder no inferno se tentasse.
Você só precisava descansar, sumir e ir morar em algum lugar longe.

Foi um milagre seu pai ter deixado você fazer faculdade, claro que você implorou muito e depois sofreu com as consequências, mas mesmo assim você seguiu em frente. De manhã você trabalhava numa casa de chá, de tarde você ia para sua faculdade e de noite você trabalhava numa lavanderia perto de casa - uma rotina infernal, mas você fazia de tudo por si e pelo seu pai.

Apesar de tudo, você ainda pensava em Levi.

"Ele ainda se lembra de mim?"

"Ele pensa em mim?"

Você se derretia na ansiedade á cada pensamento, o pânico subia pelo seu corpo só de lembrar dele. Foi uma paixão infantil, mas você não havia superado e nem achado alguém para tapar o vazio.
Então quando você viu Levi na lavanderia, você ficou feliz. Ele parecia frio e estava com um aspecto deprimido, mas ele continuava do jeito que você se lembrava. Então você se perguntou: "Ele já achou alguém que não seja eu?"

Mais uma vez você ficou ansiosa e se deixou levar pela conversa, ele não parecia sequer interessado e você deduziu que ele estava incomodado com você. Você estava errada em pensar assim.

[ 🍊 ]...

Um gemido de dor sai de seus lábios, pequenas lágrimas saem de seu rosto enquanto você se move na cama de Levi com a coberta cobrindo apenas sua região íntima. Você chorou de dor e nojo pelas contusões em seu corpo, mas ele te tratou como se você fosse uma obra de arte.
Levi deixou suas próprias marcas em seu corpo; um chupão sobre seu seio, uma mordida no seu pescoço e a vermelhidão entre suas pernas.

Mas mesmo assim, você chorou.

O sangue de sua virgindade escorria pelas suas pernas, você procurava qualquer reação em Levi mas ele permanecia apático.
Com os olhos marejados, o homem beija suas costas e te abraça fazendo um "shhh" baixinho:

- Pare de chorar, você parece uma criança - ele fala, traçando os dedos por seu corpo e dobras.

Mary se afundou lentamente nos braços de Levi, a menina parou de chorar mas por dentro ela se sentia vazia mesmo depois de ter sido preenchida por 2 horas e meia. Irônico, não? Apático, Levi olha para seus lençóis brancos sujos de sangue e murmura:

— Vão manchar.

— Você é estranho, Levi... – você firma os lábios e suspira baixinho enquanto se acomoda na cama. — Depois de tudo isso você ainda se preocupa com os lençóis.

Um silêncio se instala no quarto, até que o barulho do zumbido de seu celular chama sua atenção: seu pai estava ligando. Seus olhos dourados se arregalaram, instantaneamente você pegou suas roupas espalhadas e colocou rapidamente suas roupas em seu corpo novamente — por que seu pai estava ligando?
Pegando o celular, você atende com o olhar marejado pela ansiedade e medo:

— P-papai? — você fala.

— A dona da lavanderia ligou e perguntou porquê você não foi trabalhar hoje, o diabos você está sua putinha?! — o homem grita.

— Estou na casa de um amigo, já estou saindo... eu juro.

[ . . . ]

Quando você chegou em casa, ofegante e com cheiro de sexo, seu pai já sabia muito bem o que havia acontecido. Ele estava bêbado, você conseguiu detectar isso pelo bafo podre que ele emanava enquanto gritava com você.
Foi num surto de raiva que ele agarrou seu cabelo e bateu com seu cabeça na parede, você desmaiou e recobrou a consciência no mesmo instante.
Ele continuava batendo em você, um soco foi dado em seu olho deixando o mesmo roxo — nesse momento você pensou que iria morrer.

Enquanto você gritava para ele parar, o homem mais velho puxou seu braço e destendeu o membro, fazendo você gritar e chorar com mais força enquanto ele desferia golpes em seu estômago:

— Papai, eu não vou menstruar, para! — você gritou em vão.

Essa foi a sua única preocupação naquele momento, você queria que ele apenas acabasse com seu sofrimento ou que um cavaleiro de armadura brilhantes viesse te salvar.

Mas nada disso aconteceu, a vida não é igual nos filmes da Disney.

𝐌𝐚𝐫𝐲 - Yandere! Levi Ackerman.18+Onde histórias criam vida. Descubra agora