Uma vez acreditei ser um girassol
Acreditei que a lua poderia me ofuscar
Mas, quanto mais perto do anzol eu chegava
Mais eu percebia que nada me impediria de brilhar
Uma vez acreditei ser uma rosa
Que os meus espinhos poderiam machucar
Em apenas 5 minutos de prosa
Percebi que o problema não era o jeito de me expressar
Uma vez acreditei ser uma margarida
Que, por um pé, foi esmagada
E, mesmo que pareça que chegou o meu momento de perecer
Sei que, de novo, poderei florescer
Uma vez acreditei ser uma orquídea
Que a energia de uma árvore estaria sugando
O problema nunca foi eu, nem você
Talvez seja por isso que o mundo continua girando
Uma vez acreditei ser uma flor-de-lótus
Aguardando pela minha purificação
E, mesmo que ela nunca tenha chegado
Nada tira essa paz do meu coração
Uma vez acreditei ser um copo-de-leite
Acreditei que o meu momento nunca iria chegar
Que o meu talento seria só um enfeite
Mas finalmente chegou minha hora de mostrar
E é aqui que eu enterro todas essas flores
Pois eu sei que não sou nenhuma delas
Dê à vida menos dores e mais amores
E receba em troca todas as coisas belas
