Capítulo Sete

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O barulho do meu despertador fuzilava meus ouvidos com as batidas de uma música

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O barulho do meu despertador fuzilava meus ouvidos com as batidas de uma música. Meu cérebro dizia que eu tinha que levantar, meu corpo queria continuar deitado e meus olhos só queriam ficar fechados. Era uma luta interna contra cada um de meus membros, e meu corpo teria ganhado se meu cérebro não tivesse reconhecido o barulho, que não era do despertador e sim de uma chamada telefônica.

"Quem diabos está me ligando uma hora dessas?" - Resmunguei, tentando ver o nome da criatura que me incomodava.

Meus olhos dificilmente focavam, fazendo-me perceber apenas depois que se tratava de Bety.

"Cecília? Oi, que bom que estou falando com você." - Reconheci imediatamente a voz de Breno.

"Você não pode ficar falando assim, Breno!" - A voz de Bety também surgia do aparelho, como se estivessem tendo uma disputa de quem pegaria o celular. - Você tem que descansar!

"Oi, Cecília, tudo bem?" - Bety parecia ter ganhado a disputa, já que eu ouvia apenas sua voz claramente agora. - "Ele acordou querendo falar com você logo e está bem agitado, como pode ver."

"Estou percebendo mesmo." - Clara virou o corpo para meu lado no colchão em que estava deitada, supostamente se sentindo incomodada pelo barulho da conversa.

"Mãe, você poderia pelo menos avisar a Letícia que... - Aquela sua frase saiu pela metade.

"Que Letícia, filho?" - Bety interrompeu-o.

Que Letícia, Breno? Quem é Letícia, Breno?

"Avisar a Cecília que está tudo bem e dizer pra ela vir me ver." - O ouvi novamente dizendo ao fundo.

Percebi que Bety também ficara pensativa, mas voltou ao celular.

"O Breno disse que..."

"Que é pra eu ir visitar ele!" - Completei a frase.

"Isso mesmo que ele disse." - Ela falou com a voz fraca. - "Mas agora o recado está dado. - Ela se despediu e encerrou a ligação, enquanto eu percebia os olhos curiosos de Clara me analisando.

- Então quer dizer que ele acordou?

- Sim! E disse também pra ir vê-lo.

- E você vai?

- Eu não sei...

- Como você é teimosa e não adianta falar nada, é melhor que vá depois da escola.

- Eu estava pensando em faltar, Clara.

- Cecília, se nem no dia que sua mãe se mudou você ficou em casa para passar o tempo com ela, faltará logo hoje? Esqueceu que estamos na semana de prova? E, de qualquer jeito, terá que enfrentar isso algum dia.

Cruzei meus braços em discordância, furiosa por mesmo assim ser praticamente obrigada a ir. Se no dia anterior mesmo eu havia explicado a minha mãe que não poderia faltar por causa das provas, que não iriam ser repetidas, aparentemente naquele dia é que teria de ir mesmo.

Letícia é uma vadia mimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora