Capítulo Dois

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A preocupação fez com que eu me esquecesse completamente da vergonha que acabara de enfrentar, e toda aquela confusão deu lugar apenas ao corpo de Breno caído no chão

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A preocupação fez com que eu me esquecesse completamente da vergonha que acabara de enfrentar, e toda aquela confusão deu lugar apenas ao corpo de Breno caído no chão.

— Meu Deus! — Tentei virar seu corpo, que estava para baixo.

Ele estava sangrando e se encontrava desacordado, eu não sabia a gravidade da situação, mas mesmo assim meu desespero batia forte no peito.

Eu realmente não sabia o que fazer, já havia discado alguns números de emergência e todos diziam a mesma coisa, que era só aguardar, que já estavam a caminho.

Aqueles monstros saíram sem nem sequer demonstrar arrependimento, correram quando viram seu corpo estirado no chão sem respostas, enquanto as meninas permaneceram apenas quando o circo estava pegando fogo.

Naturalmente, pelo ocorrido, foi se formando mais um grupo de pessoas no lugar em que dizíamos ser reservado, notoriamente todos estavam ali por curiosidade, já que nenhuma das pessoas ofereciam algum tipo de ajuda. Eu as encarava e depois olhava fixamente para Breno, me lamentando por ter encontrado com Jorge justamente na saída do colégio.

— Com licença! Vocês podem sair do caminho? — Uma voz no meio das pessoas me chamou atenção, desfazendo meus pensamentos de arrependimento. — Não percebem que estão atrapalhando a passagem? — Um garoto desengonçado tentava passar entre as pessoas, ele parecia bravo e começava a aumentar o tom de sua voz, mas assim que conseguiu passagem e me viu no chão, parou imediatamente de falar. — Bom, me desculpe, não achei que fosse algo tão sério. — O menino se mostrou arrependido pelo seu ato repentino, enquanto eu lamentava minha falsa esperança de ser alguém da emergência. — Eu pensei que fossem apenas as pessoas atrapalhando o caminho, sei lá, por briga ou implicância, as pessoas de hoje em dia são tão estranhas! — Ele continuou a tagarelar, enquanto eu o achava estranhamente esquisito.

— Até que você não está tão errado assim. — Desviei os olhos de Breno para o menino, que aparentava ser da minha idade, virando-me de relance pra ele, que me olhou através de seus óculos de grau, não parecendo compreender minha fala. — As pessoas nem se importam mais umas com as outras, estão todas aqui apenas por curiosidade. — Expliquei, apontando disfarçadamente para as pessoas enquanto ele se mantinha perto.

— Por que não tenta manter a cabeça dele tombada para o lado? — Ele mudou o assunto, focando atentamente em Breno. — Para que ele não sufoque com o sangue.

Sabendo que o garoto estava certo, tentei mudar a posição da cabeça de Breno e, vendo minha dificuldade em movimentá-lo, ele me ajudou a colocá-lo de um jeito melhor.

O garoto procurou algo em sua bolsa, tirou um celular de dentro e discou um número já salvo nas ligações, enquanto olhava atento para o rosto de Breno.

— Estou tentando falar com o pronto-socorro.

— Já liguei para eles, mas estão demorando demais.

Letícia é uma vadia mimadaOnde histórias criam vida. Descubra agora