Cinders and Ashes - ziam

2. Florescer

Liam não podia demorar mais. Ele tinha que tentar fazer Tanglewood florescer ou sua vida seria perdida. Então ele soltou um suspiro trêmulo e indicou que estava pronto para começar.

Ele sabia que seria uma causa perdida explicar a seu padrasto que se ele estendesse sua magia de cura para as propriedades próximas, sua propriedade poderia se beneficiar, pois mais vida voltaria ao redor.

Mas Lorde Harry Styles  era um homem mesquinho e nunca permitiria isso. Mesmo assim, Liam também não roubaria das propriedades vizinhas. Então isso significava que ele teria que usar mais de sua magia e esperar que fosse o suficiente.

Liam fechou os olhos. Ele podia sentir a frieza da terra recém-revolvida contra seus joelhos. Suas calças esfarrapadas eram finas e gastas e a umidade infiltrava-se em sua pele. Felizmente, o sol da primavera estava quente, embora o vento da Floresta Lupin fosse frio.

Ele estendeu a mão e cuidadosamente atraiu a vida na terra como se fosse um potro arisco. Ele juntou toda a vida à sua frente e lentamente alimentou sua magia nela.

Ele persuadiu aquela vida contra seu peito, deixando-o preenchê-lo até que ele sentiu que poderia florescer assim como a terra iria florescer nas próximas semanas e meses.

Seus olhos permaneceram fechados, mas ele ainda podia ver um traço da luz dourada que o inundava através de suas pálpebras. Era a mesma cor que se via ao olhar para o sol com os olhos fechados.

Conforme ele trabalhava, a piscina ficava cada vez maior. Espalhou-se dele em ondas. Ele vagamente ouviu seus meio-irmãos suspirarem quando a piscina os alcançou.

Mabel, a cozinheira da Mansão Tanglewood, disse a ele que quando sua magia a tocou, todos os pelos de seu corpo se arrepiaram e por dias depois disso ela chocou a todos que tocou.

Mas valeu a pena, pois ela afirmava que também fez cessar as dores do reumatismo e deu um salto aos seus passos. Ela também brincou com ele, dizendo que mais bebês foram concebidos logo depois que ele abençoou a terra, como ela a chamava.

Suas bochechas sempre ficavam vermelhas quando ela dizia isso. Mas, ele tinha que admitir, ela não estava mentindo. Ele próprio vira provas disso com pessoas e animais da propriedade.

Seu corpo estremeceu quando houve uma forte parada em sua habilidade de atrair mais vida para ele. Não havia o suficiente, exatamente como ele temia! Ele abriu as pálpebras. A luz dourada girou em torno dele na forma de glifos e runas. Seu olhar se ergueu para a parede mais uma vez.

Você é a causa disso? Liam pensou.

Liam não tinha certeza se estava perguntando à Muralha ou ao feérico além dela.

Você não conhece o sofrimento aqui? Liam exigiu mentalmente.

Não houve resposta, é claro.

Você abandonou a terra. Você me abandonou... A mim, Liam chorou internamente. Se você não vai me ajudar... O que estou dizendo? Você nunca me ajudou! Nem uma vez!

A raiva girou dentro dele novamente e a luz dourada ficou vermelha. Mas ele sentiu algo vindo da Parede. Ou não. Não da parede. Além disso.

Vida! Quanta vida! Liam engasgou. Eu só preciso de um pouco! Só mais um pouco para fazer Tanglewood florescer.

Ele pensou no que seu padrasto havia lhe dito: para tomar, se ele precisasse. Mas ele também sabia que seria um roubo. E os feéricos não reagiram bem a quem os roubou. Mas eles saberiam? E, se o fizessem, eles olhariam além de sua muralha?

Afinal, nenhum humano tinha magia e havia, supostamente, apenas humanos agora deste lado da Parede. Mas se eles o procuraram e o encontraram, ele era um feérico, assim como eles. Bem, um meio-sangue, com certeza! Mas seria um roubo, se ele tomasse um pouco do lado feérico? O feérico não devia isso a ele? Seu pai não devia a ele?