Nosso Segredo- Imagine Mitsuya

Capítulo I

[Nome] encontrava-se relaxando em sua banheira de hidromassagem retangular em acrílico. Quem a visse diria que a mesma contemplava a bela vista que a janela gigantesca lhe proporcionara, sem preocupações, pois a vida que tem é a qual qualquer garota sonharia em viver.

 Mas a verdade, meus caros, é que a jovem odiava todo o luxo a qual vivia cercada, repudiava olhar seu reflexo no extravagante espelho vintage pendurado em sua parede, detestava ver-se toda enfeitada, porém, tinha que aceitar tudo calada.

 Ao contrário do que muitos pensam, ela não nasceu em berço de ouro, não, muito pelo contrário. A origem da família Yakamana é desconhecida para muitos, se não todos. Seus pais fizeram questão de apagar qualquer vestígio de que um dia já estiveram na pobreza, eles repudiavam lembrar do passado, tocar neste assunto é como quebrar uma regra gravíssima, esse foi um dos motivos pelo qual a garota, quando nais nova, sofria punições.

 A pobre garotinha não tinha culpa, ela sentia saudades da época em que era feliz, seria isso muito egoísmo? Almejar a felicidade era ser egoísta? Pobre garotinha, vítima do capitalismo e da ganância sem fim dos pais.

 O cansaço era visível em seu rosto angelical, olheiras grandes marcavam logo abaixo de seus olhos [cor dos olhos] pelas noites mal dormidas, mas conseguia disfarçar com seu grande amigo cujo é conhecido como corretivo.
 
 Pobre garota que fumava várias e várias carteiras de cigarro sabor cereja antes de dormir para tentar nublar seus pensamentos com a fumaça. Depois que terminava, escovava os dentes, escondia o isqueiro debaixo do colchão e se deitava. Cansada demais para pensar, exausta demais para viver, ela sentia pena de si mesma.

 A moça não acreditava em amor, para ela isso é pura ilusão do nosso cérebro tentando suprir alguma necessidade, não digo apenas no sentido romântico… Entenda como quiser, mas não a julgue, ela é sua própria psicóloga, aprendeu sozinha sobre como colocar absorvente, cresceu carente de amor, atenção e carinho dos pais, hoje ela não sente nada, afinal, como sentir saudades de algo que nunca teve ou viveu?

 Enquanto pensava sobre sua vida ordinária fumou duas carteiras de cigarro, escovou os dentes, escondeu o isqueiro e cansada demais para pensar… Adormeceu.