𝟬𝟬𝟰.

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CAPÍTULO QUATRO, TEMPORADA 2.
o último adeus.

Eu não lembro de muita coisa, foi tudo muito rápido. Quando ouvi Jeremiah no telefone, meu mundo desabou. Eu não sabia de nada sobre a Susannah e não imaginava que chegaria tão cedo esse dia.

Ela prometeu que iria fazer o tratamento..

Imagino o quanto isso esteja acabando com Jere e Conrad.. Além de Steven, Laurel, minha mãe. Todos nós que amamos e sempre amaremos Susannah.

Quando recebi a notícia, Tristan me ajudou, eu me senti péssima por acabar o encontro daquela forma. E acho que até ele ficou sentido, ela era um ser de luz. Levava luz por onde passava.

━ Ei, vai ficar tudo bem. ━ Ren diz baixinho tentando me acalmar, eu não conseguia mais prender às lágrimas.

A cada momento que eu pensava em nela lágrimas e lágrimas escorriam pela minha bochecha. Mamãe, papai, eu e Ren estávamos indo ao enterro de Susannah.

Antes de morrer, ela foi bem específica como queria o seu velório. Especialmente na parte que não queria que ninguém a visse, pelas palavras dela. Ela não estaria bem morta, e se mataria mais uma vez se fosse necessário se as pessoas à vissem daquela maneira.

Ela também não queria choros, ou qualquer sinal de tristeza. Mas parecia impossível, quanto mais chegávamos ao cemitério. Mais meu coração doía.

━ Chegamos.

Todos nós saímos do carro e caminhamos ao local onde seria o velório, de longe avistei Jeremiah, Isabel, Steven, Corand e Laurel. Também havia alguns amigos de Susannah.

Eu corri e fui em busca de Jeremiah e o envolvi com um abraço forte.

━ Eu sinto muito. ━ Sussurrei contendo às lágrimas.

Jere assentiu e me abraçou mais forte ainda, não sei por quanto tempo ficamos abraçados. Mas foi o suficiente para meus pais chegarem até nós.

━ Ela deixou uma caixa para você Jade, também disse que era para você abrir quando estivesse sozinha. E no seu lugar favorito.

Sorri, Susannah sempre tão atenciosa, eu abriria essa caixa o mais rápido possível.

Todos se cumprimentaram, digamos, eu não falei com Conrad muito menos com Isabel. Mas com o resto dei um abraço apertado e meus pêsames.

Durante o velório, notei que Isabel e Conrad estavam de mãos dadas e havia uma aliança na mão dos dois. Meu coração parou, respirei fundo e desviei o olhar. Eu me negava a fazer aquilo de novo.

━ Atrasado?

Me virei para trás e Tristan estava lá, o envolvi com um abraço forte e ele olhou em direção a Conrad percebendo o porquê do meu abraço parecer uma busca de refugio. Não sei se ele ficou mal, porém o Dugray semicerrou os olhos para o Fisher. Que também fez o mesmo.

O senhor que estava dizendo palavras bonitas a Susannah, me chamou para dizer algumas últimas palavras.

━ Acho que.. Eu não sei bem o que expressar nem o que dizer. Susannah foi um ser humano incrível, eu gosto de lembrar dela assim. Gosto de lembrar das nossas conversas, das nossas risadas, e principalmente do olhar dela quando me viu vestida de branco.

Eu simplesmente parei de falar quando o olhar de Conrad se encontrou ao meu, havia lágrimas em seus olhos. Olheiras profundas, e seu cabelo desleixado como sempre.

━ Susannah foi como uma segunda mãe, fez de tudo por cada um de nós. Nos amou com tudo que tinha, e eu a levarei até meu último suspiro comigo. Porque ela me mostrou que você se consegue tudo com força e coragem. Ela me mostrou as melhores coisas desse mundo. Eu te amarei eternamente Susannah.

Joguei minha flor branca em seu túmulo, eu não aguentei, eu chorei. Ela entenderia, eu sei que entenderia. Tristan foi me buscar e me levou para próximo dele e da minha família.

Naquele momento ninguém mais se importava se ela queria que não chorassemos, se despedir de Susannah Fisher foi a coisa mais dolorosa que eu já poderia ter feito.

E para todos aqueles ali também.

Era um dia quente, eu estava deitada a beira da piscina cobrindo o rosto com uma revista aberta. Minha mãe jogava paciência na varanda e meu pai andava de um lado para o outro na cozinha ━ provavelmente não demoraria a sair de lá com um copo de chá gelado e um livro para mim.

Conrad, Jeremiah e Ren tinham passado a manhã toda surfando. Caíra uma tempestade na noite anterior. Conrad e Jeremiah voltaram para a casa primeiro, e os ouvi antes de vê-los. Os dois subiram degraus da varanda às gargalhadas por Steven ter perdido a bermuda depois de é r atingido por um r uma onda forte.

Conrad veio até mim, levantou a revista molhada com o suor do meu rosto e sorriu.

━ Tem palavras coladas na sua cara. ━ avisou.

Eu o encarei, estreitando os olhos.

━ Quais?

Ele se agachou ao meu lado e disse:

━ Não sei ao certo. Deixa eu ver.

E então olhou para meu rosto muito sério. Ele se inclinou na minha direção e me beijou, com os lábios frios e salgados da água do mar.

━ Ei, vocês dois, vão fazer isso em um lugar com mais privacidade. ━ Disse meu irmão, mas eu sabia que ele estava brincando.

Ele deu uma piscadela para mim, se aproximando por trás, levantou Conrad e o atirou na piscina.

Depois se jogou na água também, gritando.

━ Vem Jay!

Claro que eu entrei com eles. A água estava ótima. Melhor do que ótima. Como sempre, Cousins era o único lugar onde eu realmente queria estar.

━ Jade? ━ ouvi um sussurro de Jeremiah me balançando.

Então eu acordei, tinha sido um sonho.

━ Jere? que horas são?

Jeremiah olhou em seu relógio e me contou que faltava dez minutos para onze horas, nunca havia dormido tanto.

Depois que mamãe fez questão de que Conrad e Jeremiah ficassem aqui em casa por um tempo, vivo trancada em meu quarto. E durmo o tempo todo.

Conrad não vai ficar por muito tempo, inicia sua faculdade daqui à um tempinho.

Eu não posso voltar para New York, papai diz que eu não estou bem para isso, e por parte ele está certo. Mas é uma pena que eles não vejam que me deixar na mesma casa que Conrad parte meu coração.

Eu achei que tinha superado todas as dores que ele tinha deixado em mim, até meu olhar se encontrar com ele no enterro de Susannah.

E ela está sempre juntando nós dois, não importa como.

𝐃𝐎𝐍'𝐓 𝐁𝐋𝐀𝐌𝐄 𝐌𝐄, 𝖼𝗈𝗇𝗋𝖺𝖽 𝖿𝗂𝗌𝗁𝖾𝗋. [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora