O Sacrifício da Cerejeira

Capítulo 12

Finalmente, depois de tanto andar, eu cheguei no escritório de Kabuto, mas não exatamente do jeito que planejava.

Sasuke me carregou até uma das bancadas e me colocou em cima dela.

Sim, Sasuke Uchiha, o procurado ninja, me carregou até uma ala médica. Meu rosto só sabia ficar vermelho, por isso fiquei encarando fixamente o chão.

A dor nem parecia mais tão avalassadora.

- Eu sabia que não deveria ter deixado Karin sair. - Ele cuspiu para si mesmo.

O homem alto começou a vasculhar as gavetas do local, as deixando completamente bagunçada, o que não é algo normal de Sasuke.

- Onde ela foi? - A minha curiosidade falou mais alta.

Eu realmente achei que ele me ignoraria, aliás ele não tem motivos para me responder, porém o mesmo o fez:

- Atrás de medicamentos. - Seu olhar voltou a me alcançar, mas eu desviei nervosa. Sempre, não tem uma vez, que Sasuke me olha assim, eu perco a compostura. - Ela não conseguiu reconhecer tudo em sua mala.

Assenti, sabendo que ele não deveria estar mentindo.

Por mais que Karin também seja uma excelente médica, aquela pochete está sem organização nenhuma, fiz isso justamente para confundir quem a pegasse, o máximo que tem é algumas etiquetas, que não explicam muita coisa.

Bem, pelo menos parece que deu certo.

Sasuke, com o olhar ainda em mim, chegou perto.

- De uma escala de 0 a 10, quanto dói? - Seu olhar era preocupado.

Sasuke tinha um negócio surreal, é como se olhar para ele fosse hipnotizante, quase como mágica. E não era apenas por sua beleza, era quase como se tivesse uma força maior me puxando para o olhar mais ainda.

Eu devo ter ficado muito tempo o olhando, pois o mesmo soltou a atadura que segurava e veio ao meu alcance.

Sua mão gélida encostou suavemente em meu ombro.

- Sakura? - Seus olhos estavam um turbilhão de emoções. - Você está bem? Me responda, por favor. - Sua mão foi para minha bochecha, me dando um susto.

Minha garganta pareceu oscilar e eu senti que não conseguiria responder, mas usando uma força vinda do além, eu falei:

- 7. - A minha voz saiu baixa e rouca, o que pareceu preocupá-lo.

Ele assentiu.

- Ok, 7. - Ele pegou o resto das coisas e correu para o meu lado novamente. - Preciso que levante sua blusa. - Ele pediu, deixando meu rosto inteiro vermelho.

Rapidamente eu me encolhi na bancada.

Kami-sama, o que está acontecendo?

Tirei as coisas de sua mão.

- Posso fazer isso. - Ele me olhou com preocupação. Pareceu que ia falar mais alguma coisa, mas eu o cortei: - Só vire de costas.

Sasuke demorou mais alguns segundos para se virar, mas ao analisar o sangue em minha blusa, se virou para parede.

Subi minha blusa apenas até a metade, o suficiente para eu analisar o machucado.

Isso não está nada bonito, porém não dói tanto.

O machucado antes já não estava nada legal, agora com essas perfurações de complemento, agora que não está mesmo.

Puxei um paninho que Sasuke havia trazido e passei na pele cortada, agora sim sentindo uma dor horrível.