Capítulo 42

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SAKURA NARRANDO

Isso era ruim.

Não, pior que ruim. Péssimo.

Finalmente me levantei daquela maca, olhando ao redor.

Uma sala escura, grande e tenebrosa.

Merda.

Bem, Konan já tinha percebido que eu estava acordada e isso não pareceu a incomodar, então quem se importa se eu me aventurar por essa sala?

Preciso achar uma fuga ou algo do tipo, mesmo sob as ameaças do anjo de papel.

Coloquei o corpo para fora da maca, testando a força nas minhas pernas, a qual não era grande coisa, mas seria suficiente para andar por aí.

Meus primeiros passos não foram algo digno de respeito, mas serviriam.

Comecei a andar pela sala grande, tentando ver os defeitos dela.

Eu conseguia sentir uma leve camada de chakra envolta dela, logo eu estava trancada aqui. Não só isso, essa camada é boa o suficiente para que nem Karin consiga me rastrear.

Eu não esperava nada menos do que isso da Akatsuki.

Olhei algumas mesinhas auxiliares, semelhantes as quais usamos nos hospitais, porém essas não estavam em um estado tão bom.

Me aproximei delas, curiosa para ver o que tinha ali.

Meu olho se arregalou.

Instrumentos cirúrgicos, com certeza nada higienizados, espalhados por ela.

Bisturis, tesouras, pinças de dissecção e hemostática... instrumentos para exposição... tudo para dissecar uma pessoa.

Que porra é essa?

Olhei a outra mesinha, a qual tinha coisas mais abomináveis ainda.

Transmissores de chakras de todos os formatos estavam presentes nas mesas.

Então era isso, eu seria morta, dissecada e depois teria transmissores de chakra no meu corpo me controlando.

Ótimo, perfeito.

"Precisamos sair daqui, ganhar tempo não vai adiantar de nada"

Aquela voz sussurrou para mim, mas mesmo sabendo que eu possivelmente iria morrer, minha preocupação não era essa.

Mas e Sasuke? Ele estaria bem? Onde ele está?

"Pare de ser idiota, Sakura." Aquela voz muito gentil sussurrou de novo para mim. "Você escutou Madara, Sasuke está atrás de você, isso significa que ele não foi pego pela Akatsuki."

Arregalei meus olhos.

Verdade, como eu não havia reparado nisso? Isso significa que ele já deve ter avisado Kakashi e estão fazendo algum plano.

Mas será que eu tenho tempo para esperar eles fazerem um plano? E se Sasuke estiver ferido e eles estiverem o curando primeiro? Com certeza eu preferiria que fosse assim, que estivessem o curando de qualquer machucado.

"Precisamos sair daqui" A voz sussurrou de novo.

Sim, precisamos, mas como?

Me aproximei de uma das poucas janelas, mesmo sabendo que ela estaria trancada e com a camada de chakra protetora.

Limpei com a mão a poeira que tinha no vidro, conseguindo ver o ambiente afora.

Suspirei frustrada.

Estávamos em uma torre alta e eu, sem dúvidas, estou em um dos últimos andares.

As pessoas viviam suas vidas lá fora normalmente, já acostumadas com a chuva inacabável e deprimente.

Com certeza ninguém me escutaria daqui, mas mesmo se escutassem, provavelmente não ajudariam. Aliás, eu não tenho dúvidas que esse prédio deve ser supervisionado.

Principalmente pelo anjo de papel.

Olhei em volta da sala, sem ter nenhuma ideia de como sair daqui.

"Faça, Sakura"

Aquela parte doentia minha sussurrou.

Não, existem pessoas lá fora, elas podem se machucar. Não precisamos de mais feridos. 

"Mais pessoas podem se machucar se você não parar a Akatsuki."

Paralisei, sem saber o que fazer.

Isso seria certo? As pessoas poderiam se machucar, mas mesmo assim, se eu não fizesse, muitas mais se machucariam.

E outra, pelo que sabemos, Konan realmente protege a vila. Então, caso algo aconteça, ela vai proteger primeiro os cidadãos, certo? 

Já os outros dois membros presentes... depois penso em como lidar com eles.

Suspirei, sentindo a dor restante do meu corpo sumir e meu chakra fluir mais naturalmente.

Linhas se formaram por todo meu corpo, criando uma tatuagem em mim.

"Destrua tudo, Sakura"

— — S2 — —

SASUKE NARRANDO

Enfurecido, eu corria.

- SASUKE, VAMOS ESPERAR TSUNADE, EU A CHAMEI.

Eu ignorei completamente Kakashi, preocupado com a minha mulher.

Havia passado horas desde que tudo aconteceu e eu não parei nenhum segundo de correr, não seria agora que eu pararia.

Se ela estiver ferida, mesmo que minimamente, eu matarei todos.

Ninguém sobrará.

Se Sakura não pode viver e ter uma bela vida, ninguém mais poderia ser feliz.

Ignorando os gritos de Kakashi, passei as fronteiras da vila da chuva sem hesitar. Hebi atrás de mim, corriam comigo, mesmo cansados.

Assim que colocamos os pés na vila, senti uma presença nos seguindo, uma presença no céu.

Não fiz questão de olhar para cima, não tinha que ser muito esperto para saber.

O anjo de papel seria a primeira que eu mataria.

Puxei minha espada, pronto para matá-la, quando um barulho estrondoso preencheu toda vila, chacoalhando todos.

Usei chakra nos meus pés para não sair voando, igual acontecia com muitas pessoas. Uma grande força derrubava tudo, com uma grande rajada de vento nos levando junto. 

Estabelecimentos e casas foram destruídos, devastadas por uma força sobrenatural.

Mesmo com pedregulhos e poeiras voando, olhei de onde vinha essa explosão.

O prédio principal tinha acabado de ser destruído. 

O Sacrifício da CerejeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora