Capítulo Oito

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Rhaella retornava ao seu quarto depois de conversar com Kallias por horas. Ele explicou sobre sua família. Seu pai, Eidran, o Grão-Senhor da Invernal, era muito rígido referente as regras. Raramente permitiam visitas, mas que ninguém tinha um Solstício tão bonito quanto a Corte Invernal, por isso abriam as fronteiras da corte nesta época do ano.

Um dia, se tivesse o convite, ela adoraria passar um bom tempo na Corte Invernal. Apesar de acreditar que não tinha nenhuma vestimenta para tal visita.

E pensando no guarda-roupa que teria que preparar, Rhaella acabou encontrando um casal se beijando há poucos corredores de seu quarto. "Beijar" era um verbo inocente para o que estavam fazendo. O macho estava de costas, enquanto a fêmea o prendia com sua perna, e fazia uma espécie de dança sob o corpo dele.

Rhaella sabia que era falta de educação assistir tal ato libidinoso, mas o emblema costurado na lapela do homem trouxe o reconhecimento de quem era.

Eris... E alguma fêmea da Diurna a julgar por sua roupa dourada... Ou no caso a falta dela.

A Diurna era conhecida por exibir mais pele que a Corte Noturna. Ela no caso tinha fendas que exibiam suas coxas largas, também um vestido de alça fina que já estava pendurada em seu braço.

–O que está olhando, Gárgula? –Questionou a fêmea abrindo os olhos e percebendo a presença de Rhaella.

Rhaella engoliu seco com o apelido maldoso.

Eris se afastou da fêmea por um momento, e deixou a distância deles ainda maior quando reconheceu Rhaella.

–Eu não queria atrapalhá-los –As bochechas de Rhaella esquentarem.

Eris ficou encabulado pelo flagra, e logo arrumou a camisa dentro da calça de couro. Penteou os cabelos com os dedos e pensou bem no que faria antes de dizer:

–Querida, espere no meu quarto –Eris pediu a fêmea, sinalizando com a cabeça –Logo te encontro.

–É a prima de Rhysand –sussurrou a fêmea escondendo-se atrás de Eris e encarando Rhaella com um profundo nojo.

–Ótimo poder de dedução –Eris falou encarando a fêmea com dureza. –Agora seja mais óbvia em outro lugar.

A fêmea saiu de trás do macho e deu dois passos até Rhaella, ficando bem próxima do rosto da menina quando disse:

–Ele é meu, estrelinha.

–Não tenho nenhum interesse em Eris –Rhaella explicou, os olhos duplicaram de tamanho.

–Vá pro meu quarto agora, ou então volte pro seu –Aquilo já não era um pedido e Eris ficou impaciente com a implicância da fêmea.

A fêmea diurna não discutiu, e saiu sem olhar pra trás.

Rhaella e ele assistiram a fêmea caminhar lentamente em direção aos aposentos da corte Outonal. Quando escutou os passos dela cada vez mais distante, Rhaella teve coragem de dizer:

–Talvez ela não te espere a noite toda –Rhaella não queria causar nenhuma confusão a Eris.

–Ainda bem, não conseguiria suportar ela gemendo em meu ouvido com essa voz irritante –O macho revirou os olhos.

Rhaella repuxou os lábios em um sorriso tímido. Apesar dos dias que tiveram presos no mesmo lugar, Eris nunca mais falou com ela depois do baile. Ele a via nos jantares, ele assistia quando ninguém se aproximava dela na mesa. Mesmo assim o macho fingia que não se conheciam.

Ele já não era mais o macho gentil que ela conheceu na Corte Outonal.

–Já faz um tempo que não conversamos -Rhaella não escondeu sua mágoa. –Sinto que está me evitando.

Corte de Estrelas e Tormento -HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora