First | Larry Stylinson

first meet

Louis está na mesa de bar com seus amigos da faculdade quando eles entram em uma das conversas que ele mais odeia: relacionamentos. Zayn, Niall e Taylor estão falando sobre a última festa que foram juntos — Louis ficou dormindo porque estava muito cansado e, na verdade, nem gosta dessas festas — e se gabando sobre as pessoas com quem ficaram. Louis não julga, ele até gosta de ouvir essas aventuras de seus amigos. Niall é bissexual, então, sempre conta de garotas e rapazes, Zayn é gay e é do tipo que adora "se casar" em festas, ficando quase que a noite toda com o cara que mais chama sua atenção, já Taylor é heterossexual e adora esses casinhos de uma noite com homens bonitos para compor sobre eles (um deles até mesmo foi falar com ela, reconhecendo-se na música que ela tocou num bar e ela foi cínica e negou).

Ele não julga e Zayn deveria seguir seu exemplo, mas, obviamente, ele não o faz.

— Louis, você deveria ir com a gente da próxima vez, ficar com alguém faria bem para você! — Ele diz, casualmente. Niall murmura um "ah não" e Taylor sacode a cabeça negativamente — Tem vários caras bonitos na nossa faculdade.

— Eu estou bem, Zayn, obrigado — Responde, gentilmente, dando um gole maior em sua cerveja.

— O que tem de tão interessante no seu apartamento que é melhor do que sair com a gente? — O amigo insiste.

— Amo sair com vocês, estou fazendo isso agora, só não gosto das festas com música alta demais, corpos muitos juntos e excesso de bebida alcóolica, não é minha praia.

— Como você vai encontrar seu "príncipe encantado" preso dentro de casa? — Zayn debocha, já meio alterado. Louis não gosta quando ele se comporta dessa maneira, não importa o quanto eles são amigos.

Louis é um estudante de literatura inglesa e não escolheu esse curso à toa. Desde pequeno, quando leu seu primeiro livro, tornou-se um romântico incurável. Seu primeiro beijo foi apenas aos dezoito anos — enquanto todos já estavam perdendo a virgindade, ele não queria fazer isso ainda — quando ele teve certeza que estava pronto e que foi com alguém que ele gostava e que se importava com ele. Ele nunca namorou, ainda não tinha achado uma pessoa com quem quisesse esse compromisso e não era o tipo de pessoa que saia "caçando" a todo e qualquer segundo de seu dia. Em nenhum momento se achou ou insinuou ser superior por isso, é simplesmente e somente quem ele é e ele está feliz assim.

— Zayn, pare — Taylor intervém, segurando o braço o rapaz de topete, impedindo-o de pegar em seu copo cheio de cerveja novamente.

Louis respira fundo, mantendo-se paciente.

— Eu quero alguém para quem eu possa voltar para casa — Ele diz, se impondo, olhando diretamente para Zayn — Qual o problema nisso?

— Não é um problema, Louis, é que... — Zayn se corta, não sabendo como continuar seu argumento.

— Eu entendo a sua visão e expectativa de como todos os universitários deveriam ser, mas, não é o que eu quero.

—Mandou mal, Zayn — Niall opina, sem paciência.

O clima fica estranho na mesa. Eles se atem a beber em silêncio, mas, o cansaço toma conta do corpo de Louis, para ele, é melhor descansar em sua casa do que ter que entrar em qualquer outro assunto ou outra discussão idiota com Zayn por causa de suas divergências.

— Eu vou pra casa — Ele se levanta e recolhe sua bolsa de lado e seu casaco, dando um beijo na testa de Taylor e nos cabelos castanhos de Niall —, até segunda, gente.

Ele não se despede de Zayn especificamente, mas, sabe que eles vão ficar bem e que isso deve ser mais sobre o próprio Zayn do que sobre ele, só que não é sua obrigação aguentar ser alvo de deboche por causa de frustrações alheias.

Em seu caminho para fora do bar ao ar livre que eles escolheram naquele dia, um rapaz acaba esbarrando com força na lateral de seu corpo e derrubando seu casaco no chão, em uma poça de água, e Louis fecha os olhos suspirando, antes de levar seus olhos ao estranho desastrado. É um homem alto, olhos esverdeados brilhosos, uma mandíbula bem delineada, cabelos ondulados castanhos na altura da orelha com leves tons de loiros nas pontas, um nariz meio avantajado, mas, que se equilibra perfeitamente no rosto dele, lábios levemente cheios e rosados, assim como o alto de suas bochechas e a ponta do nariz, sobrancelhas não tão preenchidas sem muita curvatura. Muito bonito, assim como, talvez, um príncipe.

— Merda, me desculpa, eu posso levar pra lavar se você quiser, eu moro aqui perto, do campus — Louis ri, afinal, isso é um grande clichê, cortando as desculpas do homem — O que foi?

— Não, não é com você, foi algo que eu pensei, uma conversa com amigos meus.

—Oh, amigos — Ele bufa e Louis olha desentendido —Desculpa, é que meus amigos me colocaram de vela mais uma vez hoje e isso me deixou bravo. Eu sempre sou a madrinha de casamento e nunca a noiva.

— Meu Deus, você disse isso mesmo?

— Eu sou estranho, ignora.

Louis sorri porque ele já disse essa frase tantas vezes, ele espera ter soado tão adorável quanto o desastrado bonito, com sua voz rouca, lenta e suave.

— Eu sou o Louis — Ele estende a mão e o desconhecido o cumprimenta com a mão que não segura o casaco ensopado.

— Meu nome é Harry.

— Harry — Louis repete e gosta como soa em sua voz, com o seu sotaque, ele poderia dizer esse nome várias e várias vezes, como uma poesia — Sei que você provavelmente estava no caminho de casa pra fugir dos seus amigos, mas... Você gostaria de, sei lá, tomar um café comigo?

Ele arrisca, afinal, sabe-se-lá quando ele terá outra oportunidade como essa e, por sorte, a resposta de Harry — o desastrado bonito — vem com um sorriso.

— Sim, eu gostaria — Ele morde rapidamente o lábio, mas, Louis repara porque está focado em cada um de seus movimentos — Algum lugar em mente?

— Tem um café, é uma livraria na verdade, mas eles também servem cafés maravilhosos, tem uma mini lanchonete lá dentro, é bem legal, é tipo, um dos meus lugares favoritos e-

— Parece ótimo, Louis, vamos?

Ele oferece o braço à Louis, como um cavalheiro de um maldito livro romântico. Louis poderia gritar, mas, ele escolhe sorrir.