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Emma Leclerc

Me viro e vejo a imagem do piloto só de bermuda, deixando à mostra o seu peitoral e abdômen bem definidos, isso deveria ser considerado crime.

-Pode deixar, eu consigo me virar. -Digo tentando desviar o meu olhar daquele corpo.

-Deixa que eu passo, você não vai conseguir.

-Quem disse? -Arqueio uma sobrancelha.

-Porque já tem um bom tempo que você está tentando e até agora nada.

-Ok -Suspiro derrotada.

-Prometo que não faço nada de errado.

-Bom mesmo, cuidado com essas mãos aí.

Ele se aproximou, pegou o vidro de protetor da minha mão e eu fiquei de costas para ele. Senti quando suas mãos tocaram primeiro os meus ombros, descendo para as minhas costas. Um breve arrepio percorreu o meu corpo com aqueles toques, que estavam demorando mais do que eu esperava.

-Pronto. -Ele diz me estendendo o protetor.

-Obrigada. -Pego o frasco e me viro para ele.

-Não foi nada.

-Quer ficar aqui e tomar um pouco de Sol na minha ilustre presença?

-Você se acha demais -Fiz uma cara de ofendida- Mas, aceito.

Nós dois fomos mais para a beira do iate e ficamos ali tomando Sol. Estava um silêncio, entre nós, porque os meninos estavam fazendo uma barulhada lá embaixo.

-Então, está ansioso para a corrida?

-Um pouco.

-Sério? Achava que depois de correr tantas vezes, você já estaria acostumado.

-Não é bem assim. Sempre antes de entrar no carro você fica um pouco nervoso, mas é normal e logo essa sensação é tomada pela adrenalina, que eu amo sentir.

-Você adora trabalhar com isso, neh?!

-Sim. É incrível fazer o que eu amo.

-Você falando assim me lembra o Charles. Mas ainda sim, eu não consigo entender como vocês pilotos não têm medo, enquanto nós, famílias e amigos, ficamos desesperados vendo vocês nesses carros. -Ele dá uma risada nasalada.

-Um piloto não pode sentir medo, quando isso acontece, é sinal que já está na hora de aposentar. E, eu entendo essa preocupação, tenho que ouvir isso da minha mãe há anos -Nós dois rimos- deve ser realmente tenso pensar que você pode perder alguém querido em questão de segundos.

-Sim...

Nós ouvimos um barulho, e viramos para trás, vendo o Pierre com uma garrafa na mão.

-Aí estão vocês.

-Aconteceu alguma coisa? -Lewis pergunta.

-A gente vai jogar. Querem participar?

-Lógico, aceito qualquer oportunidade de humilhar vocês pilotos com a minha habilidade.

-Vai nessa... -Pierre faz uma careta.

-Nossa, Emma, vai mais pro lado.

-Por que?

-O seu ego tá me sufocando. -Ele fala e depois riu, sendo acompanhado por Gasly.

-Nossa, sério, você é insuportável.

Fomos para a parte de baixo e encontramos todos sentados em volta da mesa.

-Vamos jogar o que?

-Banco imobiliário. -Charles fala dando um sorriso.

My SIR (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora