Capítulo Dois

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Rylee insistiu para que eu ao menos fizesse uma maquiagem, mas sigo relutante. Eu estou tão exausta que deitaria na minha cama agora mesmo.

Não acho Nova Iorque tão interessante, então sou uma das piores pessoas para alguém se relacionar por aqui, por que se eu pudesse passaria o dia dormindo. A não ser que minha irmã não tenha me apresentado os lugares certos, para assim me apaixonar igual a todos os obcecados pela Time Square ou coisa do tipo.

Assim que vesti um vestidinho vermelho, que inclusive Rylee também insistiu, fiquei olhando no espelho minhas curvas e o quão angelical é o formato do meu rosto, zero manchas, zero linhas de expressões, zero olheiras, zero espinhas, zero tudo... O que aparentava a todos que eu tinha no máximo quinze anos, quando na verdade tenho vinte. A maquiagem e o meu penteado de cabelo ajudaram a transparecer ainda mais isso.

Uma voz nada familiar surge na sala. Depois de duas leves tocadas na porta, Rylee aparece em uma fresta.

- Levi acabou de chegar. - ela entra e da uns pulinhos enquanto sorri - Já está pronta?

- Aparentemente sim, meu bem.

- Eu estou tão feliz que finalmente vai conhecê-lo. Ele é um amor, pelo menos aparenta ser.

- Você é incansavelmente irritante. Quer me apresentar a alguém que nem você conhece tanto assim. - gargalho e caminho com ela até a sala.

- Ai estão elas! - Hardin dá uma batidinha nas costas de Levi, que leva sua mão a nuca ao me notar.

Agora eu estava em choque. Já não bastou toda a vergonha que passei no Clube. Carington estava em minha frente. Isso vai ser bem mais constrangedor do que imaginei, já que Levi é o bar tender da balada e o cara com quem Rylee quer que eu saia, além de serem amigos.

- Tessa... - Ele arregala os olhos, mas finge que não reconhece. - Prazer em conhecer você, senhorita Tessa. Você está linda, a propósito. - ele solta um sorriso.

Aceno. - Igualmente, Levi.

- Melhor Carington, ainda. - ele continua sorrindo. - Não curto muito Levi.

Rylee e Hardin estavam preparando a mesa na sala de jantar. Obviamente, ela planejou me deixar sozinha com ele, certamente demoraria mais do que o esperado para nos chamar para comer. Se eu não tivesse o conhecido mais cedo, penso que seria ainda mais constrangedor. Ou ainda é.

Estávamos em um silêncio absurdo. Eu não dizia nada e ele também não. Não sabia nem o que dizer, estou com um total estranho do meu lado que conheci a quase o quê? Duas horas atrás? Meu Deus!

Levi está sentado na poltrona olhando a vista da varanda. Eu estou no sofá com o celular na mão, que seria a única forma de não o observar, já que agora não estou mais alterada e ele parece ainda mais bonito do que pensei que fosse no clube.

- Não sabia que viria para cá. - tentei quebrar o silêncio.

Levi me olhou por alguns instantes, permaneceu em meus olhos e voltou a vista.
Não consigo decifrar Levi, tão pouco seus olhares, que me deixam constrangida e furiosa por me ignorar.

Que bom, ele está conseguindo deixar isso ainda mais estranho. No clube parecia que não iria mais parar de falar, só por isso estou tentando quebrar esse silêncio horrível.

- Acho que teria te dado uma carona. Talvez. - insisti.

Ele balançou a cabeça sem nem tirar seus olhos da porta, se aconchegou mais na poltrona e permaneceu. Porra Levi, colabora.

Voltei a mandar mensagens para Rylee na esperança que eu pudesse me livrar de Levi.

Geralmente quando estamos em cômodos diferentes, nós passamos a mandar mensagens uma a outra só para não ter a obrigação de falar em voz alta. Deve estar muito ocupada preparando, então não respondeu.

P.S.: Não Foi Amor Dessa Vez [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora