Prólogo

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A boca fria da garrafa tocava meus lábios, a cerveja amargava a minha boca e descia gelada pela garganta, no entanto, nenhum sentido estava mais aguçado que a minha visão

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A boca fria da garrafa tocava meus lábios, a cerveja amargava a minha boca e descia gelada pela garganta, no entanto, nenhum sentido estava mais aguçado que a minha visão. Era uma sensação entorpecente, tóxica, sexual, hipnotizante e ainda assim, pacífica. Olhar para ela. Era como um líquido quente que queimava minhas veias, mas confortava meu corpo. Seus olhos de chocolate; pele clara, mas corada de Sol; lábios carnudos e macios; cabelos ondulados volumosos, seus cachos caiam em misturas de âmbar e castanho escuro. Ela pintou depois que nos separamos há oito meses...

Ela me incendiava de amor, mas a nossa chama estava apagando. Eu temia que tudo estivesse acabado naquele ponto. Ela nem sequer usava mais nossa aliança. O próximo passo era o divórcio.

– Por que você não fica para mais uma rodada, Holly? - convidou Zack. Ela nos encontrou no restaurante por acaso, ficou para beber um pouco conosco. Não nos dirigimos muito um ao outro, parte porque ela evitava olhar para mim.

– Ah, não, meninos, muito obrigada. Agora tenho realmente que ir. - Holly riu alegre dando um beijo na bochecha de Howard.

Lá estava ela, minha esposa, a pessoa com quem e por quem eu acordava todos os dias nos últimos dois anos, uma completa estranha conversando com nossos amigos. Eu quase não a vi nos meses em que ficamos separados, Holly estava vivendo uma rotina tão pesada e agitada quanto a minha, trocávamos mensagens com o estritamente necessário por ainda sermos casados e um dia dividirmos apartamento.

Nunca vai entrar na minha cabeça como pudemos ir de bobos completamente apaixonados para duas pessoas que não combinavam mais com a outra. O que era engraçado porque tudo que ela tem sido na faculdade agora, e eu a via vivendo, era tudo que eu sempre gostei nela.

Talvez tivessem razão. Talvez não devêssemos nos casar muito novos. Não que eu seja novo demais para saber o que eu quero, eu tenho 27 anos, pelo amor de Deus. Mas ela... ela está na flor da idade, vivendo sua vida como a beldade de 21 anos inteligente e divertida que ela é.

Fazia sentido ela ter pedido um tempo quando tudo começou a acontecer...

Universidade, trabalho, ela queria consolidar a vida, ser a pessoa que sonhava ser. Talvez eu não coubesse nesse futuro brilhante. Eu sabia que ela tinha um futuro brilhante.

Ou talvez eu trabalhasse demais, talvez eu ficasse muito tempo no estúdio, pensasse tanto nas minhas letras de música, que eu esqueci... de amá-la.

Por Deus, eu só a queria de volta.

– Philip, - ela se voltou para mim - você sabe se meu vestido vermelho com fenda está no apartamento ainda? Eu preciso de chave.

Para que ela queria aquele vestido? Justo aquele vestido?

– Não sei. Por quê?

– Nada de mais. Você pode me dar a chave para eu procurar? - ela deu uma risadinha nervosa.

– Eu te acompanho. - me levantei da mesa indo com ela. O restaurante era no nosso prédio. Ela se mudou para a casa da amiga depois da separação, mas ainda havia coisas dela comigo.

Não acho que ela queria que eu fosse com ela, porém, eu ia aproveitar a oportunidade de ficarmos sozinhos e conversarmos sobre tudo aquilo.

Não me deixe te amando...Onde histórias criam vida. Descubra agora