Parte I

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Holly andava lentamente pelo apartamento tocando as coisas, observando com olhos nostálgicos o lugar onde nossos corações moravam

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Holly andava lentamente pelo apartamento tocando as coisas, observando com olhos nostálgicos o lugar onde nossos corações moravam. Longos meses eu evitei ficar muito aqui, trabalho o dia inteiro, faço shows por todo lugar, tudo para não tomar consciência de que ela não voltaria.

– Espero que seu marido não se importe de estar aqui. - brinquei dando um sorrisinho um pouco triste, e recebi uma risadinha sua em resposta.

– Ele é muito tranquilo, compreensivo. - ela continuou andando devagar, o barulho do seu salto sobre o chão de madeira, parecendo apreciar com calma o lugar. Estava de costas para mim, mas ainda vi que ela sorria. - Ele é um santo para o que eu o fiz passar. - senti um tom leve de remorso em sua brincadeira.

Meu coração começou a bater forte.

– Talvez você não tenha percebido que amansou o cara. Ele era muito estressado. - eu disse num tom leve, mas ainda carregado de sentimento.

– Também, ele não pensa em outra coisa que não seja produzir o tempo todo. Lógico que ia ser estressadinho. - ela se virou para mim e começou a andar de costas, com um sorriso divertido - As pessoas precisam se sobrecarregar menos pra viver bem.

Um sorriso ficou estampado no meu rosto de um canto ao outro. Ela estava aberta a mim. Não estava distante. Parecia a minha Holly...

– Disse a garota que trabalha num escritório importante de plano de saúde o dia inteiro, faz faculdade de Negócios à noite e escreve todo tempo livre que tem. Quem é que está falando em se sobrecarregar aqui? - eu ri brincalhão e o queixo dela caiu, indignada.

– Phil, escuta aqui, eu só trabalhava no nosso casamento. - ela apontou o dedo para mim risonha.

Parecia estarmos brincando, mas a conversa havia ficado séria.

– E eu ainda tinha que te segurar. - eu disse me aproximando quando ela parou - Porque nenhuma pessoa aguentaria o tanto que você se cobra. - fitei-a profundamente sincero.

Holly me olhou nos olhos, completamente vulnerável. Uma barreira entre nós havia se quebrado depois de tantos meses.

– Phil... - ela olhou para baixo. Houve um pequeno silêncio antes que ela continuasse. - Sabe, a gente condena nas outras pessoas os defeitos que são nossos. - ela me deu um sorriso triste dando de ombros.

– Acho que nós dois somos culpados nisso...

Sorrimos um para o outro antes que ela se virasse e continuasse andando até o armário que costumava ser dela.

– Sabe, Phil, eu só queria que você tirasse esse peso que era ser Philip Williams, o astro. - ela continuou.

– Não é um peso, é um significa... - comecei a responder, mas ela me interrompeu entediada.

– Phil.

Assenti comprimindo um lábio no outro. Ela estava cansada de ouvir aquilo, e acho que eu também.

Não me deixe te amando...Onde histórias criam vida. Descubra agora