━━━ 𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓 𝐌𝐎𝐔𝐑𝐍𝐈𝐍𝐆 ⁰⁰

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Pʀᴏ́ʟᴏɢᴏ[ Dᴏᴄᴇ ʟᴜᴛᴏ]

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Pʀᴏ́ʟᴏɢᴏ
[ Dᴏᴄᴇ ʟᴜᴛᴏ]

OS OLHOS VERDES arderam ao piscar, os dedos trêmulos e frios passearam sobre as letrinhas minúsculas e, agora, borradas pela lágrima salgada que caiu como pólvora sob a tinta no papel

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OS OLHOS VERDES arderam ao piscar, os dedos trêmulos e frios passearam sobre as letrinhas minúsculas e, agora, borradas pela lágrima salgada que caiu como pólvora sob a tinta no papel. Ela prendeu a respiração e fechou os olhos com força. Aquilo não poderia estar acontecendo, estava tudo bem, não estava? Evangeline se afogou na bola de choro que cresceu em sua garganta, a mera carta em sua mão se tornou uma pedra pesada que poderia quebrar seus ossos.



━━ Não. ━━ seus lábios arduamente se moveram, em meio a lágrimas escorrendo em seu rosto pálido. ━━  por favor...


A voz baixa e palpitada saiu como um sussurro no enorme cômodo, suas pernas bambas se levantaram e passearam pelo chão antes límpido, agora inundado de lágrimas teimosas que insistiam em transbordar dos olhos arregalados. Evangeline novamente encarou a carta entre os dedos, as letras perderam sentido, tornando-se apenas emblemas sórdidos da dor que fazia peso em seu coração inumano.

Seu pai havia feito uma escolha.

Evangeline cambaleou até a porta de madeira requintada, onde uniu todas suas forças para empurrá-la, quando a enorme porta saiu de seu caminho, Evangeline foi arrebatada pelo vento úmido da chuva, quase que a empurrando de volta para dentro, mas seus pés se cravaram no chão com rigidez. Ela olhou para todos os lados ao andar para fora da parte exterior da mansão, a chuva a molhou por completo, e as lágrimas agora não eram a única coisa a inundar seu rosto.

Ele estava sofrendo, precisava dar um fim a sua dor.

Ela se virou para o céu negro, carregado de nuvens cinzas e pesadas, os pingos de chuva se tornaram cortantes ao entrar em contato com a grama debaixo de seus pés descalços para onde ela olhou novamente, por longos segundos, sentindo seu coração pulsar como um martelo que esta perdendo a força.

━━  Você não pode ir...━━ Ela disse baixo, sua voz totalmente abafada pela tempestade. ━━ não me deixe.

Seu pai decidiu partir.

A híbrida fungou mais, uma vez jogando a carta no gramado, deixando o papel se deteriorar com a água dos céus.

Seus joelhos fraquejaram pelo movimento brusco que ela fez, Evangeline começou a correr desesperadamente pelo enorme jardim que contornava sua casa. O vento da tempestade ficou mais agressivo, ondas e lufadas de ar frio e úmido bateram contra a garota como um chicote, mas ela não parou de correr.

E para partir ele precisou deixar sua filha para trás.

Os espinhos dos rosários transpuseram o baixo de seus pés com violência, Evangeline engoliu a dor deixando um grunhido baixo escapar, mas ela não parou de correr.

E mesmo que Evangeline fosse sofrer, ele não podia permanecer ao seu lado.

Sua barriga bateu contra o concreto liso da beira da fonte, ela se segurou na superfície antes que caísse na água. A fonte que seu pai havia construído para sua mãe antes dela falecer lhe dando a luz, aquilo era deveras simbólico, mas agora...não havia simbolismo nenhum.

Ele deixou uma carta antes de partir, mas não disse seu destino.

Evangeline encarou seu reflexo na água cristalina, respingada pela chuva, seus olhos verdes estavam inchados e vermelhos e seu rosto apavorantemente dolorido.

Ele pediu um favor aos Volturi, sem revelar a existência da filha.

Os pés dela tremeram de dor, o sangue rubro manchou a grama verde. Evangeline se debruçou na beira da fonte. Seu corpo inteiro doía, e seu peito explodiu em múltiplas dores que até então ela estava resguardando. Sua garganta tremeu com o grito dolorido que ela soltou, seu peito inflou mas aquilo não a aliviou.

Seu pai escolheu morrer por vontade própria, ele não voltaria mais.

Finalmente os joelhos perderam força e ela caiu sobre a fonte, seu rosto se recostou entre os braços molhados e os pés feridos se flexionaram perdendo equilíbrio. Ela ficará ali na chuva por um tempo indeterminado, chorando e completamente sozinha.

𝗠𝗬 𝗟𝗢𝗩𝗘 𝗘𝗩𝗔𝗡𝗚𝗘𝗟𝗜𝗡𝗘  || Jasper W. HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora