2 - Um sonho ou pesadelo?

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O dia havia amanhecido como todos desejavam: lindo, calmo e quente. Você ainda dormia por entre os lençóis brancos, mexendo o corpo de leve de vez em quando. Keisuke já não estava mais ao seu lado; ele havia se acordado mais cedo, e resolveu tomar um banho. Mas ele pensou com afinco, o que faria caso você desistisse de se casar com Takuya.

Então, o que faria se você se entregasse para ele? Seria como as outras? Seria apenas dele? E, o mais importante, como seria?

Foram essas perguntas que rondaram a mente do moreno, que agora, possuído do desejo de te ter definitivamente, começou a se preocupar por ter uma vida louca. Mas Baji pensou muito, até que uma opção lhe surgiu, uma em que Chifuyu dera à alguns meses atrás.

Baji e Chifuyu estavam sentados na calçada do templo, depois de mais uma reunião da gangue, em que acabou em um jogo de futebol, só restaram os dois ali. Antes que Baji se levantasse para acompanhar os outros, o amigo começou a puxar assunto, num entanto curioso pelas atitudes de Keisuke.

—Baji, mas, sei lá, por que não procura apenas uma de que mais goste? —Chifuyu sugeriu.

—Até parece que eu me contentaria apenas com uma —deu um sorriso miserável. —Mas de onde tirou isso?

—É só que, sei lá, pensando bem, se eu fosse você, escolheria apenas uma, nem que fosse a mais gostosa.

—Pra quê isso Chifuyu? —Baji perguntou sério.

O amigo olhou para frente, e em tom de razão, disse:

—Acha que não percebi como você olha para a namorada do Takuya? —olhou para Baji, que apresentava um semblante surpreso. —Bom, só pensa no que eu te falei. Talvez se ela tivesse sido apenas sua, ela não estaria com o Takuya, e muito menos você estaria se roendo pelos cantos.

Baji te olhou dormir delicadamente, e num devaneio de pensamentos, disse, como se aquela conversa de sete meses atrás não tivesse acabado:

—Apenas uma, não é Chifuyu? —secou os cumpridos cabelos.

O relógio marcava as exatas seis e cinco horas da manhã, e o ar que habitava seu apartamento era totalmente aconchegante, talvez para você não, mas para Baji com certeza. Ele tinha uma séria certeza de que você desistiria de cometer a maior loucura da sua vida, principalmente de ter gemido um "Baji, eu te amo", enquanto ele a fodia. Não demorou muito e Baji já havia se vestido quase por completo, faltando apenas abotoar a camisa.

Você se remexia mais intensamente por entre os lençóis, e bastou apenas um raio de sol implantar seu rosto para que você acordasse. Você ficou ali, parada. Ainda estava com um pouco de sono, e não tinha pressa alguma para se levantar.
Você estava como sempre, acordando com os cabelos bagunçados, o olhar preguiçoso de quem quer dormir mais um pouquinho, só havia um detalhe: não se lembrava muito o que houve na noite anterior.

De repente, algumas cenas de você e o moreno entrando no quarto entraram na sua mente, e você pensou consigo "Eu, hein. Que sonho mais... Diferente." E você levantou a parte superior do seu corpo com um pulo, e uma única imagem lhe fez arregalar aos olhos. Sim, [seu nome], era ele. Na sua mais funda opinião, ele estava uma gracinha abotoando aquela camisa com tanta cautela, mas isso não ignorava o fato de que um nó se instaurara na sua garganta.

Ele ergueu a cabeça, e, ao lhe ver, deu um sorriso. Deixou a camisa e os botões de lado, e foi até você, que permanecia imóvel, sem reação alguma.

—Então acordou —ele disse lhe dando um beijinho superficial na boca. —Bom dia.

Mais um nó, só que agora, não lhe impedia mais de falar.

—Você... —o olhou em desconcerto.

Em seguida, olhou ao seu redor e só agora percebera que está disprovida de roupas. E todas as suas memórias da noite anterior se concretizaram.

Primeiro, no momento em que vocês subiram pelas escadas e você temeu continuar subindo à ré por estar de salto alto, e Baji resolveu facílimo seu problema. Simplesmente, sem desgrudar das sequências de beijos, envolveu suas pernas na cintura dele, e você, com uma habilidade incrível tirou os sapatos com as pontas dos dedos, e quando estavam a chegar ao quarto, ele lhe deu um beijo intenso no pescoço, um em que, naquela hora, você tinha certeza de que uma mancha roxa se formaria no dia seguinte.

E depois, a lembrança que lhe veio à mente, foi quando ele te jogou na cama. Seu corpo se encontrava como está agora, e num declinar de movimentos ele amou todo o seu corpo, e pode sentir cada centímetro de ti, assim como você sentiu o dele. Você nunca imaginou o quanto aquele homem podia te causar tantas coisas ao mesmo tempo, tanto, que viveu para comprovar o contrário. Você sentia o pau dele dando sinal de vida, enquanto você gemia o nome do moreno, que tinha o corpo saciado de prazer. E junto ao nome dele, uma pequena frase que lhe fez total diferença.

—Baji, eu te amo —era isso o que você gemia. A única coisa que conseguia falar.

Mas agora, que você está acordada, no dia do seu casamento, sem nenhum pingo de álcool, para causar efeito nas suas decisões, não sabe o que fazer. Ou simplesmente como fazer. Isso é um sonho, ou pesadelo?, você pensou. Pesadelo, só pode ser pesadelo.

O moreno te olhava como nunca; e como se fosse alguma obra-prima. Te admirava a cada segundo. Te amava vinte e quatro horas por segundo. E para ele, nada era mais importante do que você. E meio que como se tivesse num sonho, sem querer acreditar que aquilo realmente se cumpriu, ele se aproximou novamente e te roubou um beijo, sem ao menos notar sua cara de desconcerto.

E foi aí que a sua certeza de que aquilo era ilusão, foi embora junto com a chegada de uma nova sensação que você chamaria de disparate, mas outros chamariam de amor.

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Pra quem ama um hot, me perdoem por ter pegado leve (essa não era a minha intenção) mas minha maturidade não deixa kkkkk

24hrs por segundo - Baji KeisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora