O corretivo, a base, e muitas outras maquiagens foram usadas para disfarçar melhor o hematoma no seu pescoço, e Hinata lhe ajudava com isso.Desde que Baji saiu, um tanto magoado pela forma covarde que você tratou todas as coisas, e por colocar a culpa nele e na bebida, você tentava ao máximo desviar seus pensamentos do moreno.
Hinata, assim que chegou para acordá-la, notou a grande bagunça que tomava conta do seu apartamento, e somente pelo fato de você estar desprovida de roupas e com um hematoma no pescoço, já deduziu o que aconteceu. E você não teve como negar. E, depois de lembrar-se que foi ao Baji com quem pediu para que buscasse você, Hinata ligou os fatos.
Mas agora a garota que você, particularmente a chamava de entrometida, lhe ajudava. E Hinata não te julgava, pelo contrário, achava mesmo que aquilo foi consequência do álcool, e foi esse motivo que ela tratou como se aquilo fosse um segredo à sete chaves.
—Eu já disse, [seu nome]: não vou contar para ninguém —lhe assegurou. —A culpa foi dele, não sua. Eu sabia que ele não prestava, nenhum deles prestam na verdade, mas nunca imaginei que ele fosse capaz de tanto.
E você engoliu seco, porque no fundo da sua mais pesada consciência, sabia que Baji não havia se aproveitado de nada. E então se calou, permanecendo assim por um longo período de tempo; falava pouco ou nada.
Tão logo, quando menos se deu conta, seu quarto já estava cheio, tanto com suas primas, quanto por suas madrinhas, e claro, não podia faltar, sua mãe. Ela era a que mais ansiava, e não via a hora de que você estivesse oficialmente casada com Takuya.
— Me dá um orgulho enorme só de imaginar que minha filha vai se casar — ela confessou, animadíssima.
— Sim, tia — Yuna, sua prima, concordou. — E olha que noiva linda é que vai entrar naquela igreja! — sorriu.
— Mas o melhor com certeza não é o quanto ela está linda, ou que vai se casar, mas sim onde vai passar esses três meses — Emma opinou, indelicada. — Imagina! Três meses na Itália! Nossa, seria demais...
— Para de dizer isso, menina! — sua mãe a repreendeu, dando um tapa na mesma.
— Au... Só foi minha opinião...
— Alguém sabe me dizer por que a Sakura não foi na despedida de solteiro? — Naomi quis saber.
— Sei lá — Hinata deu de ombros.
— Humm, talvez ela tenha aparecido mais tarde — Emma disse.
— Bom, se ela não foi é porque tem mais sensatez do que a maioria de vocês — sua mãe a defendeu.
Você e Sakura sempre foram boas primas, e apesar das diferenças, se davam bem. E por ter sido uma das figuras mais presentes na sua infância, que sua mãe a zela como se as duas fossem verdadeiras irmãs.
No fundo, você se inundava por dentro. Se inundava de uma sensação angustiante, a mesma que sentiu na sua despedida de solteira. E não demorou muito para que apresentasse uma expressão estranha no rosto.
— Você tá bem? — Hinata sussurrou, percebendo sua aflição.
Você apenas concordou com a cabeça. E as horas se passaram devagar demais, pareciam que cada segundo que se passava, carregava horas inteiras consigo, e isso lhe era angustiante.
Finalmente você estava pronta, mais linda do que nunca. No seu cabelo, se formou um coque gracioso, acompanhado de alguns apetrechos que te deixavam mais graciosa ainda.
Seu vestido, era branco como neve, todo cheio de rendas e detalhes e, na parte superior onde cobria os ombros, era feito de uma renda incrivelmente complexa, contendo também uma longa calda. E por fim, seu véu era o que certamente todos diriam ser "convencional".
O barulho daquelas mulheres enchia o cômodo, enquanto o arrependimento caía sobre seus ombros, e pior, preenchia seu coração. E agora, certamente Keisuke deveria estar lhe detestando, como nunca detestou alguém na vida, mas também, sofria pela rejeição, pela ofensa, e pelo fato de que a única mulher com quem mexeu com ele, que o fez se sentir humano novamente, se casaria com outro hoje mesmo. E ele não fez questão de esconder isso de Chifuyu.
— Irmão, eu segui teu conselho — ele disse enquanto andavam pela rua periférica de Tóquio.
Chifuyu balançou a cabeça vagamente, como quem não sabia do que de tratava.
— Que conselho? — riu de leve, num tom de sarcasmo.
— Eu escolhi apenas uma — respondeu, encarando o lindo céu azul.
E então toda a lembrança de exatos sete meses atrás vieram à mente dele.
— Sério? — perguntou incrédulo.
Baji assentiu.
— E quem é? — perguntou em tom de desconcerto. — Eu posso saber? — olhou para Keisuke.
Baji o olhou de volta, e o tom de seu olhar foi a resposta que Chifuyu compreendeu imediatamente.
— Esse é o problema, Chifuyu. Dessa vez, foi ela quem não escolheu apenas eu — suspirou pesado.
Chifuyu riu.
— Do que é que cê tá rindo?! — Baji disse na defensiva, pronto para arrebentar a cara dele se achasse preciso.
— Calma, calma — disse, ainda se recuperando da onda de risos. — É que — deu uma pequena pausa. — isso ficou meio irônico. Pra quem usava, agora está sendo usado.
Baji virou-se para frente e ignorou totalmente o que ele tinha para dizer, prosseguindo seu caminho sem rumo.
— Vou sair um pouco, nestante eu volto — Emma anunciou saindo do cômodo.
Quinze minutos depois, a loira apareceu com uma caixa toda embrulhada de vermelho nas mãos, acompanhado de um cartão.
— [seu nome], é para você — Emma disse. — A Sakura acabou de enviar. Aqui no cartão diz que te deseja um feliz casamento e que você deve abrir pouco antes de partir para a igreja. —encarou o cartão. — Ah! E que não pôde vir por que pegou um sério resfriado... Será que ela tá bem?
— Para de ser intrometida, garota! — sua mãe a repreendeu. — Fica por aí lendo um cartão que não é para você!
Emma sussurrou algo que poderia ser facilmente, um "ah, vai se fuder sua velha chata", enquanto lhe entregava a caixa.
Você suspirou pesado, sem ter força de vontade de fingir mais algum sentimento que não lhe pertence.
— Tabom, então vamos ver o que é... — se afastou de todas, sentou-se com cautela numa cadeira à disposição, e abriu a caixa.
E então viu a única coisa que lhe fazia sentir-se destruída em pedaços.
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24hrs por segundo - Baji Keisuke
FanfictionVocê era apaixonada por Keisuke, mas ele partiu seu coração ao te decepcionar todos os dias, descartando as mulheres depois de usá-las. Quem dera se você soubesse que ele te amava 24 horas por segundo. E agora, que está prestes a se casar com Takuya...