Nofya Hots

Capítulo 9 - Lua de mel.

  Os Alpes suíços são incrivelmente lindos, o ar frio da madrugada ensolarada, é algo que desconheço vivendo quase toda minha vida em Los Angeles. Mas agora é um ambiente possível, no entanto tão desgostoso devido a companhia que me cerca.

  O vestido de noiva parece ainda tão frágil e inútil, toda vez que o olho em meu corpo diante ao espelho. O véu é a primeira das coisas que desmonto do caráter festivo, não fazem 5 horas que estamos casados por uma infeliz obrigação, de fusão empresarial familiar, e o tal já me largara sozinha, em um chalé que mais parece uma casa de luxo envolta na neve, com o sol poente a frente da varanda do quarto.

  A porta se abre com o filho mais novo dos Urrea, entrando enquanto fala ao telefone devolvendo a sua tranca quando lhe empurra com o pé. Ignoro sua conversa arrancando as luvas e o cabelo cheios de adereços.

  Removo a maquiagem para não sujar o vestido de 10 mil dólares, pago pelo mesmo, as circunstâncias de nossa união não são boas, embora me traga benefícios ardilosos e pertences pessoais valiosos demais, para se recusar a proposta.

Noah Urrea: -...certo, olho a área amanhã, acho temos uma boa chance expandir pela Euro-Ásia. Minha esposa?

  Olha-me de relance no reflexo do espelho.

Noah Urrea: - Acabamos de chegar, não tivemos tempo ainda. Não, eu não estava vendo novos projetos, eu tenho que desligar, até mês que vem mãe!

  Desliga, pigarreando em seguida sem dizer uma palavra, apenas afrouxando a gola do smoking, já tirando a parte superior.

Noah Urrea: - Desculpe a demora, tive que olhar alguns projetos aqui, não quis deixá-la sozinha.

Sofya Plotnikova: - Não tem problema. Fiquei bem só, essa vista é de agradar os olhos de qualquer um.

  Indico com o queixo o céu nas montanhas.

Sofya Plotnikova: - Mesmo o sol sendo de mentira.

  Rimos mais por formalidade, do que pelo de fato haver alguma graça em meu comentário.

Sofya Plotnikova: - Eu tenho uma pergunta.

Noah Urrea: - Pode fazer.

  Exclama um tom autoritário demais para mim, desafivelando o cinto.

Sofya Plotnikova: - Como vai ser agora? Você e eu sabemos que isso não foi algo romântico ou por, razões fartas de alusões ao amor a não ser, o que temos pelos nossos trabalhos, empresas e famílias.

Noah Urrea: - Não está errada, se trata de um acordo de bem comum, mas não precisa ser ruim.

  Fala chegando mais perto, tomando cuidado para pisar na borda do vestido.

Noah Urrea: - Me casei pela fusão, e de bônus ganhei você, que aparentemente pensa o mesmo que eu, o que por si só já é algo difícil de encontrar, vou cumprir com a minha parte como marido, protegê-la e ser parceiro.

  Um silêncio existente entre nós se instala, mas eu decido quebrar.

Sofya Plotnikova: - É bom ouvir isso.

  Um sorriso ladino surge em meus lábios.

Noah Urrea: - Somos muito jovens admito. Mas podemos ser amigos e fazer isso dar certo pelo bem ambos.

  Estica a mão.

Noah Urrea: - Senhorita Urrea.

  Lhe dou a palma, o mesmo se abaixa e beija meus dedos.