Nem tudo pode ser oculto.

237 24 8
                                    


Do lado de fora do departamento de polícia, a chuva caía com abundância, fazendo com que o cheiro de terra molhada tomasse conta de Seul. O clima dentro daquele lugar estava estranho, silencioso e frio demais, mas Baekhyun optou em ficar quieto na sua, apenas tomando um café no pequeno copo de plástico e aproveitando o silêncio, já que havia passado a maior parte do dia cuidando de uma quantidade absurda de papeladas.

Baekhyun era investigador da polícia há quase quatro anos, quando voltou da Espanha depois de terminar seus estudos, se formar e passar de primeira no concurso da polícia. Dedicou anos de sua vida para se tornar quem era atualmente. Era um homem que gostava de mistérios desde que se entendia por gente, então não seria surpresa querer seguir aquela carreira, mesmo que algumas vezes colocasse sua vida e saúde mental em risco.

A Coreia do Sul era um país perfeito às vistas dos sul-coreanos, que fechavam os olhos para as atrocidades e também para os estrangeiros que acreditavam nos contos de fada que o país propagava através de seus conteúdos produzidos. Porém, toda a magia se acabava quando os telefones começavam a tocar e as informações começavam a chegar. Recentemente, Baekhyun estava em um caso de assassinato de uma jovem mulher que havia sido encontrada morta dentro de sua própria casa com uma corda no pescoço, aparentemente com inícios de suicídio. Não demorou menos que um mês para que toda a investigação mostrasse o contrário do que todos esperavam: Jiyoon havia sido assassinada pelo próprio irmão por causa de uma maldita herança deixada pelo patriarca da família.

No final de tudo, nenhum país era perfeito e todos tinham suas falhas.

Naquele departamento de polícia, Minseok era a cabeça de tudo. Era ele quem comandava cada investigação e mandava em tudo que chegava em suas benditas mãos. E naquele dia em específico, ele parecia inquieto, trancado em sua sala o dia inteiro, e quando saía dela, rondava todos os andares com Jongdae ao seu lado. Os dois pareciam estar escondendo algo, mas Baekhyun permaneceu calado, descansando sua mente e corpo.

Nos dias chuvosos, gostava de trabalhar em casa ou passar a maior parte do tempo descansando, mas tinha tanta coisa para fazer naquele dia que qualquer segundo era mais do que precioso. E agora que havia terminado todos os seus afazeres, esperava a chuva passar para poder ir embora sem pegar um maldito trânsito.

— O delegado Kim fará uma reunião em alguns instantes. — Por pouco Baekhyun não derrubou o líquido quente sobre seu terno ao ouvir a voz de Soojung. — Ele passou o dia inteiro estranho junto com o Jongdae, estou com medo do que pode ser essa reunião.

— Hoje? — Baekhyun perguntou sem acreditar. — Eu vou embora daqui a pouco, já fiz tudo que deveria fazer. — A investigadora balançou os ombros, com uma expressão de quem não sabia sobre o que estava acontecendo também. — Era só o que me faltava...

— Ele comunicou a todos no andar de cima. Eu, você, Yixing, Junmyeon, Victoria e Jongdae teremos que estar na sala de reunião daqui a cinco minutos.

— Só quero saber o que ele está escondendo para tanto mistério. Precisei tomar um comprimido para dor de cabeça, não estou nem conseguindo raciocinar direito de tanta coisa nojenta que precisei ler hoje.

— O caso da Jiyoon? — Baekhyun negou com a cabeça.

— Esse já foi encerrado, o irmão está preso e ainda estão tentando arrumar o dia para o julgamento. São outras coisas que o delegado Kim me pediu para dar uma olhada. Inclusive, já não era hora do Jongin ir para casa?

Soojung virou a cabeça, encontrando o jovem estudante ocupado em um dos computadores.

— Verdade. Ele sempre sai antes do anoitecer — respondeu sem entender. — Ei! Jongin! — a investigadora gritou, atraindo a atenção do estagiário. — Não tem aula amanhã?

MalamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora