Dia 09
Erin havia tido a melhor semana de sua vida, mas o dia estava chegando e ela não conseguia pensar em outra coisa que não fosse o momento de despedida dela e de Paul.
Ele estava dormindo de costas para ela. Erin se virou e o abraçou em uma conchinha um pouco desajeitada. Ela escondeu o rosto nas costas dele e chorou em silêncio para não acordá-lo.
Enquanto pensava em tudo, em deixá-lo, em perdê-lo, sentiu Paul se movimentar.
- Por que estamos agarrados assim, Erin? - Paul falou quando acordou, com um ar divertido.
Ela não respondeu, pois ele perceberia sua voz de choro, somente o apertou mais e ficou ali.
Paul, por outro lado, não era bobo, e sabia exatamente do que se tratava, afinal, ela vinha falando dos 10 dias desde que chegara.
Ele segurou o pulso dela para evitar que ela escondesse o rosto e se virou em um impulso. Estavam cara a cara e ele podia ver o rosto vermelho e marcado pelo choro.
- Erin, calma, não precisa chorar... - Ele tentou acalmá-la.
- Como eu vou ficar calma, Paul? Eu vou te perder pra sempre... - Ela soluçou. - Não te dói pensar nisso?
- Nem um pouco, e sabe por quê? Porque não vamos perder um ao outro. Eu já disse.
- 15 anos, Paul! São 15 anos! Quando eu voltar pra 1994, vou abrir uma revista e você vai estar casado, com filhos e feliz.
Ela voltou a chorar.
- Sei que falando agora é meio difícil de acreditar, mas você vai ver, Erin. Só descanse. O que acha de sairmos pra você se distrair?
Ela balançou a cabeça negativamente.
- Quero ficar aqui e aproveitar cada minuto com você.
Ele a apertou nos braços.
- Então ficaremos.
***
Paul voltou carregando sacolas de papel em ambas as mãos. Erin se sentou, curiosa.
- O que tem aí?
Ela já havia parado de chorar, mas seus olhos ainda estavam inchados e vermelhos, e vê-la assim deixava o coração de Paul em pedaços.
- Se tem uma coisa que afasta a tristeza, essa coisa é fast food!
Ela abriu um sorriso empolgado.
- Gosto tanto quando você sorri, Erin... - Ele disse enquanto se sentava ao lado dela na cama e a beijava gentilmente.
- É que no momento eu to mais a fim de chorar.
Ele riu enquanto pegava os lanches e se aconchegava com ela na cama para comerem.
Ela abriu o lanche e deu uma mordida. Estava maravilhoso e ela reconheceria aquele molho de qualquer lugar.
- É do melhor hambúrguer da cidade? - Ela perguntou.
- É, sim. - Ele riu. - Como descobriu?
- Esse sabor é inconfundível!
Ela sentiu seu coração aquecido. Ele havia ido até lá buscar o lanche favorito dela só para que ela ficasse mais feliz. Na verdade, Erin havia ficado supresa que ele se lembrasse o local e o lanche que ela havia dito gostar. Achou que ele não lembraria de nenhum desses detalhes daquela noite.
Paul tirou do saco de papel um recipiente com fritas e um milkshake.
- Assim eu vou acabar ficando mimada.
- Aceite este lanche como prova do meu amor. - Ele brincou.
E eles riam e conversavam enquanto comiam, e Erin quase, quase se esqueceu do que a deixava triste.
***
E então, depois de comerem todo o lanche e descansarem juntos, Paul correu até sua vitrola e colocou o Destroyer para tocar.
- Um dia te vi cantando aqui sozinha e quis participar. Canta comigo agora? - Ele estendeu a mão em um gesto teatral e ela aceitou, sorrindo da forma que ele tanto gostava.
A introdução de Detroit Rock City começou a tocar e Erin não conseguiu se controlar. Ela começou a balançar os cabelos e os braços de um lado para o outro, e Paul a acompanhou. Enquanto o ritmo da música aumentava, ela dançava e cantava ao mesmo tempo, fazendo passinhos famosos, jogando os cabelos, deslizando só de meias no chão e pulando. Paul ria e cantava junto, tentando imitar a dança dela, e os dois acabavam rindo a cada verso que tocava.
Quando a ponte começou, Erin começou a sacodir a cabeça e pular. Paul tentou também, fazendo com os dedos movimentos à frente do corpo, tocando uma guitarra invisível. Erin riu ao vê-lo assim, o puxou para si e começou a dançar grudada nele.
- Seu humor mudou imediatamente. - Ele observou.
- Você vê a importância de você e da banda na minha vida? Desde que me conheço por gente é assim: toda vez que eu to no fundo do poço, vocês me salvam.
Paul riu e a abraçou.
- Você faz tudo valer a pena. Tudo.
Ela sorriu timidamente.
- Quem diria que um dia eu estaria dançando Detroit Rock City com Paul Stanley?
- E quem diria que uma fã seria minha maior inspiração, meu anjo da guarda e amor da minha vida, tudo ao mesmo tempo?
Ela parou, boquiaberta com a fala dele, mas não teve nem tempo de processar o que ouvira. Ele a apertou contra seu corpo e a beijou com todo seu fôlego.
VOCÊ ESTÁ LENDO
BACK IN TIME - A Paul Stanley fanfiction
FanficErin ganhou um bolo de aniversário que, segundo sua vó, podia realizar um desejo. Após pedir, ela volta 15 anos no tempo e acorda no banheiro de ninguém menos que Paul Stanley, astro mudial e líder da sua banda favorita no mundo, o KISS. Erin sabe t...