Os Sete Selos do Fim

Capítulo 06: O poder de um Deus.

• Os Sete Selos do Fim.

                           Capítulo 06.

                   A poder de um Deus.


A batalha continuava, os três irmãos estavam de frente com Kurupi, que dizia ser um deus, seus olhos já haviam se curado, sua expressão era de puro ódio, as veias dos seus braços e sua testa pulsavam, ele dava uma olhada ao redor e via que seus soldados estavam quase todos mortos, os poucos que restavam estavam enfrentando os rezadores, ele volta a olhar os três, e com uma voz calma porém hostil ele fala
Kurupi: vocês ousam ir contra mim, eu estou extremamente irritado, vou matar vocês logo para que assim possa ir me divertir com a mulheres que capturei hahaha.
Katsuo ao ouvir isso, manda o bispo ir ajudar os rezadores, porém o bispo mostrava que não tinha a intenção de deixá-los, então Kirios que parecia muito irritado gritou
Katsuo: Vai ajudar os outros agora! Nós já somos acostumando a passar por isso, não vamos deixar ninguém morrer, pegue todos e depois fuja, vamos segurar ele!
Marzi: Eu não posso fazer isso, vocês vão morrer!
Aika: Tudo bem senhor bispo, sabemos nos cuidar, esse grandalhão vai levar um pé na bunda!
Raiden: Isso mesmo, leve a vovó para longe, dessa vez vamos proteger oque nos é importante!
Katsuo: Viu senhor Alberto, confie na gente e vá, agora!
Kurupi: Como se eu fosse deixar!
Após o rápido diálogo entre os quatro, o bispo finalmente concorda e mesmo ainda machucado, vai ajudar os demais anciãos, Kurupi vê que o bispo tenta fugir e o ataca, correndo em sua direção com o punho erguido, passando pelos irmãos mas rápido do que eles podiam reagir, porém a cena logo muda, quando Marzi estava prestes a ser atingido, Raiden corre e entra frente empurrando-o para frente e depois soltando no ar, o punho da criatura chocou-se contra o chão abrindo uma grande cratera, porém Kurupi não dá espaço, quando Raiden volta na chão ele o ataca com outro soco, porém esse é parado por Katsuo que segura os punhos do deus com suas mãos, o Deus impressionado começa a se empolgar, seu espírito estava aumentando cada vez mais, e sua velocidade e força também, soco Kirios não é mas capaz de segurar os seus punhos e então os solta e se afasta com um pulo, o monstro não excita e pega impulso indo pra cima de Katsuo lhe aplicando uma sequência de socos que os devolve, porém suas mãos logo começam a sangrar, o sangue espirrava manchando os chão, Raiden não sabia oque fazer tentava atacar o Deus porém sua pele estava mais dura que antes, agora suas facas não conseguiam nem o arranhar, Aika que estava apenas a olhar decide entrar em cena, correndo até Raiden o manda provocar o monstro, então os dois logo começam a insultar Kurupi, que escutava e estava cada vez mais irritado
Aika: Ei seu duende feioso, vem aqui e me enfrente!
Raiden: Isso mesmo seu feioso, não sei como é deus da fertilidade sendo tão feio assim, tá mais pra Deus da feiura hahaha!
Aika: Isso mesmo Raiden, acho que é por isso que ele sequestra mulheres, hahaha ele é tão feio que ninguém quer ele hahaha!
Raiden: Isso mesmo Aika, nunca vi ninguém ser tão feio, achava que os deuses eram bonitos mas acho que estava errado! Hahaha.
Kurupi ouvindo aquilo dava grande grito e deixava Katsuo de lado e ataca Raiden é Aika, Kirios com as mãos machucadas ficava de joelhos, e em sua mente ele pensava em uma maneira de derrotar aquele monstro
Katsuo: Oque vamos fazer, ele é muito forte, parece que o jeito é distrair ele até que o bispo leve todos embora.
Marzi que estava enfrentando os últimos demônios, reunia todos os anciãos e os mandava se preparar para partir, não estando tão longe ele via a batalha doa três irmãos contra a criatura, todos estavam quase prontos pra partir, exceto Luzia que não queria ir seus netos, Marzi tenta conversar com ela mas ela estava inconsolável, então com um toque na testa ele a faz dormir, a levando carregada, ele olhava na direção que a luta estava acontecendo e via que o espírito de alguém estava colidindo com o do deus, porém não podendo se distrair ele é os as pessoas começam a deixar o acampamento, levanto também todos os feridos, exceto os quatro amigos de Katsuo que já estavam dando seus últimos suspiros, Marzi não estava feliz em deixar os três para trás, porém ao lembrar do olhar confiante de Katsuo ele retoma a confiança que tem nele e parte junto com os demais. Voltando pra luta, Raiden apenas desviava dos ataques de Kurupi que estava com ódio por não consegui acertá-lo, Aika vai até Katsuo e começa a curar suas mãos, porém quando começa a cura-lo, é pega de surpresa por Kurupi que chega por trás desferindo vários golpes na mesma, Kirios não conseguia acreditar no que vai, Raiden estava se boca aberta ao ver que Aika estava a trocar socos, seus punhos batiam de frente com os deles falando um grande vento a velocidade e a força eram impressionantes, o impactos dos socos faziam um som estrondoso, Aika vendo que seus irmãos estavam parados olhando grita para eles
Aika: Façam alguma coisa seus idiotas, não vou aguentar pra sempre, meu espírito tá acabando!
Aika estava usando seu espírito para fortalecer seu corpo e cura-lo ao mesmo tempo assim, sua residência estava alta e conseguia suportar os ataques de Kurupi, Raiden e Katsuo voltam a si, e correm pra ajudar sua irmã, Kirios pega o machado que ela estava usando antes, que estava caído junto a um facão ele olha para Raiden e os dois concordam, atacado o Deus todos de uma só vez, logo dela estava sem saber pra onde olhar, Katsuo jogou machado para Aika que atacava pela frente, Raiden atacou pelas costas, com suas facas, ele elevou o seu espírito ao máximo e as cobriu, assim junto de sua força ele conseguia fazer fortes rasos, que aos poucos estavam ficando mais profundos, Katsuo o atacava com o facão o atacando pelos lados, com os três atacando era possível ver que o corpo do deus estava cheio de cortes que sangravam, Kurupi já não sabia pra onde olhar e de onde se defender, os três eram rápidos e precisos, finalmente parecia que os três irmãos teriam sua primeira vitória, eles estavam cada vez mais confiantes, Aika salta para o golpe final, mirando no pescoço de Kurupi ela se prepara para lhe dar um último golpe de machado, Katsuo perfura a barriga da criatura e Raiden perfura suas costas, naquele momento era certeza de vitória, os três gritaram juntos e por fim, a lâmina do machado tocou a pele de Kurupi, e uma explosão aconteceu, e uma densa nuvem de poeira levantou, Raiden e Katsuo se afastaram deixando suas armas para trás, eles procuram por Aika, olhando para os lados e chamando, quando a poeira baixa, a visão os deixa perplexos, uma voz alta ecoa, dando risadas e dizendo
Kurupi: Hahaha, vocês realmente são fortes, não achei que chegariam tão longe, porém chega de brincar!
Katsuo não conseguia acreditar no que estava vendo, Kurupi agora tinha mais de dois metros de altura, seus músculos estavam maiores, seus dentes que antes eram tortos estavam certos e agora eram como cerra seus chifres haviam crescido e seus olhos estavam pretos, mas oque deixou ele e Raiden sem reação foi ver que, as mãos do monstro agora tinha grandes garras, e uma das mais mãos estava levantada, e dela escorria sangue, e na sua garra estava Aika que havia sido empalada, seu sangue estava pingando do chão e ela mal se mexia, Kurupi a jogava no chão com um enorme buraco no peito, seus olhos estavam vidrados, ao ver aquilo os dois ficavam cheios de ódio, e o coração batia mais forte, Raiden não podia se conter e com ódio nos olhos parte pra cima do monstro, mas antes que pudesse sair do lutar ele é pego pela grande mão do deus que o segura pela cabeça e o esfrega contra o chão e depois o joga com força contra as árvores, as quais ele atravessa parando após atravessa cinco
Kurupi: Pirralho irritante!
Katsuo quando vê aquilo também o ataca com um chute lateral, porém é atingido pelas garras do monstro que faz grandes feridas no peito de Kirios cortando também o colar que a irmã havia dado para ele, caindo no chão sem ele percebe e ele continua, tentando se afastar mas é acertado por um soco no estômago que o faz vomitar e o lança contra as tendas do acampamento o fazendo cair ao lado de uma pequena cruz de madeira, Kurupi da um grande risada e anda até o corpo de Raiden, passando pelo de Aika que estava jogado no chão, ele a chuta, jogando-a no meio do mato, ele se aproxima de Raiden e o pega com sua mão direta e o levanta, ele estava inconsciente mas os ossos dos seus braços e pernas pareciam está quebrados e mesmo inconsciente se contorcia de dor e tossia sangue, Kurupi sorria e dizia
Kurupi: Então você ainda está vivo, parece que vou me divertir arrancando cada um dos seus membros enquanto você grita você vai se arrepender de ter zombado de mim  hahaha!
Kurupi aproxima sua mão lentamente e segura o braço direito de Raiden e com um sorriso no rosto o esmaga, fazendo o sangue espirrar no chão e Raiden dá um grande grito de agonia
Kurupi: Isso mesmo, grita criança isso está me alegrando, depois que acabar com vocês, vou atrás do velhote e matar cada um deles haha!
Após o término de sua fala ele, esmaga o braço esquerdo de Raiden que mais uma vez grita e o sangue se espalha pelo chão, Kirios escutando o grito de seu irmão se corroía por dentro, ele olha para o seu lado e vê a pequena cruz de madeira, ele a pega e se levanta com dificuldades, a sua perna esquerda estava quebrada, e seu abdômen está com um buraco que escorria sangue, ele começa a andar e durante seus passos o sangramento piorava, o osso de sua perna perfura sua carne, deixando a sua ponta fica amostra para fora do corpo, ele para de andar pois já não conseguia se manter de pé, mesmo usando seu espírito para se fortalecer ele já não aguentava a dor e na sua mente ele se questionava e quando escuta o terceiro grito de Raiden que teve sua perna esquerda esmagada pela mão de Kurupi ele grita dentro de si e começa a desacreditar em Deus
Katsuo: Deus? Você tá de brincadeira com a gente? Por que isso tá acontecendo de novo? Nós sempre vamos perder assim? Eu sempre acreditei no senhor, então por que? Eu não aguento mais!
Ele não deixava de se questionar e olhando para o seu irmão que estava sofrendo e sua irmã que estava quase morta, ele grita com todo o ódio e rancor do seu coração
Katsuo: Oh seu filho da puta! Larga o meu irmão agora, se não eu mesmo vou tá matar desgraçado!
Kurupi: Hã?
Kurupi se virava lentamente e olha Kirios de pé admirado com a sua determinação, ele solta Raiden no chão, sabendo que ele iria morrer de qualquer jeito, Kurupi se aproxima vagarosamente, Katsuo olha para o céu e continua gritando cada vez mais auto com a cruz na mão, e cada vez perdendo mais sangue e enfraquecendo rapidamente
Katsuo: Deus! Se estiver aí, ajuda a gente caralho! Salva meus irmãos por favor, porra! Você pelo menos está nos ouvindo?! Talvez eu mereça morrer, mas eles não, nos ajude droga!
Kurupi: Não adianta criança, o Deus que você clama não está te ouvindo, ele abandonou vocês a muito tempo hahahaha!
Kirios caía de joelhos no chão ele já não tinha forças para se manter, sua garganta ardia, ele olha para o chão e vê o colar da irmã no chão, ele começava a lagrimar, e suas lágrimas manchavam o chão
Kurupi: Permita-me te livrar desse sofrimento.
Kurupi se prepara para dar um último soco em Kirios, e tirar sua vida para sempre, Katsuo ainda abaixando falava baixinho enquanto chorava
Katsuo: Alguém nos ajude por favor, senhor...por favor... nos salve, senhor Obirajara...socorro.
Com sua morte se aproximando, Katsuo se questionava e em mente só vinham as palavras “ esse será o fim?” ele olhava para o seus irmãos que estavam jogados no chão esperando a morte, seu corpo ferido já não reagia mais, ele estava irritado, triste e se sentindo culpado, ele não conseguiu proteger nada que lhe era querido, e já destinado a partir, ele olha para Kurupi  se preparava para dar o golpe final, ele ia acabar com tudo com apenas um soco, Katsuo mesmo se questionando não parava de rezar em sua mente pedindo a Deus que o ajudasse ele viu o punho se Kurupi vindo em sua direção e em seus últimos momentos, ele sorriu e fechou seus olhos ele continuava pedindo a deus até o último segundo, mas algo estava errado, pois o soco não lhe acertou, oque ele escutou foi uma voz que dizia assim
???: Para de rezar, o deus que você está aclamando não está te ouvindo.
Ao abrir seus olhos ele se vê num espaço diferente, olhando ao redor ele via que estava no meio de uma floresta escura ele estava assustado e procurando a fonte da voz mas só era possível escutar o som dos grilos e dos animais noturnos, Kirios se perguntava oque havia acontecido e aonde ele estava, de repente a floresta ficou em silêncio e o som de um flauta ecoou por entre as árvores, o som era doce e calmo, de entre as árvores surgiram pessoas, a maioria indígena, era possível ver que eles não eram humanos, seus corpos estavam com grandes ferimentos, logo Katsuo percebeu que se tratava de fantasmas, seus olhares eram vazios e eles não se mexiam apenas observavam, o susto foi grande quando a frete de Kirios surgiu um homem ele se abaixou ficando a altura de Katsuo, ele tinha um olhar morto, e dava para notar a tristeza em seus olhos, que eram azuis, seus cabelos transados em uma única grande trança ia até suas costas, seu corpo era musculoso, sua pele morena e sua altura era por volta de 1,80, assustado Katsuo perguntou
Katsuo: Quem é você?
O homem então com uma voz rouca e grossa responde, mas antes sua expressão muda rapidamente o olhar triste virou um sorriso e ele ficou de pé e falou um tanto animado
Tupã: Eu sou Tupã, deus do trovão, da luz e da criação.
Tupã é um Deus da mitologia tupi, sendo o senhor dos trovões, ele também é representado como o deus da luz e da criação sendo o primeiro Deus do panteão Tupi-Guarani. Sendo o mais poderoso Deus tupi, ele falava com uma grossa e assustadora, quem o ouvia podia dizer que ele era um demônio e não um deus, Katsuo estava inquieto, ele sentia calafrios só de olhar, Tupã então continuou
Tupã: Você está numa situação complicada não acha, eu posso te dar a vitória, basta você aceitar, caso o contrário você e seus irmãos vão morrer aqui.
Katsuo ficava sem resposta, sua mente virou uma completa zona, ele não sabia oque fazer, ele tinha medo do que podia acontecer se ele aceitar, mas seus irmãos estavam quase mortos, e Kurupi estava prestes a mata-lo e depois mataria todos inclusive a sua vó, ele não sabia oque fazer, até que ele se viu forçado a aceitar, ele não queria perde tudo de novo, ele não queria ver quem ele ama morrer novamente, e se pra isso for preciso aceitar a proposta de Tupã, ele aceita de bom grado
Katsuo: Eu aceito, mas antes me diga, por que isso tudo tá acontecendo já que é um Deus você deve saber não é?
Tupã sorriu, ele se sentou no chão com as pernas cruzadas, o local então ficou em silêncio, nem um único ruído era inibido, exceto sua voz, que ecoava pelas árvores
Tupã: Isso é uma guerra, o rei dos deuses sumiu, agora os deuses brigam pelo trono, eles deixaram de se importar com a terra, eles só querem saber do poder, então os demônios aproveitaram essa briga deles para tomar o controle, e vai por mim, o pior ainda está por vir, se isso continuar satã logo sairá do inferno, e ai sim será o fim.
Aquilo era algo além do que Kirios havia imaginado, ele apenas escutava e imaginava, seu corpo estava paralisado, ele sentia um frio subindo pelo corpo, esse séria o seu medo, mas ao mesmo tempo ele sentia um tremor de euforia, Tupã então continuou falando, e Katsuo se arrepiada e sua empolgação ia se tornando mais visível
Tupã: Nós, os deuses Tupi, tentamos parar a guerra como consequência, fomos quase mortos, seus filhos foram reduzidos a simples orbes espirituais, sem poder nem para assumir uma forma, eu sou único que ainda pode fazer isso, mas ainda assim meu poder está quase se esgotando, eu preciso de um receptáculo, e é aí que você entra, quero que você e mais 14 amigos seus se tornem o meu receptáculo e do meus filhos, porém devo lhe dizer que se você  aceitar iremos tomar o con-
Katsuo: Eu aceito!
Tupã se surpreende com a atitude de aceitação de Katsuo e quando olha para ele, vê seus olhos brilhando de empolgação ele sorria, parecia está cada vez mais animado, Tupã sorriu e então continuou
Tupã: Você tem certeza disso? Eu estava dizendo que se você aceitar nós ire-
Katsuo:  Eu não quero saber, eu aceito essa bagaça, vamos logo!
Tupã: Gostei da sua determinação, apesar de ser uma anta, mas agora diga, quem são aqueles que vão se tornar o receptáculo dos meus filhos, com o seus corpos poderemos parar essa guerra, mas lembre-se você será o responsável por entregar eles pra nós.
Katsuo: Olha eu sempre quis viver uma aventura e ter poderes e agora é minha chance, depois eu me acerto com eles, vamos lá, depois que eu descobri sobre o poder do espírito eu quero me tornar mais forte, e já que o rei dos deuses sumiu, eu vou me tornar o novo rei, pra acabar com a guerra e ajudar todo mundo!
Katsuo falava tudo aquilo com convicção seus olhos brilhavam e sua euforia era notória, Tupã dava uma grande gargalhada e estendia sua mão para Kirios que apertava sem hesitar, e nesse mesmo momento na mente do deus vinha os nomes e a face de todos aqueles que posteriormente se tornaram os seus filhos , Tupã então desapareceu e se transformou em uma pequena esfera azul que entregou no peito de Katsuo, mas algo estranho acontece naquele exato momento uma outra esfera também abita o seu corpo, oque o faz sentir seu corpo esquentar como se estivesse pegando fogo, aos poucos ele ia se acostumando com o calor e seu corpo ia esfriando. No interior de Katsuo, Tupã se deparava com um belo jardim, com a grama mais verde que ele já havia visto, a flores mais belas que exalavam os mais doces perfumes, as árvores tinham as folhas mais belas e verdes e eram cheias de frutas, de maçãs a laranjas, de pêssegos a cerejas, o vento batia suavemente fazendo as folhas das árvores balançarem, os pássaros cantavam e voavam alegremente, os animais caminhavam tranquilamente, os grandes felinos dormiam e ronronavam, e os animais de campo, pastavam livremente. O Deus nunca tinha algo tão belo e pacífico, aquilo lhe trouxe uma sensação de paz, entretanto ele tinha um outro objetivo em mente, ele decide que já era hora de tomar o controle do corpo de Kirios, ele caminha até o centro do jardim, e lá estava a orbe de vida, do menino Katsuo que brilhava intensamente, mas algo intrigava o deus do trovão, a orbe mudava sua cor de branca para preto, e a energia que ela emanava mudava de boa para ruim de forma constante, ele nunca havia visto algo como aquilo, mesmo sendo um Deus com mais de mil anos, apesar disso o deixar curioso ele se põe a continuar, ele se aproxima da pequena orbe e estica sua mão para toca-la, todavia quando encostou nela, perdeu seus sentidos ele só conseguia ver e ouvir, a sua frente a orbe se transformou em ser de luz que segurou seu pulso e lhe disse as seguintes palavras “ Você serve a mim” os olhos de Tupã estavam vidrados e quando seu pulso é solto e seus sentidos retornam ele se ajoelha e curva sua cabeça e responde “Sim mestre” e assim ficou. Voltando a realidade, Katsuo tem seu corpo totalmente restaurado, se levantando de vagar, ele sente seu corpo como novo, na sua cabeça algumas das memórias de Tupã lhe mostravam como usar algumas se suas técnicas, e ele se apoiando no em seu pé esquerdo pôs seu braço direto para trás junto do seu pé esquerdo, seu punho e todo seu antebraço foram cobertos por raios seus olhos ganharam o tom azul e pelo corpo algumas tatuagens apareceram as tatuagens eram linhas azuis que passavam por todo seu abdômen ia subindo passando pelo ombro e pelo pescoço até terminar no canto dos seus olhos, e foi então que ele retornou a batalha voltando ao local onde estava, novamente ele viu Kurupi que estava desferindo seu golpe final contra ele, então Katsuo diz as seguintes palavras “ punho de Tupã”, e num piscar de olhos o deus da fertilidade é surpreendido com um terrível golpe que acerta seu peito e o lança a uma enorme distância, ele da um enorme grito durante o tempo em que voava para longe, ele acaba aterrissando no meio da cidade, batendo contra o chão e deixando um rastro de destruição por onde passava, o garoto não perdeu tempo e foi atrás dele, agora com o espirito de Tupã ele havia se tornado mais veloz e conseguiu chegar a cidade em menos de dois minutos, Kurupi já estava de pé e esperando por ele suas garras estavam a mostra do seu peito escorria sangue, naquele momento oque ele mais queria era matar Katsuo, que ao sentir a fúria do deus, e se pôs com a guarda alta, o deus então falou
Kurupi: Esse espírito que sinto vindo de você, e de Tupã não é, como conseguiu tal feito, eu pensei que todos os outros deuses estavam mortos como isso é possível?
Quando O garoto estava prestes a responder ele tem o vislumbre de um das memórias de Tupã que mostrava o dia em que os deuses entrariam em guerra, Kurupi dizia que lutaria junto de seus irmãos e dos outros deuses, mas quando a hora chegou, os sete irmãos incluindo ele fugiram, e se uniram aos demônios e por causa dessa união várias vilas e municípios foram destruídos e muitas pessoas perderam suas vidas. Vendo aquele memória, Katsuo ficou ainda mais bravo com Kurupi e o respondeu com um tom irritado
Katsuo: Você é um grande traidor, você não merece saber de nada, na verdade...Você é digno de pena, você é um covarde!
Kurupi: Seu insolente, vou lhe ensinar que não pode falar com um Deus assim!
Terminando a sua fala o deus parte pra cima do garoto, lhes desferindo uma sequência de ataques, Kirios por sua vez desviava facilmente, e logo revidava empurrando seu corpo pra frente ele se lança e ao mesmo tempo gira acertando o abdômen de Kurupi com sua cabeça o jogando contra os escombros da velha igreja, e antes que o deus pudesse se recuperar Katsuo vai até ele numa incrível velocidade e quando o deus se levanta o garoto acerta um soco em seu queixo o lançando alto no céu, pensando em finalizar em sua mão uma grande lança de raios se formou e ao lança-la contra Kurupi ele grita “ Raio púrpura”  o ataque acerta o deus em cheio, que cai no chão seu corpo estava queimado mas ainda assim ele se levanta do chão e olha para o garoto e dá um sorriso dizendo
Kurupi: Eu consigo ver o ódio em seu rosto hahaha, é vingança que você quer não é, vingança contra aqueles que tiraram tudo de você, eu me divertir muito brincando com as pessoas dessa cidadezinha principalmente com as mulheres hehehe
O Deus soltava gargalhadas e continuando sua premissa ele diz
- Saiba que mesmo que me derrote aqui, meus irmãos iram lhe caçar e te matar, você e seus irmãos, penando bem com os ferimentos que eu causei neles a essa hora eles já devem estar mortos.
Katsuo apenas escutava e observava o deus falar, a raiva dele era realmente notável em seu rosto, mesmo assim ele respirou fundo então respondeu
Katsuo: Sim eu estou com ódio de todos vocês...no entanto, o ódio não vai me ajudar em nada, ficar triste ou ficar com raiva não trará aqueles que eu amo de volta, muitos deles se tornaram heróis pra mim, eles me ensinaram tudo que eu sei, desde a andar e até mesmo a lutar eles me salvaram e me levantaram quando precisei
Katsuo naquele momento lembrava daqueles que partiram, de sua mãe, da irmã e dos seus amigos da aldeia, Raoni, Nina, Kauê e Obirajara, mas focando novamente no assunto ele olhando para Kurupi continua
- e eu não quero manchar o legado deles buscando vingança, pelo contrário vou usar oque eles me ensinaram para proteger aqueles que ainda estão aqui, então pode vim quem quer que seja eu vou derrota-los e se for preciso eu os matarei!
O olhar de Katsuo era firme o deus percebeu ali que o garoto não se deixava abalar, seu olhar o fez tremer pois ele lembrava um alguém que ele temia, todavia Kurupi novamente sabendo que seu futuro já havia sido traçado se prepara pra atacar, ele ainda desejava enfrentava o garoto para manter seu orgulho mas antes ele diz
Kurupi: Você realmente irritante garoto, se não é vingança oque procura, oque séria? Fama? Poder? Saiba que existe pessoas e seres por esse mundo a fora que são milhões de vezes mais fortes que eu, e a maioria deles não vão se importar em te matar.
Kirios coloca sua mão direita na cabeça e a coça, e com a sua mão esquerda ele usa seu dedo mindinho pra tirar meleca do nariz
Katsuo: Pra falar a verdade eu não sei oque eu quero, eu gostaria de ser famoso, de ser rico e poderoso, afinal qual pobre não gostaria né, eu tenho muitos sonhos e ambições, mas agora tem uma que está acima das outras “Katsuo muda de expressão, sua face de repente fica séria e ele coloca as mãos na cintura” eu quero acabar com essa guerra e ajudar as pessoas!
Kurupi: Isso é impossível
Gerando dúvidas na cabeça de Kirios, o deus logo continua
Kurupi: Satã logo ira sair do inferno, e com ele vira a destruição de tudo e todos, esse é o fim que o próprio rei dos deuses escreveu!
Katsuo com um olhar sério logo sorria abaixando a cabeça e depois sorrindo ele olha pra Kurupi dizendo
Katsuo: Eu não me importo, seja lá quem seja esse tal de rei dos deuses ele não manda em mim, eu vou impedir que isso aconteça, e se for preciso eu até mato ele.
Kurupi dava grandes gargalhadas e respondia
Kurupi: Hahaha! Isso é impossível, nem os mais poderemos deuses poderiam derrotar o rei, ele é absoluto, nem mesmo eu sou digno de ficar na sua presença, entretanto
Kurupi exibia um sorriso maléfico e limpava a poeira de seus ombros
- Mas foi bom termos essa conversa, graças a esse tempo consegui e regenerar o suficiente pra acabar com você, a e garoto, se você planeja mesmo parar com essa guerra, terá que ao menos conseguir me vencer!
Os passos de Kurupi deram continuidade a batalha, ele avançou e por onde passava era possível ver que crescia grama e flores, Kirios que se preparava para atacar logo percebe que seus pés estão presos por vinhas, ele rapidamente se solta porém o deus com sua grande velocidade já estava preparado para acertá-lo, o jovens então põe seus braços pra se defender assim indo um pouco pra trás, o deus entretanto não deixa o garoto respirar, atacando novamente dessa vez com suas enormes garras visando o peito do garoto, que jogava seu corpo pra trás quase deitando no chão assim desviando do ataque esmagador do deus que em seguida tentava o esmagar com seu pé mas o garoto da um salto mortal pra traz, o deus continua tentando acertar o jovem com suas garras Katsuo por sua vez, pisa na ponta da mão do deus e se joga para o alto, e caindo um pouco mais longe dele, que ainda assim avançava sem evitar, Kirios disparava flechas de eletricidade que ao atingir o corpo do deus o queimava e o fazia diminuir sua velocidade mas ainda assim Kurupi prosseguia avançando, com o disparar das flechas era possível ver sangue escorrer dos locais em que a flechas o atingiam, chegando até o garoto ele o ataca ferozmente Kirios se esquiva, e enquanto se esquiva ele pensa, sobre qual a sua melhor alternativa, o deus não iria parar pois seu orgulho o impedia sendo assim a morte de um dos lados era necessária, Katsuo hesita um pouco ao ver o rosto do deus que dava tudo de si para vencer, porém em seus olhos era possível ver pequenas lágrimas, mas sabendo que só havia um caminho Katsuo se prepara, e em uma pequena fracção de tempo ele contra-ataca aplicando o golpe de capoeira “Martelo” dando um chute com o seu pé coberto por uma densa eletricidade, ele sente um pouco de remorso mas logo o peito de seu pé direcionado ao rosto do deus  acertar o braço esquerdo de Kurupi que tenta se defender, porém a força era grande e atravessou sou braço o cortando fora, assim o chute acerta o lado externo do rosto do deus, em questão de segundos só oque se vira era a cabeça do deus voando, nesse momento Kirios soltou uma pequena lágrima, e Kurupi disse suas últimas palavras
Kurupi: Isso não devia ser possível...porém, obrigado Kirios Katsuo, por me libertar você realmente parece com ele...
Naquele seus últimos momentos Kurupi lembrava de seu nascimento e de seus irmãos que brincavam junto dele no terreiro, das brincadeiras na mata, das corridas e das brigas, e no seu momento final, ele se arrependeu de todo mal que ele havia feito.

Fim do capítulo 06.

Próximo capítulo: Hora de partir.