3.º - Não pense, só venha

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Narradora Pov .

Alóis desceu as escadas para a sala de jantar principal e encontrou-se com seu irmão.

-Quanto tempo maninha.

-Igualmente, por onde você anda?

-Com o pai, de terra em terra.

A omega riu.

-Tá agora sério.

-Biblioteca.

-Hm? A biblioteca abandonada?

-Sim

-Nem as criadas têm autorização para entrar para limpar. Como você conseguiu?

-Eu dei um jeito.

Nicolas tira o seu fio de ouro do pescoço e mostra na ponta uma chave pequena.

-Onde você arranjou isso ?

-Isso agora não interessa, agora você só tem de manter a calma e conhecer seu pretendente.

-Quê?!

Nicolas assusta-se com o tom de voz da irmã.

-O que foi? Você não sabia..?

Foi ai que a ficha caiu para os dois.
A família era muito restrita e opressora.
Tomavam uma decisão pelos filhos e assim seria.

Alóis respirou fundo e começou-se a preparar mentalmente para o que aí vinha.

-Desculpa não ter falado antes...eu pensei que sabia.

-Ah esquece isso. Agora é só ver o que vem aí.

Os dois entraram na sala e foram cumprimentados pelos vários convidados.

Alóis Pov .

Minutos de conversa depois, um dos mordomos da casa anunciou a entrada de meus pais.

Ver eles juntos como se fossem um casal perfeito me dava ânsia.
A única coisa que os fazia continuarem juntos era os olhares do clero sobre o divórcio.
O que não mudava nada, pois ambos tinham amantes.

Sentando-se à mesa, todos os convidados esperavam pelo banquete.
As criadas começaram a chegar com as entradas e assim sucessivamente.

Mais tarde percebi a existência do meu tal pretendente.
Ele falava com os meus pais e tentava algumas vezes falar comigo.
Era chato, um lambe-botas.
Não queria nada com aquele homem.

"O que faz nos tempos livres?"

"Já andou de cavalo?"

"Gostaria de conhecer o jardim de sua casa"

"Esse vestido a deixa uma completa donzela"

"Sabia que eu fui a quase todas as conquistas do seu pai e o seu batalhão?"

"Quando era mais novo queria casar com uma mulher doce e delicada. Que soubesse cuidar de mim e me desse filhos"

"Você come pouco né?"

Estava ficando enjoada com suas falas.
Nem o nome dele eu sei, só sei que quero ir embora.

Narradora Pov .

Ajudando as criadas trazendo e levando pratos, Ayura não deixava de pousar o olho em Alóis.
Ela era idiota mas não tanto para não perceber o desconforto da menor.
Queria fazer alguma coisa por ela.
Mas apanhou-se pensando no porquê de estar se importando por ela e continuou seu trabalho.

Num dos carrinhos, vinha uma criada o empurrando. O carrinho trazia uns jarros de vinho, já que era a única coisa servida para beber.

Ao passar à volta da mesa servindo o vinho, a criada derruba um pouco sobre a vestido de Alóis.

Alóis ficou imóvel enquanto todos a olhavam e a criada pedia desculpa constantemente.

Nisso tudo Ayura não teve controlo nenhum do seu corpo e foi ao encontro de Alóis.

-Pedimos imensas desculpas. Peço à senhorita Alóis que me acompanhe para que possa trocar de roupa. Mais uma vez, perdão pela nossa inconveniência.

Alóis olhou surpresa e receosa para a beta mas a mesma sorriu e sussurrou.

-Não pense, só venha...

A maior sorriu e estendeu a mão à omega.

Pegando a mão de Ayura , ambas saem da sala deixando os convidados, seus pais e a criada sem saber o que fazer. Mas não se importaram e continuaram sua refeição e seus diálogos.

𝐌𝐚𝐢𝐝𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora