1.º - Um Caminho Novo

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Alóis acordou em sua cama grande ao início do nascer do sol.
Tentou dormir por mais um pouco mas chegando a conclusão que não ia conseguir, saiu dela.
Tomou um duche rápido e vestiu um dos seus vestidos mais "largos" por serem mais confortáveis e a deixarem se mover como quer.

Abriu a porta do quarto e falhou miseravelmente em sua tentativa de não ser vista por ninguém.

-Hehe..bom dia dona Caty.

-Onde pensa que vai uma horas dessas? o resto dos seus familiares deve acordar só daqui a três horas senhorita.

Dona Caty era uma das criadas da família, e a única com que Alóis se dava bem.
Já era acostumada com as saídas de Alóis no início das manhãs contra a vontade da sua família, e nunca contou ao seu pai, Chefe da Nobreza ou à sua mãe, uma Dama. Porque acreditava que a adolescente deveria sim explorar as coisas fora da casa deles.

-Mais razões pelas quais eu deveria aproveitar e sair agora.

-Não vi nada.. - suspirou e continuou seu caminho.

Alóis sorriu sapeca e saiu pelas portas de trás seguindo sua caminhada.

A manhã estava fresca e por algum motivo não foi pelo seu caminho habitual, desta vez Alóis foi por um caminho pela pequena aldeia da vila.
Estava tudo calmo e para sua felicidade não apareceu ninguém.
Não que a mesma tivesse medo de pessoas mas devido às restrições de saída não sabia se comunicar muito bem com os aldeões e sinceramente não estava assim tão interessada em pessoas.

Passou por algumas casas e entrou num bosque.
Apenas seguiu em frente sem se preocupar com galhos ou folhas e parou quando viu um pequeno riacho entre umas grandes árvores.
Antes que pudesse dar outro passo percebeu uma presença estranha.
Cheirava a erva de cidreira.. o mesmo que ela?

Na beira do riacho Alóis viu uma garota.
Ela tinha uma cicatriz pequena mas visível na testa, cabelos afro soltos e usava um vestido laranja que favorecia seu tom de pele.

Alóis ficou encarando a garota atrás de uns arbustos enquanto pensava no porquê das duas terem o mesmo cheiro.
Até que uma voz cortou seus pensamentos.

-Vai ficar ai me encarando até quando?

A garota pôs-se de pé e aproximou-se de Alóis , que quando percebeu a proximidade e a diferença de altura deu um passo para trás.

-O quê ? Você pensou que seria a única a perceber?

-Perceber o quê? -perguntou confusa.

-Nossos cheiros.

A maior chegou mais perto e cheirou o pescoço de Alóis.

-Exatamente, erva de cidreira.

Alóis ainda confuso não abriu a boca.

-Oh desculpe, prazer Ayura. - a mesma estendeu o braço.

E de novo Alóis não fez nada senão olhar para a mão de Ayura

-Olha é suposto vc apertar assim.

Ayura segura o pulso de Alóis e aperta suas mãos.

-Então o que faz uma nobre aqui? está perdida?

-Nem por isso.. - finalmente se pronunciou- e como sabe que sou da nobreza?

-Ah por favor né.. - Ayura olha a menor de cima a baixo - não é difícil perceber. Mas sinceramente o que faz aqui?

-Eu só vim..

-Hm?

Alóis travou quando percebeu que Ayura olhava atentamente para seu rosto.
Seu corte de cabelo bonito a deixava atraente e a cor do mesmo combinava com seus olhos castanhos. A sua boca carnuda, que não pôde evitar lamber quando Ayura pousou os olhos neles e suas maçãs do rosto definidas.
Alóis era linda.

𝐌𝐚𝐢𝐝𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora