8.º - Até Um Dia

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Duas semanas se passaram, e Alóis e Ayura só estavam melhorando sua afinidade.
Na mente das duas, sabiam que estavam em um relacionamento, mas só não tinham oficializado.

Alóis havia combinando com a maior de se encontrarem no jardim a esta hora.
Andando pelos corredores cruzou-se com seu irmão que vinha mesmo falar com ela.

-Precisa de alguma coisa?

-São os pais... eles querem falar com você.

A omega tremeu.
Seus pais raramente falavam ocasionalmente com ela, então porquê agora?

-Obrigada por avisar...

Nicolas viu sua irmã, preocupado, mudando de direção, indo ao encontro dos pais.

Ao chegar à sala partilhada do Chefe da Nobreza e da Dama, Alóis abriu a porta indo a encontro de ambos.
Sua mãe a saudou.

-Sim?

-Alóis minha querida, como você tem estado?

-Bem, e a senhora?

-Preocupada, com você.

Desta vez seu pai falou.

-Estou desapontado por não ter aceitado um dos meus cavaleiros favoritos como futuro esposo, mas tudo bem. Minha filha merece muito mais.
Agora se me dão licença tenho de sair.

Seu pai não tinha entendido nada sobre a relação de Alóis e Ayura então decidiu não de meter, já que tinha outras coisas com que de importar.

Ignoraram a saída dele e sua mãe continuou.

-Sei que tem estado a fazer "caridade" com uma plebeia. Passando tempo com ela, deixando ela andar pela nossa propriedade e comendo da nossa comida. Mas isso tem de acab-

-Espere. Com todo o respeito eu não estou fazendo nenhum "ato de caridade" ou seja lá o que for que a senhora esteja pensando. Ayura é minha...

Perdeu-se em sua fala pensando no Ayura era dela.

-Não importa! Ela está sendo interesseira e só você não vê isso.

-Ela não está! Ela me faz bem, me faz feliz, me fez conhecer vários lugares e-

-Você tem saído?

A menor percebeu que tinha deixado isso escapar, mas agora já era tarde para lamentações.

-Sim e ainda vou conhecer muito mai-

-Chega! Você tem até hoje á tarde para cortar todos os laços com essa rapariga insolente. Depois disso vai ficar temporariamente em seu quarto pensando se suas atitudes têm sido as melhores.

Alóis a esta altura só olhava para sua mãe sem esboçar nenhuma expressão.

-Por Deus Alóis, isso não são atitudes de uma senhora nobre.

A Dama bateu suas mãos na pequena mesa à sua frente, levantando-se e olhando para a janela.

-Sua amiga está lá fora te esperando.
Vá e acabe com essa palhaçada toda.

-Ela não é minha amiga. Até um dia mãe.

Por fim a omega disse, saindo e batendo a porta.

-Essa menina me faz rir mais que bobo da corte.

A Dama suspirou.

Passados poucos segundos viu sua filha falando com a plebeia e sorriu satisfeita quando depois de uns minutos viu a saindo correndo.
Deduziu que a filha tinha dito algo cruel.

Ayura Pov .

-Entendeu tudo?

-Eu acho que sim...

-Desculpa estar sendo assim tão apressada mas vai dar certo hm?

-Sim senhorita...

-Vai lá, te amo...

Já estava de costas quando ouvi as últimas palavras, se não estivéssemos sendo observadas a diria o mesmo.

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Relembrando e analisando tudo que ela me disse várias e várias vezes, oiço um dos sinos da torre do Clero e vou para a porta traseira.

Alóis Pov .

O som dos sinos foi o sinal que escolhi para nos encontrarmos.
Numa sacola de linho levava algumas coisas minhas que não me conseguiria desfazer, meu cadernos de desenhos e a lapiseira, uns livros, minha pequena coberta de infância que e um ou dois vestidos confortáveis.

Abri a porta e assustei-me ao ver D.Caty.

-Senhora você um realmente me mata do coração!

-Peço desculpa. Sou queria me despedir da minha segunda filha.

A mesma me abraçou e me passou um cesto.

-Aqui têm uns pães, bolinhos, bolachas, água e chá gelado. Lá vocês têm frutas e vegetais perto. Se cuidem, eu visito-vos 2 vezes por semana.

Não tive tempo de agradecer sequer pois fui empurrada por Caty para outro corredor.
Ouvi vozes de outras criadas e entendi o motivo.

Apressei-me e sai pela porta de trás vendo Ayura perto da estalagem.

-O que acha de fugir de cavalo? - ela me perguntou com aquele sorriso besta.

-Você deve ser louca?

-Por você pequena.

-Vindo de você ficou menos vergonhoso, confesso.

Rimos.

-Está bem, então vamos.

Me coloquei em cima de um dos cavalos do meu pai e me ajeitei.
Olhei para baixo e Ayura ainda não tinha subido.

-O que foi? Venha não temos tempo.

-Eu estava brincando! Você acha que eu sei andar nisso?

Ver ela assim me fez soltar uma risada alta.

-Vai sobe aqui.

Narradora Pov .

Alóis ajudou a maior subindo no cavalo e pediu que a mesma segurasse o cesto com uma mão e com a outra sua cintura.

-Está bom assim Alóis?

-Não me chame mais Alóis.

-Prefere "Amor" ?

-Pode ser - sorriu sapeca e feliz com o apelido carinhoso -...agora vamos, você me indica o caminho quando entrarmos no bosque.

-Certo, fugindo de cavalo. Que clichê!

-Nossa história é toda clichê, e você ama.

-Não, eu amo você.

E se foram naquele final de tarde nublada

𝐌𝐚𝐢𝐝𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora