Inimiga do Sol

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— Querido destino,
Até onde você irá para me fazer
Sentir confusa?
Já não está satisfeito por ver a minha dor?
Por ver a minha angústia? Mais já é tarde.

Você novamente mudou, e levou contigo
Minha única esperança...

Capítulo 2
Inimiga do sol

  Cansada e exausta,  o vento batia contra o meu corpo, realmente refrescante, finalmente poderia relaxar os meus músculos um pouco, pois já estavam se contraindo dentro de mim.

  Pensamentos me rodeava querendo me destruir, não tinha mais o controle da minha própria mente, era tantos que implorava que desse um fim, mas não adiantava.

Apertando forte a minha cesta ao encarar de longe o portão principal onde sei que Abirson estará-lá. Não quero que ele me veja nesse estado que me encontro, pois, com toda a certeza ele irá fazer perguntas e não tenho cabeça para isso.

Faltava apenas poucos passos para chegar no portão, quando o meu corpo recusa a continuar, fazendo me parar e ficar encarando o chão.

Agora até o meu corpo não queria obedecer me.

— Está bem. — Sussurro quase não sai a minha voz.

  Dou longo suspiro, renovando o ar e me redireciono com um novo destino em mente.

Movimento em silêncio, derrotada por meus próprios pensamentos. Recuperei o controle da situação voltando a prestar atenção por onde andava.

Não posso dizer por quanto tempo fiquei nesse estado, pois já havia passado por muitas casas e cabanas do comércio.

Entre a loja do alfaiate e a do ferreiro tem um caminho onde só viajante passa, uma segunda saída do Vilarejo.

  Permanência do mesmo jeito, destraida, até que algo me fez voltar a realidade.

Uma criança se aproximava com uma velocidade relativamente alta na minha direção, já era tarde de mais para mudar a rota.

Os nossos corpos se chocaram um contra o outro, imediatamente segurei a criança pelos braços a mantendo em pé, o seu olhar era de espantando.

— Me desculpa, madame.

Dizia o garoto que vestia um lindo macacão marrom, e nós pés, galochas pretas sujas de terra, com a sua linda boina de cor azul-marinho meio jogado de lado no seu cabelo bagunçado pelo vento.

— Se machucou?

Perguntei o colocando de pé e ajeitando a sua linda boina azul.

— Estou sim, madame.

Ele deu um grande sorriso meio banguela, me deixando menos preocupada.

  Faço um cafuné no pequeno tomando cuidado para não bagunçar o seu cabelo novamente.

— Que bom príncipe, tome cuidado na próxima vez, certo?

Falei calmamente Repousando os meus lábios deixando um beijo em sua testa, o tranquilizando.

  O menino concordou com a cabeça e se despediu com um sorriso afastando lentamente de mim. Fiquei o observando enquanto andava, em nenhum momento ele excitou a correr  novamente o que me fez rir.

Crianças são realmente puras e ingénuas, espero que a maldade do mundo não o corrompa.

Ele dobrou a esquina, última coisa que pude ver foi da sua boina sumindo, então pude voltar para o meu caminho.

Chamas na floresta / Flames in the forestOnde histórias criam vida. Descubra agora