Acordei em meio a um susto. Era outro pesadelo, o mesmo de sempre, a minha mente sempre tenta-me amedrontar, porém, ainda sou forte e isso não irá estragar este dia que está a começar.
Me retiro da cama jogando o meu lençol que caia suavemente até encostar no chão, ando sem pressa em direção a porta que me levaria ao corredor. Abro e vou na direção do banheiro.
Precisava molhar o meu rosto para me livrar dos pensamentos que habitava o mesmo, presos na minha própria mente, uma verdadeira armadilha para os que não são fortes.
Ao chegar no banheiro sou surpresa com um clarão vindo da janela. Chego mais perto observando o céu que tinha um azul fortemente escuro misturado com um laranja do amanhecer, não havia tantas nuvens que voava livremente pelo céu que recebia o sol.
Afasto-me da janela caminhando até o armário perto da banheira onde em cima estava a bacia de água, pronta para molhar o meu rosto. Faço uma concha com as minhas mãos e as, mergulho na água, em movimento rápidos, jogo o que havia pegado no meu rosto.
Estava gelada, perfeita para espantar o meu sono e os pensamentos. Repito o mesmo movimentos até não haver mais nada dominando a minha cabeça.
Após um tempo encarando a água, abro o armário de cima procurando a minha escova de madeira para poder arrumar o meu cabelo que mais parecia um ninho de ave.
Assim que o encontro em meio a uma pequena bagunça, o pego. Não estou com pressa então fico ali penteando calmamente o meu longo cabelo. Terminei de pentear deixando minha escova a onde a encontrei e pego uma pequena fita para prender um pouco o meu cabelo.
Assim que terminei de amarrar, abri a porta e vou em direção as escadas.
As desci sem perder tempo levo-me para a cozinha, observo que estou ficando sem lenha, o que não é bom já que preciso delas para fazer a minha comida e esquentar a minha água para o banho.
Suspirei e neguei com a cabeça, parei perto de onde deixo a lenha e abaixo-me para tentar contar quantos ainda possuía. Era pouco teria que ir cortar mais para repor.
Estico o meu braço até segurar-me na mesa para conseguir-me levantar. Quando fico de pé vejo que há um pão na cesta sobre a mesa.
O apertei para saber se ainda era comestível, duro como pedra, este era o jeito que se encontrava.
Qualquer um que o comer isto iria perder os seus dentes. Suspirei derrotada, não havia escapatória, eu tinha que ir ao vilarejo e buscar mais suprimentos.
Não gosto de ir muito para a vila, por isto evito o máximo de ter que ir lá.
Ando em passos rápidos subindo as escadas e indo ao meu quarto. Direciono-me ao meu guarda-roupas onde vasculhei procurando algum vestido bom para a minha pequena caminhada.
Pego uma blusa branca de manga longa que ainda não havia usado e o meu macacão de saia marrom.
Com tudo em mãos vou ao banheiro mais uma vez, porém agora era só para trocar de roupa. Tirei o meu pijama o colocando na cadeira que deixo no banheiro e visto a roupa que havia pegado.
Não quero chamar a atenção de ninguém, por isso escolho roupas com cores fracas e frias, diferente da população, que já vi muitas moças usarem um vestido azul vibrante, então isto já basta para ir ao mercado central.
Terminei de vestir-me e soltei o meu cabelo, amarrando a fita somente nos lados fazendo um laço com as pontas para cima.
Saio do banheiro e desço as escadas pulando alguns degraus, pego a minha cesta de comprar que normalmente a deixo do lado da porta e saio.
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Chamas na floresta / Flames in the forest
Fantastik[ EM ANDAMENTO] Se você seguir o riacho da serpente passando por Salem, você irá chegar numa pequena Villa, onde à um padre que manda nestas terras. Todos que moram aqui seguem fielmente o padre, o obedece e ninguém, até hoje, ousa questionar o que...