Desespero

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E outra semana se passou, trazendo um certo desespero à Sasuke, ao notar que o casamento de Sakura com Sasori seria daqui à três dias, no sábado. Ele ia para o trabalho e voltava para casa, evitando conversar com qualquer pessoa, incluindo Karin e seu irmão. E, nesta noite em especial, ele planejava fazer o mesmo. Mas nem sempre podemos fazer o que queremos, certo? Especialmente quando se tem amigos.

Assim, por volta das dez da noite daquela quinta-feira, Sasuke bebia uma taça de vinho, deitado no sofá. Ele trajava apenas uma calça de moletom escura, deixando seu peito à mostra. E então, ele ouviu o barulho irritante da campainha tocando insistentemente e uma voz raivosa gritar do outro lado da porta:

-Sasuke, seu idiota! Abra logo a merda desta porta!

Se levantando com certa dificuldade, ele caminhou até a porta lentamente, um tanto zonzo, pois aquela já era a sua terceira taça de vinho. E ele abriu a porta, observando Karin adentrar no apartamento, o barulho do seu salto vermelho parecendo muito mais alto do que o normal. Ele fechou a porta e olhou na direção da ruiva, que ajeitava os óculos, encarando-o com um ar irritadiço.

-O que você quer aqui, Karin? –ele indagou, passando a mão livre pelos cabelos negros, bagunçando-os ainda mais.

-Calado, Uchiha! Quem faz as perguntas aqui sou eu!

-Bem, eu estou na minha casa, então acho que eu tenho o direito de perguntar o por que de uma louca ter invadido aqui, do nada! –ele praticamente gritou, porque estava muito irritado.

Ela se aproximou rapidamente, colocando o dedo indicador no peito dele, os olhos rubis faiscando.

-Estou aqui porque sou sua amiga, seu idiota! Mas você parece se esquecer disso, porque tem me ignorado totalmente! Qual é o seu problema, Uchiha?

-Ah, problema? Nenhum! É só que o amor da minha vida vai se casar esse sábado e eu não posso fazer nada para impedir! O que é que tem de errado com isso? –ele gritou, sarcástico.

Karin pegou a taça de vinho da mão dele e bebericou um pouco, se afastando em seguida. Ele bufou, incomodado com a atitude dela. Mas, aparentemente, ele não conseguiria se livrar de Karin tão cedo.

-Bom... já que você ia ficar aqui, se embebedando sozinho, vou te fazer companhia –ela falou, se servindo de mais vinho e sentando no sofá, já tirando os sapatos de salto vermelhos como sangue.

Sasuke andou até a cozinha e pegou outra taça, voltando para a sala em seguida. Se serviu de um pouco de vinho e deitou-se com a cabeça apoiada no colo de Karin. Ela balançou a cabeça negativamente, como se estivesse decepcionada com algo.

-Você não viria até aqui só porque te ignorei. Tem algo a mais. O que aconteceu, Karin?

-Você é bem perceptivo, Sasuke –ela bebeu um pouco do líquido de sua taça –Sim, algo aconteceu. Sabe aquele cara de quem eu falei?

-O Suigetsu?

-O que? Como você sabe que o cara de quem eu gosto é o Dr. Hozuki?

-Ah, Karin! O hospital todo deve saber! Você praticamente engole ele, só com o olhar!

-Tudo bem, é dele que eu gosto! Mas voltando ao assunto: Eu disse à ele como me sentia, porque, ultimamente, temos conversado mais e tal... Daí eu pensei que talvez, o sentimento fosse recíproco.

-E o que ele disse?

-Absolutamente nada. Ele deu um aceno com a cabeça e foi embora, sem dizer nada! E agora eu fico aqui, desesperada para saber o que ele pensa de mim agora! Caramba, eu estou parecendo uma garotinha do colegial apaixonada pelo capitão do time de basquete, que por acaso, é o garoto mais popular do colégio. Odeio me sentir assim.

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