Você é a única

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Chegamos ao penúltimo capítulo, portanto, hoje não teremos mais capítulos :(

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A cabeça de Sasuke parecia querer explodir, e ele desejava que aquilo acontecesse. Um súbito desespero o abateu e ele gritou em agonia, caindo de joelhos, socando o chão com todas as suas forças. O casamento era naquele dia e ele fora enganado. Depois do que houve entre ele e Sakura na noite anterior, ele pensava que ela tinha desistido de Sasori e que, a partir daquela noite, eles ficariam juntos. Mas ela fora embora, deixando aquele bilhete ridículo.

O choro que o dominava era ainda mais desesperador do que o do dia em que Karin ficara ao lado dele. Era mil vezes pior, aquela sensação de abandono que tomava sua consciência, fazendo-o se contorcer no chão gélido, desejando morrer. Ele a havia perdido.

Assim como era inevitável, águem batia à porta. Provavelmente, algum vizinho tinha ouvido seu grito e vinha para ver se estava tudo bem.

-Vá embora! –Sasuke gritou, sem se importar se fora rude.

-Abra a porta, Sasuke. Sou eu.

Qualquer outra pessoa que dissesse apenas "sou eu" teria levado uma resposta extremamente indelicada. Mas Sasuke nunca falaria qualquer coisa que pudesse ofender seu irmão mais velho. Tropeçando nos próprios pés, ele se levantou e correu até a porta, abrindo-a com uma força desnecessária. E, assim que viu Itachi, ele o abraçou.

-Ei, o que houve? –Itachi indagou, genuinamente preocupado.

-Ela foi embora...

-Ela?

-Sakura... ela esteve aqui ontem há noite... passamos a noite juntos... mas hoje de manhã, quando eu acordei, ela tinha ido embora e deixou esse bilhete ridículo –ele apontou para o pequeno pedaço de papel amassado e jogado no chão.

Itachi adentrou na sala e pegou o bilhete do chão, desamassando-o e lendo-o, fazendo uma careta ao terminar. Parecia impossível que a pessoa que deixara aquilo fosse realmente Sakura. Era cruel demais para ela ter escrito.

Itachi olhou na direção do irmão, que estava sentado no sofá com a cabeça entre as mãos, chorando como uma criança. A situação era ainda pior do que lhe disseram. Quando, há meia hora, um se seus amigos que morava no prédio ligara, avisando que ouvira um grito aterrorizante vindo do apartamento de Sasuke e que ninguém respondera quando chamaram, Itachi entrou em desespero. Só a ideia de ver o corpo de Sasuke sem vida, o havia deixado num estado de ansiedade surreal. Mas, agora, ver o irmão tão fora de si, o deixava angustiado de uma forma que ele nunca gostaria de ter experimentado.

-Sasuke...

-Ela foi embora...

-Sasuke, me escute! –ele praticamente gritou com o mais novo –Eu sempre disse que você é o meu irmãozinho tolo, e eu estava certo. É tolice pensar que você perdeu ela. Se ela esteve aqui durante a noite passada, é porque ainda gosta de você. Então nem tudo está perdido. Você sabe que eu nunca gostei de quebrar as regras e sempre pus a felicidade dos outros à frente da minha. Mas você não é assim. Então, ainda há uma chance.

-Está sugerindo que eu seja o amante dela? –Sasuke indagou, verdadeiramente assustado por ter entendido aquilo a partir de algo que Itachi, seu irmão perfeito, havia dito.

-Entenda como quiser –o mais velho disse, indo até a porta. Mas, antes de sair, ele finalizou: –A cerimônia será às cinco da tarde, naquela igreja perto da nossa antiga casa. Não se atrase.

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