Capítulo 2

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Mathew Fontinelli

Hoje é domingo dia de descanso acordei tarde me levanto e vou até o banheiro fazer minha higiene, irei em um almoço na casa de meus pais hoje, convidei Anthuan para ir comigo, meu melhor amigo e meu consigliere, ele vivia sozinho não tinha família próximo a ele aqui em Sicília.
Ao chegar na casa de meus pais escuto meus irmãos conversando alto um com os outros, entro na sala e já estão todos lá, inclusive meu amigo, me aproximo deles que tem um copo de uísque em suas mãos e participo da conversa.
Depois que almoçamos eu meu pai e Anthuan fomos até seu escritório, me sirvo de um copo de uísque e me sento no sofá que se encontra ali na sala. Todos se servem e poucos minutos depois meu pai recebe uma ligação, era de seu amigo querendo algum conselho, após desligar meu pai se dirige a mim.

— Como é o capo agora quero que resolva esse pepino que vai chegar daqui apouco.
— E o que seria? — Pergunto e dou um gole na minha bebida.
— Osvald irá vir aqui, quer um conselho, sua filha saiu da rédea de novo.
— Aquela lá gosta de uma confusão, o que ela aprontou dessa vez?
— Não faço ideia, mas o problema quem irá resolver agora é você, quero ver como irá se sair.
— Será uma honra papà.— Sorrio olhando para meu amigo, ia adorar castigar aquela ragazza.

Alguns minutos depois Osvald batia a porta do escritório para entrar, assim que escuto a permissão de entrada ele entra.
— Meu amigo como posso te ajudar, parece que está com algum problema!
— Estou sim, chegou relatos até mim que minha filha já deveria estar casada, e realmente deveria, mas fui tão frouxo que a deixei escolher com quem queria se casar, que faria a proposta para a família do rapaz, mas se passou muito tempo e nada dela escolher.
Sirvo um copo de uísque para ele e me sento escutando o que ele diz.
— E alguém já mostrou interesse nela? — Anthuan pergunta, o olho com cara de exclamação.
— Na verdade sim, algumas pessoas se mostraram interessados.
— Então qual o problema? — Faço a pergunta. — Escolha alguém para ela se casar. — Falo o óbvio ele era o chefe da casa ele que decidiria o que fazer afinal.
— Quero a opinião de seu pai, uma das pessoas que mais me chamou a atenção foi Vitório Rossi, o que acham dele?

Meu pai me encarava esperando por uma resposta, Vitório para quem o conhecia a fundo era um tremendo figlio di puttana, quando bebia não respeitava nem as putas do bordel, já soube de casos que ele já havia agredido algumas, por mais que não fosse com a cara da Camila não iria sujeitá-la a isso, minha irmã me mataria, as duas são inseparáveis.
— Só tem Vitório em mente? — Pergunto para o Osvald
— Dentre os outros ele foi o mais interessado e de status melhor e acho ele um bom rapaz.
Anthuan olhava para mim dizendo que não com a cabeça.
— Vitório seria um dos últimos que deveria estar com sua filha, socialmente ele é uma ótima pessoa mas intimamente não é tanto assim.
— E o que sugere então Mathew?
Meu pai me pergunta.
— Eu não faço ideia, quais os outros da lista? — Pergunto. Meu pai levanta sem paciência da mesa.
— Escolha alguém Mathew se mostre como líder.
Pensei em várias pessoas olhei para o lado em direção a Anthuan e ele queria me dizer algo, mas meu pai se cansou de esperar e interviu na história.
— O Mathew se casa com ela.

Parei na metade do caminho até Anthuan quando o escutei falar.
— Eu o que? — perguntei assustado.
— Você se casa com ela, já que não consegue pensar em ninguém, e sabe que terá que se casar o quanto antes, nada melhor que isso, problema resolvido.
— Eu acho que estamos sendo um pouco precipitados aqui.
— Não estamos não, não vejo ninguém melhor que meu próprio filho para a filha de meu amigo. — Papà passa o braço sobre os ombros do amigo todo feliz.
— Se Mathew aceitar não vejo o porquê de não aceitar esse acordo.
— Ele não tem que aceitar nada, já passou da hora dele se casar também. — meu pai diz ao seu amigo.
— Eu sou o capo eu quem escolho com quem me casar, e estou longe de encontrar alguém.
— E eu sou o Dom você deve respeito a mim, e continuo sendo o chefe dessa família, então exijo que demostre respeito.
Me calo olhando incrédulo para meu pai, ele só podia estar louco.
Passamos o restante da tarde no escritório organizando tudo, desde o jantar para que o noivado seja feito até uma data para o casamento, aquele era mesmo o meu fim, apenas concordava com tudo, se eu me opunha a algo papà tratava de me colocar no lugar. No fim da tarde nos despedimos de Osvald e assim que ficamos só nós eu o questionei.
— Você não tinha o direito de escolher alguém para mim. — Falo entre dentes.
— Eu sou seu Dom e seu pai, estou no topo da autoridade aqui, ou você acata a minha ordem ou acata minha ordem, você não tem escolha. Vive rodeado de puttana e não foi capaz de escolher alguém, você já é o capo se coloque em suas obrigações.
— Verdade eu sou o capo, e esse direito era meu, eu que deveria escolher alguém.
— E por acaso já tinha alguém em vista senhor capo? — Meu pai ironiza fazendo aspas com os dedos no ar, abaixo a cabeça e permaneço em silêncio. — Foi o que pensei.
Sem dizer mais nada ele sai do escritório me deixando sozinho com Anthuan.
— Sinto muito cara, mas você facilitou, devia ter falado o nome de alguém na conversa que ele iria aceitar.
— Não pensei em ninguém. — Me sento e coloco a cabeça entre minhas mãos. — Cazzo vou ter que me casar com a doida da Camila Pagano.

Anthuan Caccini

   Chego em casa, depois de escutar por horas Mathew reclamando que terá que se casar com Camila, Subi até meu quarto tirei minhas roupas eu vou até o banheiro, entro debaixo do chuveiro e deixo meus pensamentos irem embora junto com a água que desce para o ralo, fico por minutos assim em baixo da água quente que cai sobre mim. Escuto a campainha tocar, e logo o pensamento me vem, eu tinha me esquecido completamente, desligo a água e enrolo a toalha na cintura, desço as escadas em direção ao hall de entrada, assim que abro a porta, a vejo parada em minha frente com os olhos tristes. Cazzo em que merda eu fui me meter. Abro caminho para que ela entre, já na sala ela se senta no sofá, ela estava linda com uma calça branca de alfaiataria larga e uma blusa nude colada ao corpo que destacava suas curvas, aqueles olhos claros me olhavam compenetrados, por que eu não abri minha boca antes disso tudo acontecer.
— Preciso falar algo sério com você. — Camila fala e pausa por um tempo. Fico calado esperando.
— Papà quer que eu me case o quanto antes, e eu vim te fazer uma proposta.
— E sobre o que seria essa proposta? — Pergunto prevendo o que vem por aí.
— Sei que terá que se casa também em alguma hora, e bem já estamos envolvidos a algum tempo, e como ele disse que eu poderia escolher alguém, eu queria saber se me aceita, como esposa!
Continuei a olhando por algum tempo pensando em como eu iria falar, se eu deveria falar alguma coisa.
— Estive hoje a tarde toda em reunião com o seu pai juntamente com o Dom e o capo. — Ela me olha com esperança, eu vou ter que magoá-la de uma forma ou outra.
— E sobre o que conversaram?
— Sobre o seu casamento.
— Como assim meu casamento?
— Seu pai escolheu alguém para se casar com você. — Cruzo os braços a olhando.
— E quem ele escolheu? — Camila se levanta vindo até mim.
— Isso quem irá te dizer será seu pai, ou seu noivo.
— Quem é ele Anthuan? — Ela me olhava em súplica.
— Eu não posso te dizer nada, isso não cabe a mim no momento.
— E a gente, por que não disse nada Anthuan?
— Não tem mais a gente Camila, eu não pude fazer nada.
— Como assim não pode fazer nada você é o cazzo do consigliere antes de você só o capo. — Me afasto dela sem dizer nada. — Anthuan o que está acontecendo, como a gente fica?
— Camila você não entende que não dá pra fazer mais nada?
— Eu vou falar pra ele sobre a gente e ele voltará atrás.
— Não, você não vai contar pra ninguém sobre a gente.
— Ora como não?
— Seu noivo vai acabar com nós dois.
— Vamos pedir a ajuda de alguém, nós vamos conseguir ficar juntos.
Me aproximo dela e a abraço, apoio meu queixo em sua cabeça.
— Pequena eu sinto muito mesmo, eu até tentei falar algo mas estava fora do meu alcance, me desculpa por não ter feito nada antes, eu deveria ter pensado antes. — Ela levanta a cabeça e me olha com os olhos cheios d'água, limpo as lágrimas que escorrem em seu rosto, aproximo nossas bocas e a toco delicadamente com os meus lábios iniciando um beijo, ela se aconchega mais em meus braços e assim intensifico o beijo.
Aos poucos vou me afastando e já sinto falta dela em meus braços, respiro fundo a olhando eu precisava tomar aquela decisão não tinha outra escolha, a seguro distante de mim.
— Agora você precisa ir, se alguém nos pega aqui vamos ser julgados por traição, você já pertence a alguém agora. — Meu coração doía de olhar para seu rosto e ver a dor estampada ali, eu fui muito burro de não ter lhe feito o pedido antes, eu me acomodei no que eu achava que estava garantido. Aos poucos ela se afastou de mim e saiu pela a porta, minha vontade era de agarrar ela e a levar para o meu quarto e me afundar nela como já fiz várias vezes antes, não podia cometer o ato de traição  com o meu melhor amigo, aquele que me colocou onde estou hoje.

  

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