A Escolhida do Capo Santinelli

Capítulo 11

     Caralho, que merda agora fodeu com tudo, olho desesperada para Mathew, que estava com a cabeça baixa.
— Mas você não sabe se isso é verdade, sei lá, meus Deus e agora? — Não sei, preciso falar com minha mamma.
— E por que ele está fazendo isso tudo? — Me refiro a Frederico.
— Ele quer que eu me case com a filha dele.
— E você quer? — Pergunto realmente querendo saber sua resposta.
— Não, claro que não.
— Por que não?
— Por que eu estou com você.
Fico em silêncio por um momento, como assim está comigo, isso não faz sentido nenhum.
– Mas você não quer ficar comigo, eu não estou te entendendo Mathew, pode ficar com ela.
— Eu estou tentando te dizer que quero ficar com você e não com uma desconhecida qualquer.
— Você tem noção do que está falando? — Eu não estava entendendo mais nada, onde ele estava querendo chegar com aquilo.
— Tenho completa noção doque estou dizendo Camila.
— Você está me deixando confusa. — Minha mente não conseguia processar o que ele estava dizendo, ou não queria.
— O que você não está entendendo me fala que eu te explico. — Ele diz se aproximando de mim.
— Por que quer ficar comigo? — Pergunto o vendo chegar cada vez mais perto.
— Porque eu estou sentindo algo por você, algo que eu já senti a muito tempo atrás.
Meu coração erra as batidas quando aquelas palavras saem da sua boca, e em questão de milésimos de segundos bate cada vez mais rápido, tudo em volta não faz mais sentido, apenas ele ali a milímetros de distância de mim.
— Por que nunca me disse nada? — É apenas o que eu consigo formular.
— Eu nunca consegui me expressar de uma forma correta.
Sem palavras era como eu estava naquele momento, não sabia como corresponder, não sabia se o que eu sentia era a mesma coisa que ele, eu estava assustada, com tudo o que vem acontecendo, eu não estava preparada para escutar aquilo dele, era uma explosão de sentimentos que eu não conseguia definir se era bom ou ruim.
— Eu não sei o que dizer. — Digo tentando formular algo melhor que aquilo.
— Não precisa dizer nada, eu só queria que soubesse, que estar com você nesses últimos dias fez tudo voltar, aquela paixão boba de adolescente, na verdade estou me sentindo um agora. — Ele deposita um beijo demorado em minha testa e se afasta.
— Você não está parecendo nada com o adolescente bobo que era. — Digo sorrindo.
— Estou pior então?
— Não, está melhor, bem melhor.

— Mathew você viu a Camila? — Rebecca entra no escritório procurando por mim.
— Estou aqui. — Digo a olhando de braços cruzados.
— Estava te procurando. O que estão fazendo aqui?
— Apenas conversando.
— Tá ok, você quer ir almoçar comigo?
— Tá bom vou sim.
— Te espero lá em baixo então.
Ela sai deixando eu e Mathew.
— Você quer ir almoçar com a gente?
— Vão só vocês, hoje aqui está bem corrido.
— Tudo bem te vejo depois. — Digo me virando pra sair.
— Camila. — Volto até onde estava. — Fica aqui, se não tiver onde ficar. — Fico por um tempo parada onde estou, por fim concordo com o seu pedido.
— Tá bom.

Estava em uma área reservada da casa de Mathew, venho pensando em tudo que vem acontecendo, depois da nossa conversa se passou duas semanas e ele tem agido normalmente comigo, não esperava que Mathew fosse me dizer tudo aquilo, e que um dia teve sentimentos por mim, e que tudo estava se aflorando novamente por nós nos reaproximar. Confesso que fui pega de surpresa e não sabia como agir em tal situação diante de tudo que aconteceu, eu tinha perdido meus pais, vivia me escondendo para não encontra Anthuan pela casa, ele sempre estava por aqui, na verdade a casa sempre estava cheia de pessoas trabalhando, aquilo me distraia uma pouco dos meus pensamentos e de me lembrar de meus pais. Mathew me deu a informação de que o incêndio foi provocado e que estava empenhado em descobrir quem foi o mandante, tenho tentado retomar minha vida depois de tudo, foi me dado um quarto onde eu estava ficando a maior parte do meu tempo, acho que Mathew não queria forçar nada e me deixou ter minha privacidade.

Estava sozinha na cozinha fazendo minha refeição da tarde, e em um momento sinto a presença de alguém, me viro e me encontro com Anthuan me observando, deixo minha tigela de frutas sobre o balcão e me preparo para sair.
— Precisamos conversar. — Ele diz ao segurar meu braço.
— Não tenho nada para falar com você. — Digo puxando meu braço.
— Camila por favor me escuta.
— Te escutar por que, depois de tudo que você fez!
— Tá legal eu fui um babaca e quero me desculpar.
— Mas não quero te ouvir.
— Camila me entende eu estava com raiva e me deixei ser levado pelo ciúmes.
— Você quer que eu entenda? Você me agrediu por uma coisa que não quis entender.
— As circunstâncias mostravam outra coisa.
— Não importa o que as circunstâncias diziam, você não tinha o direito de encostar um dedo em mim.
— Por favor me desculpa.
Me mantenho distante dele o observando, eu estava em alerta não confiava mais nele a ponto de ficar só em um lugar com ele, tava me preparando para sair dali de qualquer maneira quando Mathew entra no local nos observando.
— Está tudo bem por aqui. — Ele diz olhando de mim para Anthuan.
— Está, estávamos apenas conversando. — Anthuan diz me observando.
Mathew se senta próximo a bancada como se não quisesse nada, pega uma maçã que estava em uma fruteira sobre a bancada e a leva a boca, observo cada movimento seu.
Diante de todo aquele constrangimento Anthuan sai deixando apenas eu e Mathew.
— O que ele queria? — Ele me pergunta ainda focado em comer a maçã.
— Queria me pedir desculpas.
— E você aceitou?
— Não, ainda não superei aquilo para poder perdoa-lo.
Ficamos em um silêncio por um bom tempo até que Mathew retoma a palavra.
— Quer sair para jantar? — Me surpreendo com o seu pedido naquele momento. — Abriu um restaurante novo, quero conhecer o lugar.
— Ah claro, lhe acompanho sim.
— Ótimo, saímos às 19:00 hrs então.
— Tá bom.
Sendo assim ele pegou mais uma fruta e saiu me deixando sozinha. Mais que depressa sai dali e me direcionei ao meu quarto, não queria me encontrar novamente com Anthuan, e parece que Mathew não gostou nada de nós ver juntos, quanto mais eu evitar melhor.