Capítulo 6 - Barulheira

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Uma vez meu tio me levou a uma corrida de automobilismo que acontecia em nosso país uma vez no ano, eu tinha 12 anos, era corrida livre pela cidade, a organização do evento fechou as ruas é claro, muitas pessoas conseguiam ver de suas casas e terraço do prédio, como a corrida que há em todos os anos em Monaco pela Formula 1. Era um trajeto que não tinha muitas curvas então era fácil os corredores alcançarem mais que 250kh, a corrida só tinha carros da Jaguar. Em cada país onde havia as corridas eram de cada marca de carro, contém 15 corredores, os 2 primeiros que chegam em primeiro disputam a grande corrida no final da temporada, onde se encontra os dois melhores corredores de cada marca de carro, já vi pela televisão que tem da BMW, Lamborghini, Porsche, Ferrari, Audi entre outros.

Eu me lembro que nessa corrida um corredor chamado Lian Moss estava participando da terceira temporada e exatamente nessa ele chegou em segundo lugar, se classificando para as finais, nesse mesmo dia vi seu carro voando como se fosse uma águia, mal dava para ver quando passava em minha frente, fiquei imaginando como deve ser a sensação de alta velocidade, sentir o vento no rosto, a brisa, a liberdade de como se fosse um pássaro sobrevoando o céu. Eu conseguia sentir o vento quando carro passava pela arquibancada, fazendo subir uma poeira, pedras se movendo pelo chão, era fácil sentir o chão tremer e aquilo era uma sensação maravilhosa, e só conseguia pensava como isso era libertador.

Voltando para a casa naquele dia vi que quando crescesse queria poder sentir essa liberdade, sentir a adrenalina e emoção do vento em alta velocidade. Claro que a Black atinge 190kh, mas não descanto a possibilidade de no futuro ter um motor que atinja mais que 250km.

São 17:47 vejo pelo painel do carro, estou a caminho da Cascata de Vidéu, precisando de um momento a sós com meus pensamentos, Deus e natureza. Pego uma reta de mais de 2kh e atinjo um pouco mais que 150kh, não há ninguém na rua, somente as árvores bem arquitetadas assim como algumas casas pelo bairro ao som de (for King + Country - For God Is With Us) e uma parte da letra me chama atenção "Há silêncio na terra, mas os céus estão rugindo, contando a história da glória vindoura". Na mesma hora estou chegando perto da cachoeira, vou um pouco mais a frente onde as pessoas quase não vão, elas preferem ficar exatamente na cachoeira, então ando mais uns 500 metros e encosto o carro perto de uma árvore imensa, ainda é possível ouvir a cachoeira muito bem. Não há um carro por aqui, somente o meu, encosto o carro e o desligo. Bato a porta do carro e subo no capô, encosto-me ao para-brisas e fecho os olhos, o som ainda está ligado na mesma canção e por um momento levo meus pensamentos longe, e decido apagar por um instante qualquer pensamento, me permito não imaginar tristeza e nem alegria, quando estou alegre sinto que será por um mero período de tempo, já a tristeza parece que nunca irá ser apenas por um tempo, nós deveríamos ser capazes de controlar totalmente cada pensamento? Sempre me pergunto isso, e então penso que sim, se fossemos capazes jamais teríamos total alegria ou tristeza em nossa vida pois sempre iriamos querer controlar tudo, já não controlar é o sentido da vida, é o que nos motiva a cada dia, a final de contas Deus nos permite fazer escolhas, mas mesmo sabendo que ele pode controlar tudo, nós queremos mudar a rota, ultrapassar limites como se fosse possível aliviar qualquer dor ou pressão.

Meu celular toca e é o Zen, acho que tocou umas 3 vezes antes que eu consiga atender, eu estava tão longe nos meus pensamentos que fui voltando aos poucos.

"Oi." Digo tentando voltar do transe.

"Oi pretty, te mandei mensagem, mas acho que não viu, está ocupada? Quero te ver!" Talvez não seja tão ruim ele estar aqui agora.

"Me desculpe eu não ouvi, tudo bem."

Passo o endereço a ele onde estou e volto novamente para meus pensamentos com as músicas tocando aleatoriamente no carro, mas parece ser um aleatório que sente esse momento que estou, cada música complementa a outra, tanto na melodia quanto na letra.

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