Capítulo 3 - Um Milk Shake

14 1 0
                                    


Ao finalizar o culto, todos os obreiros se reúnem na porta para se despedir de todos, devemos sempre estar com um sorriso no rosto e sermos simpáticos, isso reflete muito nas pessoas, aprendemos que uma recepção diz tudo sobre um lugar.

Sempre depois do culto eu converso com o pessoal, mas como eu estava escalada e tinha que esperar todos passarem pela porta de saída da igreja foi demorado, meus amigos acabaram que indo embora até mais cedo, eu também não conversaria muito pois estava cansada e no dia seguinte teria aula. Me despedi de umas irmãs, peguei minha bolsa e sai em direção ao estacionamento da igreja, minha caminhonete era uma das últimas ao lado dos poucos carros localizados do lado esquerdo do estacionamento. Pego a chave dentro da bolsa, abro a porta e coloco a bolsa no banco do passageiro, ligo o som que começa a toca (Sabe – Cláudio Louvor), ligo também o farol e por fim o carro, o motor foi um pouco modificado é um 2.0, não é automático e com isso faz um barulho alto, eu sou apaixonada por isso.

Saio de vagar pelo portão da igreja, me despeço dos obreiros que ficam no portão.

"Raquel essa semana vou com minha noiva no restaurante do seu pai, faça o favor de fazer uma sobremesa única viu." – Diz Pedro um dos obreiros mais recente consagrado.

"Com toda certeza, estou testando uma receita nova e você quem dirá se vale a pena colocá-la no cardápio tudo bem?" – Rimos juntos

"Ai é coisa boa." – Ele ri. "Deus abençoe e vá com Deus".

"Amém, a vocês também." – Saio em direção à rua.

Ao passar de vagar até chegar na rua, vejo Zen encostado ao lado de um JEEP Cherokee todo preto, creio eu que seja o carro do ano. Paro ao seu lado e o comprimento.

"Então!" - pauso. - "Rodou no manto hoje?" - Pergunto com um pouco de temor na sua resposta até porque a palavra hoje foi um pouco dura, mas é o símbolo das assembleias, ter palavras que edificam.

"Eu gostei muito, obrigado pelo convite Raquel." - Ele sorri e logo continua. - "Por acaso você não tomaria um milk shake comigo agora?" – Ele coloca umas das mãos dentro do bolsa na calça de alfaiataria fina, e já logo penso (oxe, que isso, direto ao ponto assim haha.)

"Acho que não é uma boa ideia. - Pauso meio receosa. – Amanhã eu tenho aula cedo" – Na verdade eu não conhecia nada sobre ele eu estava morrendo de vergonha.

"Vamos, será legal e eu garanto que você dormirá o suficiente até a hora de sua aula." - Ele sorri com esperança.

"Está bem, só vou mandar uma mensagem ao meu pai para não o preocupa-lo." – Ele concorda e eu mando uma mensagem rápida ao meu pai dizendo que iria tomar um milk shake com um amigo.

Ele entra em seu JEEP e sai devagar, eu vou logo atrás.

Estamos em um ponto da cidade onde eu acho que nunca passei por aqui, ou se passei não me lembro, a cidade é grande, estamos no bairro Skypark, eu moro do outro lado da cidade, então estou um pouco longe. Estacionamos ao lado da cafeteria onde sua fachada é toda azul claro, com grandes janelas de vidro, um lugar bem moderno, encima uma placa bem grande escrita (Cafeteria Sky). Pego minha bolsa Double Face John John Branca e desço pelo estribo da caminhonete, espero ao lado dela enquanto Zen termina de tirar a gravata e o paletó.

"Vamos?" – Ele sorri meigamente.

"Claro." – Retribuo o sorriso com certeza toda vermelha de vergonha.

Ao passar pela porta vejo uma bancada extensa em frente aos vidros da fachada, por mais que do lado de fora seja um azul claro, dentro não prevalecia só azul, mas um marrom claro, marrom médio, areia, azul turquesa e água-marinha, cores muito bem casadas. Os bancos que ficavam em frente as grandes janelas de vidro eram marrons médio assim como a bancada de madeira, as mesas e cadeiras eram marrons claro com areia. Uma parede tinha quadro negro com alguns desenhos, as luzes pendentes tomavam conta do lugar, principalmente na direção das cadeiras e mesas, havia quadros de pintura abstrata pelas paredes e vasos de flores com lindos arranjos.

O Farol VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora