I

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Regulus desperta com o som de passos no corredor.

Ah, não.

Ele logo cutuca James que está agarrado nele como um coala e diz — Jay, meu irmão veio sequestrar nosso bebê de novo.

Potter nem abre os olhos quando responde — Deixe ele levar. Buscamos mais tarde.

Regulus olha indignado para seu marido.

— James, você sabe que Sirius não tem responsabilidade para cuidar de um bebê. E Remus nem está aqui para colocar algum juízo na cabeça oca dele.

— Ele está carente com saudades do Moony, ficar um pouco com Harry vai ajudá-lo com isso. Ele vai brincar com ele o dia todo e mais tarde poderemos dormir o sono dos justos porque nosso bebê estará cansado. Vê? Só vantagens. Agora vamos dormir mais um pouco — James fechou os olhos e se aconchegou em seu marido novamente.

Regulus bufou enquanto pensava no assunto.
 
Concluiu que deixar seu irmão cuidando de seu filho por alguns minutos não faria mal nenhum.

Ele estava errado.

Dessa vez Regulus desperta com o cheiro de queimado.

Ele levanta alarmado e desce as escadas correndo.

Quando chega na cozinha a primeira coisa que avista é Harry sentado na cadeira de alimentação balançando as perninhas enquanto bate palmas e dá risada. Regulus então olha mais adiante e vê a origem do cheiro de queimado.
 
Sirius havia colocado fogo em outra panela.

— Por Merlin, Sirius. Quer colocar fogo na minha casa? — Pergunta Regulus enquanto pega a panela e joga na pia, logo em seguida ligando a torneira.

— Eu estava tentando fazer panquecas para o Harry... Olha a carinha dele. Ele claramente queria panquecas no café da manhã.

— Sim, Sirius. Panquecas. Não carvão. Olha só o que você fez com a minha panela. É a quarta panela que você queima no mês. E estamos apenas na segunda semana.

— Reg, meu pequeno gafanhoto... Somos bruxos — Diz Sirius com um sorriso convencido — É só fazer um feitiço e voilà. Panela nova em folha.

— O fato de existir um feitiço pra’ isso não anula o fato de que não quero minhas panelas queimadas. Vamos, saia da minha cozinha e me deixe fazer um café da manhã decente para o meu filho.

Sirius subiu as escadas para acordar seu amigo e contar que foi enxotado da cozinha pelo seu irmãozinho.

— Eu já te disse onde Moony está, Prongs — Diz Sirius enquanto entrega outro bloco de brinquedo para Harry que se encontra no tapete empilhando os mesmos.

— O que eu quero entender é por que você está aqui e não com seu marido — James fazia cafuné nos cabelos de Regulus que tinha a cabeça repousada em seu ombro.

— Ele precisava desse tempo com a mãe dele. Ela está doente e Moony precisava fazer isso sozinho.

— Ele te pediu pra’ ir sozinho, não é? — Regulus deduziu com um sorriso.

— É... — Sirius disse baixando os ombros e adotando uma postura triste.

— Pads, fique calmo. Moony sabe o que faz... Logo logo ele estará aqui — O Potter mais velho diz com um sorriso tentando consolar o amigo.

— Quem estará aqui logo logo? — Remus perguntou enquanto tirava o casaco e fechava a porta.

— Moony!

Sirius correu em direção ao seu marido e se jogou em seu colo.
Remus teria caído se não tivesse firmado os pés.

Eles logo se soltaram do abraço e caminharam até onde estavam os moradores da casa.

— Olá, família — Remus cumprimentou os dois adultos com abraços e se abaixou para pegar seu afilhado no colo — Sentiu saudades do tio Moony, bebê? Sentiu? — Ele dizia enquanto deixava beijos por todo o rosto de Harry que ria feliz com o carinho.

— E então, Moony? Como sua mãe está? Ela melhorou? Você demorou, Sirius já estava ficando biruta — O Black citado olhou feio para o amigo, mas logo direcionou seu olhar para o marido esperando as respostas.

— James, deixe ele respirar antes de interroga-lo — Regulus disse rindo.
 
Remus se sentou no tapete ao lado de Sirius com Harry em seu colo.

— Ela está melhor, Jay. Nem está mais acamada... Fez questão de cozinhar durante a semana que passei com ela.

Remus disse enquanto brincava com a mãozinha de Harry que permanecia quietinho em seu colo.
 
— Acho ótimo que ela tenha melhorado e que você tenha voltado. Sirius queimou quase todas as minhas panelas, sabia disso? Ele é um desastre na cozinha — Todos – menos Sirius – riram com a frase de Regulus.

— Me convidaram pra’ ser humilhado, é? — Sirius disse com os braços cruzados.
 
— Não te convidamos — Respondeu Regulus.
 
Sirius se virou para Harry que estava segurando a mão de Remus e brincando com sua aliança e começou a murmurar coisas como “ninguém me dá o devido valor”, “quando eu aprender a cozinhar não vou convidar seus pais para jantar na minha casa, Harry”.

O dia passou sem mais panelas queimadas.
 
Eles haviam almoçado, assistido desenhos com Harry batendo palmas e balbuciando coisas incompreensíveis durante todo o tempo, haviam brincado com Harry no tapete da sala e já haviam jantado. Regulus e James cozinharam enquanto Sirius e Remus ficaram na sala com o afilhado.

Agora na hora do casal ir embora, Regulus não aguentava mais a choradeira.

— Eu ia trazer ele de volta amanhã, Reg. Por favor deixa — Sirius choramingava de novo.

— Remus, dê um jeito no seu cachorro pulguento e sequestrador de bebês — Regulus dizia enquanto afastava Harry das mãos estendidas de Sirius que estava a bons minutos tentando pegá-lo.

James e Remus se divertiam sempre que isso acontecia. Sim, era uma coisa frequente.
 
— Amor, vamos embora. Harry precisa dormir. E amanhã podemos vir vê-lo novamente, não é como se morássemos longe, não é? — Lupin dizia puxando seu marido pela jaqueta.
 
Sirius foi vencido pelo cansaço e se despediu de Harry com muitos beijos, abraços e promessas de que voltaria no dia seguinte. Ótimo pensou Regulus.

Assim que o casal foi embora, o pequeno Black subiu para dar banho em seu bebê enquanto James fechava as janelas e apagava as luzes. Quando ele subiu para verificar se Regulus já havia dado banho em Harry ele parou no batente da porta do quarto assim que ouviu a voz calma e melodiosa de seu marido cantarolando baixinho enquanto balançava um Harry quase adormecido no colo.

James amava esses momentos.

Era nesses momentos que ele percebia o quanto amava sua família e o quanto tudo parecia certo quando estavam juntos.

Ele se pegou sorrindo e caminhando até Regulus para abraçar sua pequena família.

E naquele quarto enquanto James segurava seu marido e seu filho em seus braços ele percebeu que não precisava de mais nada. Ele já tinha tudo. Com eles ele se sentia em casa.

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