quarto capítulo

18 6 6
                                    

Após 4 anos, meu pai resolveu se casar com Heloísa era  perceptível que não existia amor ali, era puro status para sociedade, já que meu pai queria lançar uma candidatura para deputado.

Veja que irônico, a causa que ele defendia era a criança e o adolescente, principalmente, as que sofrem violência sexual e trabalho escravo, isso por que ele é psicólogo infantil, especializado nessa área.

 Algum tempo depois, surgiu rumores que nós tínhamos um relacionamento há três, com isso Heloísa não tem mais clientes, e foi demitida do escritório que trabalha, tentaram tirar sua carteirinha da OAB, sem sucesso pois ninguém tem  provas contra ela.

Já com o meu pai não aconteceu nada!  podendo reforçar aí o machismo, onde com um homem não acontece nada, mesmo ele tendo a maior parte da culpa, já com a mulher pode perder tudo.

 Heloísa hoje não tem renda nenhuma! meu pai obrigou ela a parar com a vida na noite, como ela não iria me ajudar , não preciso mais forçar simpatia com ela, então não se damos mais tão bem, e infelizmente ela passa o dia inteiro em casa comigo.

 Felizmente hoje é o meu primeiro dia de aula no primeiro ano do ensino médio, acordo cedo antes mesmo do despertador, despertar. Levanto,  arrumou minha cama,  vou tomar um banho e me arrumo, desço as escadas como de costume Heloísa me espera na cozinha com o café da manhã já pronto, aquilo parecia tão normal para eles, mas agora com  15 anos vejo o quanto errado aquilo era.

meu pai no carro impaciente começa a buzinar me apressando, meu colégio não é tão longe da minha casa, mas mesmo assim meu pai decide me levar até lá,  mesmo com tudo o que ele faz comigo, Eu Acredito que ele realmente me ama, burra? Talvez, mas se você estivesse no meu lugar também tentaria defender a única pessoa que cuidou de você, que te amou de verdade! Eu sinto verdade, mesmo ele sendo um monstro ele é meu pai.

 Em mais ou menos 3 minutos chego no meu colégio, Felipe me dá um abraço um beijo na testa e me deseja um bom dia.

 Ao entrar na sala minha professora diz:

—você deve ser Atena?

Sem olhar para ela, dou uma olhada para meus amigos de turma, estava decidida a não ser a estranha sem amigos, dessa vezes tudo será diferente, passo os olhos rápido até que, um garoto de cabelo castanhos me chama atenção, nossos olhos se conectaram no mesmo segundo, fazendo todos perceber, não consegui responder a professora, escuto ao fundo alguém dizer meu nome, o que não me importava naquele momento,  nem ver os outros alunos eu conseguia, parecia que o mundo tinha parado, e só sobrou eu e ele!  meu coração parecia dar saltos, meus pelos sem nem ao menos ser tocados arrepiou, e a cada segundo meu coração acelerava mais,  parecendo uma escola de samba, me assusto com a professora tocando meu ombro, e pergunta:

—Atena, está tudo bem? — bem baixinho quase não consigo ouvir.

—AN...O que? —em seguida todos riem, vejo que ele ainda está me encarando paralisado.

meus olhos voltam ao normal e o meu mundo volta a ser preto e branco lembrando como realmente é minha vida, por alguns minutos pude esquecer de todo aquele caos. aquele olhar, eu sabia que ia me trazer problemas, naquele minuto eu sabia que eu deveria me afastar, ficar longe, nem ao menos trocar uma palavra com ele! procuro um lugar bem longe dele para sentar, mas então percebo que a sala não tinha mais mesa rapidamente falou para professora:

— não a lugar para sentar?

— vá até o 807 lá tem mesa sobrando!—disse ela com arrogância, acho que ela não gostou de mim.

—posso ajudar? Eu pego! —disse o menino, levantando rapidamente.

— obrigado Pedro você é muito gentil.

A listaOnde histórias criam vida. Descubra agora