Capítulo 2- Meeting

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Elena

O dia começou como todos os outros, com o despertador tocando alto pelo meu quarto e Lucky lambendo meu rosto. Já havia se tornado tradição toda essa nossa rotina. Lucky escutava o despertador e vinha correndo até meu quarto para me acordar e logo depois ia acordar Emma e mesmo após um ano e quatro meses nessa rotina, a loira ainda acordava assustada diariamente com o Golden Retriever subindo em sua cama para que ela acordasse.

Me levantei e fui até a janela, abrindo as cortinas para deixar a luz do sol entrar no quarto. O cachorro adentrou o quarto novamente, mas agora com seu inseparável coelho de pelúcia e veio até mim.

— Bom dia, garoto, pronto para mais um dia? — perguntei para o cachorro e acariciei seu pelo. Escutei Emma gritar no quarto ao lado sobre não achar suas pantufas e imediatamente olhei para Lucky. — Você sabe alguma coisa sobre isso? — Lucky abaixou a cabeça e eu neguei, acariciando seu pelo novamente.

Após um banho demorado e me vestir, eu finalmente estava pronta para começar o meu dia e eu realmente esperava que hoje fosse melhor do que os dias anteriores. Saí de meu quarto e encontrei Emma na cozinha fazendo nosso café da manhã.

— Bom dia, Em.

— Bom dia, Elê. — Ela desejou enquanto servia duas xícaras com café. — Lucky roubou novamente minhas pantufas.

— Ele te ama, Em. — Afirmei enquanto experimentava o café.

— Ele poderia me amar ficando longe das minhas pantufas. — Emma falou e fez um bico, eu apenas ri baixo.

— Eu vou correr no parque com o Lucky, depois vou passar na embaixada para ver como está o andamento do meu visto. — Avisei Emma e ela assentiu, me desejou um bom dia e então saiu apressada para mais um dia de trabalho.

Conheci Emma na mesma semana que me mudei, ela tinha se mudado recentemente para Nova York a trabalho pela agência que ela trabalha como modelo, e estava igualmente perdida na cidade. No momento em que comecei a conversar com ela já sabia que seríamos ótimas amigas e uma semana depois viramos colegas de apartamento, desde então somos inseparáveis.

Assim que Emma saiu, tomei meu café da manhã e coloquei a ração de Lucky em sua vasilha, deixei ele comendo enquanto ia escovar meus dentes e arrumar meu cabelo. Cerca de vinte minutos depois eu saía do apartamento com Lucky para ir em direção ao Central Park, torcendo para que tudo desse certo quando eu fosse na embaixada.

Os últimos dias estavam sendo cansativos, com toda a correria do visto vencendo e meu programa finalizando, parecia que não havia mais nenhuma saída para mim e eu teria que voltar para o Brasil, embora essa não fosse realmente uma alternativa, afinal meus pais pensavam que eu ficaria nos Estados Unidos e eu não queria decepcioná-los.

Quando falei para meus pais que consegui entrar para o programa para médicos estrangeiros que tanto queria, eles me apoiaram no início, mas quando descobriram que teriam que me ajudar a arcar com todos os custos, o sonho foi ficando mais distante. Prometi a eles que não seria desperdício e que eu iria me sobressair no programa, como fiz na minha vida escolar inteira. Eles então conseguiram achar alternativas para que eu viesse para os Estados Unidos.

Pensei que o ano que eu fiquei no programa seria o suficiente para encontrar um trabalho fixo em algum hospital, mas aparentemente fazer meu diploma latino valer por aqui é mais difícil e demorado do que eu imaginava. Agora que o programa acabou e meu visto venceu, meu tempo para finalizar todas as etapas de validação do meu diploma expirou. Minha última esperança era conseguir que meu visto fosse renovado.

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