Ouço a batida na porta e gemo de dor. Não consigo abrir os olhos, a dor de cabeça está me matando.
A batida se repete e meu pai entra falando alto, me fazendo protestar.— Desse jeito vai perder o primeiro dia de aula, Mel.
— Tô com enxaqueca de novo, pai. Não consigo abrir os olhos, quem dirá ir pro colégio hoje. — Murmuro cobrindo a cabeça. — Deixa as cortinas fechadas por favor.
Sinto o colchão se afundar quando meu pai senta na beira da cama.
— Vou te levar ao médico, essas dores de cabeça não são normal.
— Pega um remédio para mim. — Peço gemendo de novo ao sentir uma pontada forte na cabeça.
Ouço os passos do meu pai saindo do quarto e quando ele volta me estende um copo de água e um comprimido. Coloco o remédio na boca sentindo o gosto amargo e bebo a água de uma vez, entregando o copo novamente a ele.
— Vou pedir para a Annabeth vir ficar com você. — Fala, referindo-se a sua secretária.
— Não precisa, pai. Eu não vou sair do quarto, mesmo.
— Tem certeza? — Resmungo um sim deitando com cuidado — Qualquer coisa liga que eu venho correndo.
— Tenho. Além disso, a Bianca está aqui. — Falo me referindo a nossa governanta — Pode deixar, que se alguma coisa acontecer eu ligo. — Sorrio na tentativa de tranquilizá-lo — Te amo. — Sinto seus lábios encostando na minha testa antes dele se afastar.
— Também te amo, Mel.
Depois que ele sai, fico deitada quieta e acabo adormecendo. Não tenho qualquer sonho, apenas uma sensação estranha de que algo mudaria. Sempre odiei quando me senti assim, isso é uma merda, saber que alguma coisa importante vai acontecer, mas não saber o que e nem quando.
Quando desperto, ouço um barulho alto de música eletrônica, a dor na cabeça diminuiu um pouco, mas a cada batida que a música dá, parece que é dentro do meu cérebro.
A contragosto levanto e desço até a cozinha, preciso de água pois minha boca está seca e ardendo. Pego um copo no armário e encho na pia, virando de uma vez.
O som irritante parece vir da casa da frente, preferia mil vezes quando a casa fantasma estava vazia, assim minha paz não era perturbada.
Vou até o sofá da sala sentando no estofado macio, fecho os olhos massageando a têmpora na tentativa de amenizar a dor. De repente a campainha toca, decido ignorar, mas a pessoa insiste em me perturbar.
Levanto e sigo até a porta tendo uma surpresa ao abri-la. Parada com um sorriso no rosto, está a garota que vi entrando na mansão na madrugada.
— Oi. — A voz doce fez meu estômago revirar — Eu sou Mona Lisa. — Continuo a encarando me perguntando o que eu tenho a ver com isso. — Escuta — ela passa a mão pelos cabelos castanho-avermelhados, que descem até abaixo do ombro — Aconteceu alguma coisa com nosso Wi-fi e o técnico só vem amanhã, será que você poderia emprestar o seu?
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A Queda Do Anjo Rebelde (Degustação)
Romance[+18] [Dark] [Hot] Melanie Álvares é uma garota exemplar, boa filha, boa aluna, boa amiga. Apesar de sua vida ser marcada por traumas acontecimentos passados, ela vive confortavelmente ao lado do pai na cidade de Niveland, Califórnia. Mas tudo muda...